Os surdos sentem-se muitas vezes afastados do
mundo por não ouvirem o que os outros dizem. Antigamente, as pessoas
totalmente surdas desde a infância sofriam ainda o libelo adicional de «surdas-mudas».
Mas os surdos podem compensar magnificamente a sua incapacidade recorrendo ao
tacto e à vista para substituir a falta de audição.
As crianças surdas devem frequentar escolas
próprias, onde são ensinadas a comunicar segundo outro tipo de códigos.
Aprendem assim a exprimir-se através de uma linguagem de sinais, utilizando
expressões faciais, as mãos e os dedos, e a compreender a linguagem falada de
outras pessoas através da chamada “leitura da fala”.
Esta baseia-se na leitura dos movimentos dos
lábios e da mímica facial do interlocutor, de modo a captar a sua mensagem.
Uma apreciação mais cuidada das necessidades
dos surdos tem levado a um maior emprego de aparelhos, como as luzes de aviso
em substituição das campainhas, bem como à utilização de linguagens paralelas –
falada e por sinais – em noticiários da televisão, por exemplo.
O telefone apresenta dificuldades
específicas, pois as próteses auditivas
captam normalmente demasiados ruídos extras nas conversas telefónicas.
O problema pode ser parcialmente resolvido
por aparelhos especialmente adaptados. No nosso país existem já amplificadores
sonoros adaptáveis aos telefones e especialmente concebidos para pessoas com
défices auditivos vários, bem como sinalisadores luminosos, que substituem a
campainha do telefone; uns e outros podem se pedidos aos serviços públicos
competentes, que se encarregam da respectiva instalação.
Será possível um surdo profundo chegar alguma
vez a ouvir?
Alessandro Volta, o físico italiano que deu o
nome à unidade eléctrica “volt”, fez uma experiência ousada em 1790: quis saber
o que aconteceria se fizesse passar uma corrente de 50 V através da própria
cabeça utilizando uma vareta metálica introduzida em cada ouvido.
Assim que fechou o circuito, sentiu como que
uma pancada na cabeça, seguida pelo som de um líquido em ebulição. Sem dúvida,
a electricidade podia proporcionar o sentido da audição.
É possível que agora, a dois séculos e tal de
distância, a experiência de Volta venha a auxiliar os surdos: os investigadores
estão a ensaiar “ouvidos biónicos”, isto é, implantes cocleares.
Estes aparelhos electrónicos transformam os
sons em sinais eléctricos, transmitem os sinais por meio de minúsculos fios
introduzidos na cóclea e estimulam os nervos auditivos das pessoas cujas
células ciliadas não funcionam normalmente.
Na minha modesta opinião, todos os políticos
que ascendem ao poder, seja devido ao choque ou à emoção de terem sido os
eleitos do povo, que de imediato massacram chamando-lhes nomes ainda por cima,
deveriam sujeitar-se a tal operação, para ver se se conseguiria algum dia que
ouvissem a voz do povo que reclama por uma vida melhor e com mais dignidade.
Porque uma vez eleitos e empossados, se
tornam nos mais surdos entre os surdos a todos os apelos feitos pelo povo, ao
qual desprezam totalmente, recusando até a companhia do fiel amigo, como é o
cão de surdos.
Já alguém imaginou qualquer político fazer-se
conduzir por um cão e não por um carro topo de gama, de luxo até, por motorista
principescamente pago por todos aqueles que falam, que ouvem e vêm tudo quanto
se passa?
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