Por ocasião do
lançamento do seu mais recente livro intitulado ‘Madrugada Suja’, Miguel Sousa
Tavares dá uma entrevista ao Jornal de Negócios, publicada esta sexta-feira, na
qual não poupa nada nem ninguém. Ao Presidente da República, Cavaco Silva,
chama “palhaço”, e ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, “grau zero da
política”.
“Já não temos idade para brincar
aos generais”, começa por sublinhar Miguel Sousa Tavares numa extensa
entrevista publicada hoje no Jornal de Negócios. E prossegue: “O pior que nos
pode acontecer é um Beppe Grillo, um Sidónio Pais. Mas não por via militar”.
Nesta senda, questionado sobre se
um dia nos pode “calhar um ditador populista, um palhaço”, numa alusão a
declarações de Pacheco Pereira, Sousa Tavares responde: “Nós já temos um
palhaço. Chama-se Cavaco Silva. Muito pior do que isso, é difícil”.
O comentador político e escritor,
que lança agora a sua obra mais recente, ‘Madrugada Suja’, faz notar, no mesmo
tom cáustico, que “estamos hoje reduzidos aos Passos Coelhos e Antónios Josés
Seguros. Que são o grau zero da política”.
No entender de Sousa Tavares, “os
três mal endémicos de Portugal são a dependência do Estado, o poder das
corporações e a inveja”, lembrando, a este propósito, uma tese do seu pai a
qual indicava “que os países não progridem sem elite e que a elite portuguesa
morreu toda em Alcácer-Quibir”.
O escritor define ainda os
portugueses como ora sendo “escravos”, ora sendo “reis”. “São capazes do melhor
e do pior”, concretiza Sousa Tavares.
N. M.
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