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sábado, 4 de maio de 2013

«QUE REMÉDIO?»

O primeiro remédio – e pergunto-me se há outros – é dar, ou restituir, ao clima político-social nacional uma força, uma tensão que o tornem saudável, em vez de o tornar cada vez mais débil.

(Não deve o senhor Pedro esquecer-se de que a corda demasiado esticada, parte e depois é o bom e o bonito. A culpa é toda sua!)

Para erguer alguém acima de si mesmo, para lhe restituir uma energia que se perdeu ou que se não soube adquirir, só existe um meio: determinar-lhe, e se preciso impor-lhe, o esforço, mas a ele mesmo o senhor Pedro.

Falo essencialmente do esforço físico, mas também do moral, religioso e intelectual que, em conjunto, poderão salvá-lo de si próprio. Tudo o mais são conselhos de charlatão.

De resto, de forma nenhuma um político, que nunca trabalhou naa sua vida ou se limitou a simular trabalhar, adora ver os outros esforçar-se e detesta tudo quanto o obrigue a um esforço que dele exija aplicar os seus flácidos músculos.

Tanto isto é verdade que, nos casos mais difíceis em que ele coloca à nossa atenção “recursos incríveis”, mas sob a condição de jamais os convocar e mobilizar, pois os esforços devem ser apenas para os outros, os cidadãos de menores recursos, os sujeitos a maiores dificuldades económicas e socialmente depreciados pela maioria dos políticos, servindo apenas para trabalhar, ficar desempregado, vegetar na vida quotidiana, perder a casa e, em muitos casos ver-se obrigado, com sua mulher e filhos a recorrer aos pais de um deles, dos cônjuges, é evidente, e tentar conseguir caber ainda numa das casas em que antes habitara.

Mais; há no senhor Pedro a tendência de se comprazer, sentindo-se arrebatado observando o esforço de todos os cidadãos de que priva, com todas as suas medidas de austeridade, de uma vida dentro dos parâmetros da dignidade humana, e na tentativa de calar certas bocas que entretanto se abriram, dizer que oferece, nas escolas, almoço e lanche a todas as crianças cujos progenitores se viram, de repente, na miséria, devido a todos os cortes por ele e seus esbirros efectuados.

SE alguém lhe propõe alguma coisa diferente, se alguém lhe mostra os erros gravíssimos que comete, limita-se a empurrar para o seu antecessor, sabendo ser mentira, a culpa de tudo o que de mal afecta Portugal e os portugueses.

Depois, bem, depois cai implacavelmente sobre os reformados e pensionistas, roubando-os ostensivamente dos seus direitos adquiridos ao longo de toda uma vida de trabalho árduo, escreve à troika, telefona ao senhor Seguro dizendo-lhe que quer enviar-lhe uma carta, marimbando-se plenamente em todas as propostas por ele e outros apresentadas.

E, a sua “preguiça”, que os portugueses pagam demasiado cara, o seu tédio, na maioria das vezes, são atitudes que adopta pelo desespero de não poder roubar-lhes ainda mais.

Enquanto isso, todos aqueles que vivem na riqueza são por ele isentados de qualquer comparticipação extraordinária no sentido de aliviar os mais pobres  que não podem mitigar a fome e a miséria que os assola, atitude que tanto o orgulha e pelas quais se sente arrebatado.

De facto, não há nada de menos fraco que um indivíduo que se diz político e defensor da justiça social que um primeiro-ministro que desde que tomou posse nada mais fez que inventar sempre mais novas medidas de austeridade e aplicá-las sempre aos mesmos.


Um dia acordará, despertará totalmente de toda a sua arrogância e soberba e, como se diz, isso acontecerá no dia em que o povo saiba “por onde o pegar”, e toda a sua ira contra os mais pobres desaparecerá, pois serão eles próprios a mostrar-lhe o caminho da rua.

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