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segunda-feira, 27 de maio de 2013

«OS CÃES DE SURDOS»

Os surdos sentem-se muitas vezes afastados do mundo por não ouvirem o que os outros dizem. Antigamente, as pessoas totalmente surdas desde a infância sofriam ainda o libelo adicional de «surdas-mudas». Mas os surdos podem compensar magnificamente a sua incapacidade recorrendo ao tacto e à vista para substituir a falta de audição.

As crianças surdas devem frequentar escolas próprias, onde são ensinadas a comunicar segundo outro tipo de códigos. Aprendem assim a exprimir-se através de uma linguagem de sinais, utilizando expressões faciais, as mãos e os dedos, e a compreender a linguagem falada de outras pessoas através da chamada “leitura da fala”.

Esta baseia-se na leitura dos movimentos dos lábios e da mímica facial do interlocutor, de modo a captar a sua mensagem.

Uma apreciação mais cuidada das necessidades dos surdos tem levado a um maior emprego de aparelhos, como as luzes de aviso em substituição das campainhas, bem como à utilização de linguagens paralelas – falada e por sinais – em noticiários da televisão, por exemplo.

O telefone apresenta dificuldades específicas, pois as próteses  auditivas captam normalmente demasiados ruídos extras nas conversas telefónicas.

O problema pode ser parcialmente resolvido por aparelhos especialmente adaptados. No nosso país existem já amplificadores sonoros adaptáveis aos telefones e especialmente concebidos para pessoas com défices auditivos vários, bem como sinalisadores luminosos, que substituem a campainha do telefone; uns e outros podem se pedidos aos serviços públicos competentes, que se encarregam da respectiva instalação.

Será possível um surdo profundo chegar alguma vez a ouvir?

Alessandro Volta, o físico italiano que deu o nome à unidade eléctrica “volt”, fez uma experiência ousada em 1790: quis saber o que aconteceria se fizesse passar uma corrente de 50 V através da própria cabeça utilizando uma vareta metálica introduzida em cada ouvido.

Assim que fechou o circuito, sentiu como que uma pancada na cabeça, seguida pelo som de um líquido em ebulição. Sem dúvida, a electricidade podia proporcionar o sentido da audição.

É possível que agora, a dois séculos e tal de distância, a experiência de Volta venha a auxiliar os surdos: os investigadores estão a ensaiar “ouvidos biónicos”, isto é, implantes cocleares.

Estes aparelhos electrónicos transformam os sons em sinais eléctricos, transmitem os sinais por meio de minúsculos fios introduzidos na cóclea e estimulam os nervos auditivos das pessoas cujas células ciliadas não funcionam normalmente.

Na minha modesta opinião, todos os políticos que ascendem ao poder, seja devido ao choque ou à emoção de terem sido os eleitos do povo, que de imediato massacram chamando-lhes nomes ainda por cima, deveriam sujeitar-se a tal operação, para ver se se conseguiria algum dia que ouvissem a voz do povo que reclama por uma vida melhor e com mais dignidade.

Porque uma vez eleitos e empossados, se tornam nos mais surdos entre os surdos a todos os apelos feitos pelo povo, ao qual desprezam totalmente, recusando até a companhia do fiel amigo, como é o cão de surdos.

Já alguém imaginou qualquer político fazer-se conduzir por um cão e não por um carro topo de gama, de luxo até, por motorista principescamente pago por todos aqueles que falam, que ouvem e vêm tudo quanto se passa?


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