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sexta-feira, 24 de maio de 2013

«Eu julgava que o investimento não tinha hora»

Constança Cunha e Sá considera «bizarro» o anúncio de Vítor Gaspar de que chegou «o momento» de criar um supercrédito fiscal

Constança Cunha e Sá mostrou-se, esta quinta-feira, espantada com o «timing» do pacote de incentivos fiscais ao investimento aprovado em Conselho de Ministros. NaTVI24, a comentadora política considerou no mínimo «bizarro» o anúncio feito pelo ministro das Finanças de um supercrédito fiscal para as empresas portuguesas. A acreditar em Vítor Gaspar, «chegou o momento do investimento». Para Constança Cunha e Sá, esta é mais uma prova do desnorte do Governo.

«Eu julgava que o investimento não tinha hora. Aparentemente tem e chegou hoje. E se tiver chegado, é tarde e a muito más horas. Eu considero este anúncio, de facto, bizarro. Lembro-me que em, Fevereiro, o mesmo Vítor Gaspar já tinha anunciado que tinha chegado a hora de se fazer a transição entre a urgência do crescimento e a prioridade do crescimento. Estamos em Maio e ainda não se viu nada disto», afirmou Constança Cunha e Sá, no espaço de análise nas «Notícias às 21:00». 

Tendo em conta a recessão em Portugal, e em toda a Europa, a comentadora tem dúvidas quanto à eficácia da medida: «Não se percebe muito bem como é que com uma procura interna completamente anémica e uma procura externa que não está a funcionar se vai fazer crescer o investimento». 

«E depois há um ponto que ninguém explica. Isto é uma janela de oportunidade: durante seis meses as empresas têm descontos no IRC se fizerem investimento, mas e em Janeiro? Em que pé é que está a reforma do IRC? (...) Os investidores investem sem saber o que vai acontecer em Janeiro?! Sem saber que IRC é que vão pagar depois?! Não me parece que isto faça qualquer espécie de sentido. E acho apenas que isto é uma encenação e que isto revela uma falta de Norte muito grande neste Governo», acrescentou.

Constança Cunha e Sá acusa o Executivo de estar sempre a mudar de discurso: «Neste Governo, já não se compreende absolutamente nada, num dia tem um discurso, e noutro dia outro». 

Prova disso, defende a comentadora, são os ministros das Finanças e da Economia, que «até aqui têm tido discursos completamente diferentes um do outro», mas que esta quinta-feira apareceram «os dois juntos a falar da hora do investimento».

«Ora, a hora do investimento eu acho que já passou e não é com estas medidas que vai aparecer. Não é com medidas por seis meses que se vai inverter a queda de 7,6% que está prevista para este ano», concluiu. 

=TVI24=

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