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domingo, 12 de maio de 2013

«O MÉTODO»

Em tudo na vida, o problema do método impõe-se – e não havendo apenas um – o que seria uma solução muito fácil – mas centenas ou mesmo milhares de métodos.

Tantas quantas as individualidades ou, para que ninguém se assuste, tantos quantos são os tipos de individualidades. Pode-se tratar de um nervoso mas como tratar com um apático?

Haverá políticos dóceis? Como cuidar de um político indomável? Orientar-se-á da mesma maneira o inteligente e o que não o é? Tudo são diferenças; e é precisamente levando-as em conta que se dá prova daquela habilidade que possibilita a verdadeira firmeza.

Embora acredite que nunca se levará o estudo sobre os comportamentos dos políticos longe de mais, pois o assunto é inexaurível, a primeira coisa a fazer é dar-se conta das disposições gerais, das tendências profundas de um político, pois todos eles – no tal arco governativo -  se equivalem ou “significam” por detalhes aos quais geralmente não prestamos muita atenção.

Erro nosso, que devemos estar sempre atentos ao mais ligeiro sorriso, ao seu olhar, a todos os seus gestos, a certas reflexões mesmo que pareçam desprovidas de propósito, mas também aquela pequena irritabilidade, e se nenhuma dessas manifestações devem ser negligenciadas, essa então nem pensar!

Os cidadãos pensarão: “estamos bem arranjados, se é preciso cuidar disso tudo”. Pois é preciso. E sabem porquê?

O grande mal dos políticos de luxo, permitam-me a expressão, nunca tiveram pais ou educadores que estudassem o seu carácter, as suas deficiências, a rapidez ou lentidão das suas reacções intelectuais, morais, sociais e religiosas, pois diziam não ter tempo para essas minudências. Pois bem, cabe-nos a todos nós, e já não será sem tempo, pensar em tudo isso, agora!

Devemos estudar o seu temperamento e, então, de saber “por onde os pegar”, como se diz, uma vez que não penetra na alma alheia por arrombamento: para isso é precisa muita paciência, tacto e perseverança.

Não vêm como o senhor Pedro, por exemplo, se deixa levar pela cólera não poucas vezes e nos manda roubar tão frequentemente? Não viram ainda que desde que está no governo da nação já fez com que subissem aos impostos 65 vezes, e que, ao que tudo indica, não se ficará por aqui?

A “crise” irrompeu entre nós. Mas nunca nos disseram que tinha uma causa e onde estava essa causa. E é essa causa que é urgente conhecer-se bem, apesar de todos apontarem para o caso do BPN e também o das PPP. Mas, não apenas essas causas. Orgulho? Vaidade? Instabilidade nervosa? Delírio imaginativo? Insociabilidade? Verifiquem-se o mais possível as hipóteses.

Há razões gerais para essas crises, e de modo algum deveria ser o cidadão comum a pagá-las, a ver-se espoliado, roubado e extorquido dos seus baixos salários ou pensões de reforma que eles, com toda a insolência e desprezo pelo valor da vida humana, se limitam a decretar mais cortes, mesmo se feridos de inconstitucionalidades.

A ira que se apodera do senhor Pedro não tem qualquer razão de ser, pois nem foram os cidadãos que deram à língua sobre o senhor Relvas, que ele se viu obrigado a despedir do governo quando se tratava de um confidente e talvez mais que isso, uma espécie de braço direito, do qual se viu amputado.

Mas, com aquele seu espírito vingativo que o possui, de modo algum pode perdoar aos supostos culpados pelas mentiras ditas e cometidas por quem se pretendia poder dar exemplos de conduta.

Infelizmente, se não se puser um travão muito forte onde é tão necessário, corremos todos o risco de sermos, uma e outra vez mais, os bodes expiatórios dos azedumes sentidos pelo senhor Pedro.



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