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sexta-feira, 24 de maio de 2013

«O Presidente e o Governo só pensam no que é preciso pagar»

Mário Soares é um «defensor da Europa e da moeda única». Já Ferreira do Amaral afirmou que a solução passa pela saída do euro

Mário Soares afirmou esta quinta-feira que o problema de Portugal é que «o Presidente da República e o Governo só pensam no que é preciso pagar» e que «o social desapareceu».

«Não é só a economia que conta para as pessoas. A economia conta para os mercados e, nos estados, o que conta são as pessoas. No nosso país, o que se passa é que o Governo e o Presidente da República só pensam realmente naquilo que é preciso medir, em como é que vamos pagar, e o social desapareceu, mas as pessoas não desapareceram», afirmou.

Mário Soares, que falava num debate promovido pela fundação com o seu nome, disse que «é muito possível que as coisas se possam modificar» e reiterou ser um «defensor da Europa e da moeda única, que continua a ser uma moeda forte».

Na conferência, o economista João Ferreira do Amaral afirmou que a solução para Portugal passa pela saída do euro, um caminho com que o deputado socialista João Galamba discorda, defendendo uma «saída em bloco» de alguns países.

O professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) Ferreira do Amaral entende que as atuais políticas seguidas «não dão resultado nem podem dar», porque «o problema de base é a estrutura produtiva do país» e as medidas adotadas «não vão à raiz do problema».

«Não considero possível que Portugal tenha crescimento económico se se mantiver dentro de um espaço que tem uma moeda muito forte», afirmou o economista, acrescentando que Portugal «tinha toda a vantagem em sair do euro», ainda que «de forma controlada».

Já o deputado socialista João Galamba diz continuar a acreditar na ideia fundadora do projeto europeu, mas refere que «esta União Europeia como está hoje constituída, um cavalo de Troia neoliberal, é que é insustentável».

Referindo que «há um conjunto de países com problemas semelhantes aos de Portugal», como Espanha, Itália e França, João Galamba disse esperar que haja «condições para criar hoje um polo de oposição aos países credores, que permita pelo menos criar a expectativa de uma transformação significativa da moeda única».

«[A solução passa por] tentar em bloco desmantelar a zona euro. Como ela está, não é sustentável. Mas Portugal sair sozinho também não me parece ser a solução», acrescentou.

=TVI24=

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