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quinta-feira, 9 de maio de 2013

Portas admite que PS tem a agenda sequestrada pelas autárquicas

Numa reunião à porta fechada com os deputados da maioria, o primeiro-ministro voltou a elogiar o líder do CDS.


Passos e Portas estiveram numa reunião à porta fechada com os deputados dos dois partidos 



Tanto o primeiro-ministro como o líder do CDS – este numa aparição inédita em reuniões com deputados das duas bancadas – voltaram a tentar trazer o PS para o diálogo sobre as novas medidas, mas Paulo Portas admitiu que os socialistas têm a agenda sequestrada pelas eleições autárquicas, o que deixa pouca ou nenhuma margem para consensos.
Segundo os relatos recolhidos pelo PÚBLICO, na reunião, que decorreu à porta fechada, os deputados do PSD e do CDS (que somam 121 no total) ouviram mais do que perguntaram. Pouco mais de sete inscrições para perguntas e nenhuma sobre a contestada taxa sobre as pensões. Na intervenção inicial, Passos Coelho confirmou que o Governo apresentou à troika um conjunto de medidas com um impacto financeiro superior (4,8 mil milhões de euros) ao fixado para permitir negociar com a própria troika, com os partidos e com os parceiros sociais.
Num discurso em que voltou a elogiar Paulo Portas – que estava sentado ao seu lado – pelo trabalho feito no desenho das medidas, Passos Coelho disse esperar que a sétima avaliação da troika seja finalizada esta semana. E desafiou os partidos da oposição, em particular o PS, a dizer qual a alternativa às medidas anunciadas, lembrando que os socialistas assinaram o tratado orçamental que fixa limites da despesa do Estado.
Na mesma linha, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros disse ser necessário chamar o PS às suas responsabilidades e referiu que António José Seguro está a pedir eleições legislativas, mas que ainda falta muito tempo para o fim da legislatura. O diálogo com a UGT voltou a ser sublinhado como importante pelo líder do CDS, numa aproximação que tem vindo a fazer àquela central sindical. Questionado pelos jornalistas sobre essa aproximação, o líder da UGT, Carlos Silva, saudou que o CDS tenha vindo a mostrar essa convergência.
No final da reunião das duas bancadas, só os líderes parlamentares falaram aos jornalistas para salientar o tom de coesão na maioria. Confrontado pelos jornalistas com a contestação de Paulo Portas à taxa sobre as pensões, Nuno Magalhães (CDS) lembrou que as medidas estão ainda em aberto. E sobre se irá mesmo cair, o líder parlamentar centrista deu uma resposta curta: “Veremos”.
PS: “Há menorização” da AR
Apesar de o Governo garantir que todas as portas estão abertas para o diálogo com o PS, os socialistas parecem não sentir essa disponibilidade.
O líder parlamentar da bancada socialista, Carlos Zorrinho, disse “estranhar” que o Governo não tenha pedido o agendamento do debate no Parlamento do Documento de Estratégia Orçamental (DEO) e considerou que essa é uma “estratégia de menorização” da Assembleia da República.
As declarações foram feitas após a conferência de líderes que também não marcou o debate sobre o Orçamento Rectificativo, por não ser essa a vontade do Governo, tendo fechado os agendamentos até ao dia 31 de Maio.
Assim as medidas de compensação ao chumbo do Tribunal Constitucional só serão discutidas na Assembleia da República em Junho, depois de o Governo ter indicado que o final de Maio era o prazo para apresentar o Orçamento Rectificativo.
O líder parlamentar socialista defende que o DEO deve ser discutido dez dias após a sua entrada no Parlamento – o que aconteceu na terça-feira da passada semana –, uma vez que este documento substitui o Pacto de Estabilidade e Crescimento.
O vice-presidente da bancada do PSD Luís Menezes disse aos jornalistas que o debate sobre o DEO deve ser acompanhado do “menu de medidas” anunciadas pelo primeiro-ministro e que ainda serão debatidas com os partidos da oposição.
=Público=

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