Ex-chefe
de Estado lança duro apelo ao Presidente da República: «Será o responsável pela
perda de paciência e de pacifismo»
Mário Soares advertiu o Presidente da
República que, se continuar a proteger o Governo, será responsável pela perda
de pacifismo e por uma progressiva violência do povo português.
«Pense bem senhor Presidente da República», disse Mário Soares no final da sua intervenção, que abriu a série de discursos da conferência «Libertar Portugal da austeridade» na Aula Magna de Lisboa.
A intervenção do ex-chefe de Estado levantou por diversas vezes a plateia, pondo centenas de pessoas a gritar «demissão, demissão».
Mas a parte mais significativa do discurso de Mário Soares foi quando se dirigiu a Cavaco Silva e lhe fez uma série de avisos: «O Presidente da República tem feito tudo para proteger este Governo, que considera legítimo, mas não é verdade que o seja. Quando o povo, que é quem mais ordena, se manifesta praticamente todos os dias contra um Governo que elegeu com base em falsas promessas, que ignora a Constituição da República, não pode nem deve ser considerado legítimo».
Depois, o ex-Presidente da República advogou que Cavaco Silva poderá vir a ser responsabilizado diretamente se mantiver o atual executivo de coligação em funções: «É bom para todos nós que o senhor Presidente da República deixe de considerar este Governo como legítimo, porque o povo e todas as classes sociais (dos militares às igrejas, passando pelos funcionários públicos) estão contra ele».
«Se continuar [a proteger o Governo], será responsável pela perda de paciência e pacifismo que temos tido até agora e que o povo se torne progressivamente mais violento. Pense senhor Presidente da República nas responsabilidades que lhe serão assacadas», disse.
Mário Soares apelou depois à ação dos portugueses contra «o medo, pela liberdade, pelo diálogo, pela conjugação de vontades», em nome de uma atitude patriótica.
«Austeridade está a levar Portugal para o abismo»
O ex-Presidente da República considerou, ainda, que a política de austeridade da troika está a levar o país ao «desastre e ao abismo», defendendo que é urgente demitir o Governo «incompetente e agarrado» ao poder.
Numa intervenção dura contra o executivo de coligação PSD/CDS, Soares considerou que o património do Estado português está ser vendido «a retalho» por um Governo «incompetente, sem rumo, que ignora as pessoas e cujos ministros não podem sair à rua sem serem vaiados».
Segundo Mário Soares, Portugal está a passar por esta situação «porque o Governo é totalmente incompetente, está agarrado à ideologia neoliberal e à chamada austeridade, que destrói o Estado social, empobrece o povo», numa conjuntura que regista já «mais um milhão de desempregados».
«As pessoas estão desesperadas, sofrendo os cortes sucessivos e anticonstitucionais. A austeridade imposta pela troika está à vista de todos: leva-nos ao desastre se não mesmo ao abismo», sustentou.
Depois, o ex-Presidente da República considerou que a política de austeridade «apenas está a enriquecer os mercados usurários, mercados que hoje dominam os estados e não somente os do sul, a que chama periféricos, mas que nunca foram nem são periféricos».
«Tudo isto faz com que tenhamos de demitir o atual Governo, já que são teimosos e agarrados ao poder, já que são tão indiferentes aos ódios que os portugueses manifestam todos os dias contra eles», acrescentou.
«Pense bem senhor Presidente da República», disse Mário Soares no final da sua intervenção, que abriu a série de discursos da conferência «Libertar Portugal da austeridade» na Aula Magna de Lisboa.
A intervenção do ex-chefe de Estado levantou por diversas vezes a plateia, pondo centenas de pessoas a gritar «demissão, demissão».
Mas a parte mais significativa do discurso de Mário Soares foi quando se dirigiu a Cavaco Silva e lhe fez uma série de avisos: «O Presidente da República tem feito tudo para proteger este Governo, que considera legítimo, mas não é verdade que o seja. Quando o povo, que é quem mais ordena, se manifesta praticamente todos os dias contra um Governo que elegeu com base em falsas promessas, que ignora a Constituição da República, não pode nem deve ser considerado legítimo».
Depois, o ex-Presidente da República advogou que Cavaco Silva poderá vir a ser responsabilizado diretamente se mantiver o atual executivo de coligação em funções: «É bom para todos nós que o senhor Presidente da República deixe de considerar este Governo como legítimo, porque o povo e todas as classes sociais (dos militares às igrejas, passando pelos funcionários públicos) estão contra ele».
«Se continuar [a proteger o Governo], será responsável pela perda de paciência e pacifismo que temos tido até agora e que o povo se torne progressivamente mais violento. Pense senhor Presidente da República nas responsabilidades que lhe serão assacadas», disse.
Mário Soares apelou depois à ação dos portugueses contra «o medo, pela liberdade, pelo diálogo, pela conjugação de vontades», em nome de uma atitude patriótica.
«Austeridade está a levar Portugal para o abismo»
O ex-Presidente da República considerou, ainda, que a política de austeridade da troika está a levar o país ao «desastre e ao abismo», defendendo que é urgente demitir o Governo «incompetente e agarrado» ao poder.
Numa intervenção dura contra o executivo de coligação PSD/CDS, Soares considerou que o património do Estado português está ser vendido «a retalho» por um Governo «incompetente, sem rumo, que ignora as pessoas e cujos ministros não podem sair à rua sem serem vaiados».
Segundo Mário Soares, Portugal está a passar por esta situação «porque o Governo é totalmente incompetente, está agarrado à ideologia neoliberal e à chamada austeridade, que destrói o Estado social, empobrece o povo», numa conjuntura que regista já «mais um milhão de desempregados».
«As pessoas estão desesperadas, sofrendo os cortes sucessivos e anticonstitucionais. A austeridade imposta pela troika está à vista de todos: leva-nos ao desastre se não mesmo ao abismo», sustentou.
Depois, o ex-Presidente da República considerou que a política de austeridade «apenas está a enriquecer os mercados usurários, mercados que hoje dominam os estados e não somente os do sul, a que chama periféricos, mas que nunca foram nem são periféricos».
«Tudo isto faz com que tenhamos de demitir o atual Governo, já que são teimosos e agarrados ao poder, já que são tão indiferentes aos ódios que os portugueses manifestam todos os dias contra eles», acrescentou.
=TVI24=
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