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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Soares: «É preciso acabar com o Governo. Ponto final parágrafo»

Antigo presidente da República acusa Executivo de Passos Coelho de estar a «destruir Portugal»
O antigo presidente da República Mário Soares acusou esta quarta-feira o Governo PSD/CDS de estar a «destruir Portugal» e a «massacrar os portugueses», em declarações à imprensa antes de uma cerimónia na fundação que tem o seu nome.

«Este Governo está a destruir Portugal. Está a massacrar os portugueses, que vivem mal e têm fome. É preciso acabar com o Governo. Ponto final parágrafo», disse, acrescentando ainda: «E com a austeridade.»

Considerando a austeridade uma «desgraça» e os seus defensores governamentais como «fanáticos» e «neoliberais puros», Mário Soares defendeu ainda que o ministro das Finanças deveria demitir-se. «A gente dava palmas», afirmou.

Soares falou à comunicação social antes da apresentação do livro «La embajada roja en Lisboa», de Ignacio Vàzquez Molini, em cerimónia que contou também com a presença do antigo embaixador de Espanha em Portugal, Raul Morodo.

As críticas do antigo presidente ao Governo foram expressas ao justificar a promoção da sessão pública «Libertar Portugal da austeridade», prevista para quinta-feira, na Aula Magna da Universidade de Lisboa.

Esta reunião, disse Soares, «não é um debate», contrapondo: «É para que estejam presentes os que consideram que a austeridade vai ser um desastre para Portugal.»

O encontro deverá juntar dirigentes do PS, PCP e Bloco de Esquerda e os líderes da CGTP, Arménio Carlos, e da UGT, Carlos Silva. Estão previstas as presenças de Pacheco Pereira (historiador), Manuel Alegre (ex-candidato presidencial), Boaventura Sousa Santos (sociólogo), Sampaio da Nóvoa (reitor da Universidade de Lisboa), Alberto Costa (antigo ministro da Justiça) e Pilar del Río, viúva de José Saramago.

Admitindo que «gostava de ver um entendimento» à esquerda, remeteu para os partidos e respetivos líderes eventuais avanços na constituição de uma «plataforma de convergência entre a esquerda».

Soares comentou ainda as suas próprias afirmações, feitas em entrevista ao jornal i, sobre a alegada chantagem ao ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, por causa do negócio dos submarinos.

«Não disse que estava a ser [chantageado]. Disse que é uma hipótese, é uma coisa diferente. Não posso afirmar isso, mas posso dizer porque é que uma vez diz que sim, outra que não?», relativizou.

Mas acrescentou que «não foi por acaso» que «no dia em que o Dr. Paulo Portas, que é uma pessoa muito inteligente, como toda a gente sabe, diz que vai sair do Governo ou está a pensar em sair do Governo saem grandes artigos nos jornais a falar dos submarinos».

Insistindo, questionou: «Porque é que isso aconteceu? Não foi por acaso. Acho que foi uma tentativa... É um pensamento meu, não quer dizer que seja a verdade.»

A propósito de Paulo Portas e da sua reivindicação do ideário democrata-cristão, Soares invocou Sá Carneiro para o opor ao atual PSD.

«O que era Sá Carneiro? Não era por este Governo. Não era anti-social-democrata. Era um homem de esquerda, que quis entrar na Internacional Socialista. O que é que isso significa? Significa que estão a trair o ideal de Sá Carneiro», argumentou.

«É por isso que dois terços do PSD não estão com o Governo. Como ninguém [está]! Quem é que está com o Governo? Militares? Não estão. Padres e Igreja? Não estão. Cientistas e universidades? Não estão», concluiu.

=TVI24=

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