Todos sabemos que os políticos se salvam e se
perdem pelas amizades. Daí que, para eles haja uma constante preocupação. É
incontestável que os políticos têm, uns sobre os outros, uma estranha
ascendência, quase sempre rebelde à análise, sendo extremamente delicado, senão
impossível, interrogá-los a esse respeito.
Talvez se se merece a sua confiança, não
demonstrem qualquer má vontade em responder, mas é preciso confessar que essas
afinidades entre políticos, com o mesmo estilo de vida, as mesmas “preocupações
elementares” as mesmas ambições, as mesmas alegrias, não se deixam formular de
maneira tão fácil como se poderia crer. Nada no mundo é mais misterioso.
Se alguém ousar perguntar a Pedro porque
prefere o Vitor e o Paulo, Pedro sente-se na berlinda e olhar-nos-á com ar
espantado; vê-lo-emos perturbado, chocado na sua própria consciência, se a
tiver, o que é muito duvidoso.
Pretendendo ser bem educado e nos julga
desinteressados, inventará qualquer coisa, mas, na sua resposta, perceber-se-á
um tom de reticências. Mas se, como é seu hábito se mostra tenso e nos dedica
pouca simpatia, limitar-se-á a dar aos ombros e a calar-se.
Em ambos os casos, pode-se apostar que se lhe
terá dado a imporessão de se ter pretendido violar um segredo que diz respeito
à própria essência da vida individual e procurará vingar-se de seguida,
inventando mais um novo imposto, uma nova taxa, e doa a quem doer e custe o que
custar, teremos que a pagar.
Ora – e basta abrir os olhos para nos
convencermos disso – em todo o agrupamento de políticos que se forma segundo
leis docilmente aceites, não entra nele quem quer que seja. Para proibir o
acesso, existem barreiras que não se vencem com facilidade: o egoísmo e o
ciúme, por exemplo; Ou o nível social, uma certa semelhança de educação, de gosto, toda uma estética da vida. Não
conseguiria enumerá-las a todas, pois cada grupo tem a sua fisionomia particular,
a sua maneira de ser, e a do Pedro é muito especial, havendo todo um mundo
regido por lembranças comuns.
Nesse comportamento há muita hipocrisia e
nada, a não ser o que mais corresponde a uma necessidade essencial, a de
proteger uma vida individual contra as forças que tendem a desmascará-la, a
desagregá-la.
No extremo oposto, há outro grupo. Aqueles
que dele fazem parte estão unidos por reais afinidades. No fundo, são seres à
parte que sabem fixar-se na lamentável realidade que se vive no país.
Decorre neste momento na Assembleia da
República a apresentação, pelo secretário de Estado das finanças do projecto de
lei, consagrado no Orçamento rectificativo sobre o pagamento e forma de
pagamento do subsídio de férias aos trabalhadores e pensionistas, mostrando-se
Helder Rosalino arrogante e a tentar protelar o pagamento devido, que deveria
ser efectuado em Junho ou Julho, tentando adiar esse mesmo pagamento para o mês
de Novembro, o que se concretiza por mais um ataque desbragado aos
trabalhadores e funcionários, agredindo uma vez mais a Constituição Portuguesa,
nem cumprindo as deliberações do Tribunal Constitucional.
Como se vê, a firmeza da alma, aí, é bem menor,
e é por isso que o clã de Pedro apresenta cada vez mais confusões aos
portugueses. No fundo, são uns transfugas, que dificilmente serão aceites sem
prevenções, e trata-se de mais uma tentativa para dividir ainda mais os
portugueses em vários graus, de 1ª, de 2ª e de mais algumas categorias.
O actual governo só tem um caminho a seguir,
que é a demissão que não quer e conta com a prestimosa ajuda de um presidente
da República que, também ele, a seu modo, concorda com o atropelamento das
decisões inscritas no acórdão do TC.
Em Portugal, com o governo de Pedro, tudo se
faz ao contrário, mas sempre em prejuízo dos portugueses.
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