Em tudo na vida, o problema do método impõe-se
– e não havendo apenas um – o que seria uma solução muito fácil – mas centenas
ou mesmo milhares de métodos.
Tantas quantas as individualidades ou, para
que ninguém se assuste, tantos quantos são os tipos de individualidades.
Pode-se tratar de um nervoso mas como tratar com um apático?
Haverá políticos dóceis? Como cuidar de um
político indomável? Orientar-se-á da mesma maneira o inteligente e o que não o
é? Tudo são diferenças; e é precisamente levando-as em conta que se dá prova
daquela habilidade que possibilita a verdadeira firmeza.
Embora acredite que nunca se levará o estudo
sobre os comportamentos dos políticos longe de mais, pois o assunto é
inexaurível, a primeira coisa a fazer é dar-se conta das disposições gerais,
das tendências profundas de um político, pois todos eles – no tal arco
governativo - se equivalem ou “significam”
por detalhes aos quais geralmente não prestamos muita atenção.
Erro nosso, que devemos estar sempre atentos
ao mais ligeiro sorriso, ao seu olhar, a todos os seus gestos, a certas
reflexões mesmo que pareçam desprovidas de propósito, mas também aquela pequena
irritabilidade, e se nenhuma dessas manifestações devem ser negligenciadas,
essa então nem pensar!
Os cidadãos pensarão: “estamos bem
arranjados, se é preciso cuidar disso tudo”. Pois é preciso. E sabem porquê?
O grande mal dos políticos de luxo, permitam-me
a expressão, nunca tiveram pais ou educadores que estudassem o seu carácter, as
suas deficiências, a rapidez ou lentidão das suas reacções intelectuais,
morais, sociais e religiosas, pois diziam não ter tempo para essas minudências.
Pois bem, cabe-nos a todos nós, e já não será sem tempo, pensar em tudo isso,
agora!
Devemos estudar o seu temperamento e, então,
de saber “por onde os pegar”, como se diz, uma vez que não penetra na alma
alheia por arrombamento: para isso é precisa muita paciência, tacto e
perseverança.
Não vêm como o senhor Pedro, por exemplo, se
deixa levar pela cólera não poucas vezes e nos manda roubar tão frequentemente?
Não viram ainda que desde que está no governo da nação já fez com que subissem
aos impostos 65 vezes, e que, ao que tudo indica, não se ficará por aqui?
A “crise” irrompeu entre nós. Mas nunca nos
disseram que tinha uma causa e onde estava essa causa. E é essa causa que é
urgente conhecer-se bem, apesar de todos apontarem para o caso do BPN e também
o das PPP. Mas, não apenas essas causas. Orgulho? Vaidade? Instabilidade
nervosa? Delírio imaginativo? Insociabilidade? Verifiquem-se o mais possível as
hipóteses.
Há razões gerais para essas crises, e de modo
algum deveria ser o cidadão comum a pagá-las, a ver-se espoliado, roubado e
extorquido dos seus baixos salários ou pensões de reforma que eles, com toda a
insolência e desprezo pelo valor da vida humana, se limitam a decretar mais
cortes, mesmo se feridos de inconstitucionalidades.
A ira que se apodera do senhor Pedro não tem
qualquer razão de ser, pois nem foram os cidadãos que deram à língua sobre o
senhor Relvas, que ele se viu obrigado a despedir do governo quando se tratava
de um confidente e talvez mais que isso, uma espécie de braço direito, do qual
se viu amputado.
Mas, com aquele seu espírito vingativo que o
possui, de modo algum pode perdoar aos supostos culpados pelas mentiras ditas e
cometidas por quem se pretendia poder dar exemplos de conduta.
Infelizmente, se não se puser um travão muito
forte onde é tão necessário, corremos todos o risco de sermos, uma e outra vez
mais, os bodes expiatórios dos azedumes sentidos pelo senhor Pedro.
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