Estão a pretender confundir e intimidar o
povo, com uma mistificação colossal. “Sempre se torturou em Portugal e até nos
dias de hoje, embora de formas diferentes.”
Hoje, a absurda “crise”, que se generalizou
entre as classes menos favorecidas, com a cumplicidade de um grupo de deputados
– da maioria, claro e até de uma parte de um grupo que deveria saber manter-se
firme na oposição – o actual grupo dominante domina, pisa, explora e tortura os
cidadãos de maneira impensável.
Entretanto, os militares dos três ramos das
Forças Armadas mantêm-se impávidos e serenos e sempre na defesa dos seus
interesses corporativos.
Aqueles que se recordam dos tempos da
ditadura recordam-se, não sem uma certa nostalgia, do que foram as acções dos
seus antecessores em Abril de 1974. Para o actual governo, mas também para o
presidente da República tornou-se imperioso manter um status quo com o qual
possam mistificar aquilo a que chamam “democracia do século XXI”.
No dia de ontem, 27 de Maio de 2013, o
primeiro-ministro não se cansou de mostrar o caminho aos empresários, que
receberão benefícios fiscais e outros logo e sempre que admitam nos seus
quadros “doutorados” – e francamente não compreendi se quis mesmo dizer
doutorados ou licenciados – mas fiquei com a certeza de que se interessa apenas
por uma certa camada elitista, relegando o “grosso da manada” ao ostracismo.
Que lhes pode importar que os portugueses se
manifestem nas ruas, que lhes importa que façam greve – à qual ou às quais
pretendem impor serviços mínimos obrigatórios em sectores nunca antes sujeitos
a semelhante – pois trata-se de torturar, humilhar aqueles que trabalham e, por
esses meios tentam defender-se dos sucessivos ataques de que são vítimas.
Depois, dizem com cara de caso, que fazem tremendos
esforços para respeitar os direitos dos trabalhadores, que devem, por sua vez,
respeitar os direitos dos lesados pelas greves.
Todos aqueles que se recordam, por terem vivido
nos tempos entre 1926 e 1974, mas com especial relevo para o espaço que ficou
encravado entre a aprovação da Constituição aprovada em 1933 e o 25 de Abril de
1974, podem aperceber-se da grande mistificação que acontece com os valores
hoje defendidos desde então, com todas as formas de tortura, que não terminou
em 1974, apenas foi sujeita a um curto intervalo de pouco mais de dois anos.
Depois, tudo recomeçou, mudando apenas a forma usada para colocar em prática
todas as sevícias que lesam o povo português, hoje mais que nunca.
Se na altura do designado Estado Novo
sabíamos o que nos esperava se falassemos, se levantassemos a voz, se não
obedecessemos cegamente aos ditames dos homens do ditador, entre os quais os da
Pide, podíamos “comprar” o bilhete para a prisão, onde se torturava
impunemente, onde se matava e onde se roubava a dignidade do ser humano.
Outra e nova forma de desencaminhar a
cidadania está a ampliar-se, tentando mostrar textualmente, que apesar de tudo
os tempos são outros e que a culpa de tudo quanto se passa hoje é dos próprios
portugueses, que se habituaram a viver acima das suas reais possibilidades, e
que, por tal motivo, o país caiu em crise, tentando tapar o sol com uma
peneira, e tentando esconder de todos os cidadãos todos os crimes de fraude que
têm sido cometidos por alguns que se mantêm na ribalta nacional.
Depois, tal virgens ofendidas, reagem mal,
muito mal mesmo quando alguém ousa dizer a verdade frontalmente, quando alguém
chama os bois pelos cornos e os pega de caras fora de qualquer arena.
Ainda hoje, apesar da tal “democracia”, ou
sobretudo hoje e por causa dela tentam aplicar certas leis e regras dignas da
mais descarada ditadura, pois nunca foram perdidos determinados hábitos como os
de bem “torturar – económica e socialmente – os cidadãos que dão a cara e dizem
verdades insofismáveis, de que não gostam, como seria de esperar.
Pode afirmar-se que desde a fundação do país
até aos dias que vivemos hoje, nunca desapareceram certos hábitos, usos e
costumes para com o povo português, fosse sob o regime monárquico seja sob o
regime dito republicano.
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