O seu governo, senhor Pedro, fez mais em dois
anos que alguém mais fez nos últimos, pelo menos nos últimos 87, uma vez que
nem Salazar conseguiu fazer tanto como o senhor e seus pares fizeram.
Portanto, pode gabar-se de ter feito mais em
dois anos que o próprio ditador em 48, mais ninguém nos 37 dos 39 desde que
conseguimos ver-nos livres da ditadura, até à sua chegada.
Quanto a semear o medo, nunca pensei que, como
economista fosse capaz de saber fazer a sementeira que tem feito, colher os
frutos e obrigar os portugueses a dançar na corda-bamba, razão pela qual todos
os seus seguidores deverão saber felicitá-lo; quanto à revolta no país, ela
nasceu por si mesma, devido aos factos de que se permite felicitar-se a si
mesmo.
Permita-me lhe diga que “presunção e água
benta, cada um toma a que quer”.
Aquilo a que chama “reforma de Estado”, será
o maior descalabro do ponto de vista social jamais vivido no país, talvez mesmo
na Europa ou no mundo civilizado.
Há 30 anos que o senhor ouve falar na reforma
do sector empresarial do Estado, e eu, ouço falar de uma vida melhor para todos
os portugueses há quase 70 anos. Mas,
com todos os corruptos e oportunistas nunca mais vejo luz ao fundo do negro
tunel criado pelos políticos.
O senhor deveria ter vergonha por tudo o que
está a fazer sofrer os cidadãos, que trabalharam toda uma vida para que venha
um “ganapo” dizer que é preciso roubar aos mais pobres para dar aos mais ricos.
É preciso ter lata, como se diz cá no Porto.
Além disso, o senhor sabe tão bem como eu que
o mal de Portugal já vem de longe, que não houve qualquer possibilidade, de
governos anteriores ao seu, de sanear as contas deixadas por certos
governantes, que desbarataram o que de melhor tínhamos, como as pescas e a
agricultura, só para atender aos pedidos de amigos que sempre se limitaram a
parasitar ao redor de quem governava, ora simulando estar com uns ora com
outros, desde que a sua barriga estivesse e se mantivesse bem cheia.
Enquanto mantiver essas políticas de
austeridade e do custe o que custar, jamais conseguirá qualquer apoio popular,
mesmo daqueles que sempre apoiaram o seu partido, nem conseguirá qualquer
entendimento com aqueles que agora simula desejar esse entendimento, mas
erguendo um muro entre o senhor e eles, sejam quem forem, embora desconfie que
se quer referir ao PS.
O senhor foi o maior anátema que podia ter
acontecido a Portugal e aos portugueses, pelo que o aconselho a demitir-se
antes que se extravase toda a ira que tem vindo a apoderar-se da população em
geral, mesmo entre apoiantes do PSD.
Não sei nem compreendo como ousa falar em
esperança quando cerca de um milhão e meio de portugueses se encontra no
desemprego, com uma idade ainda curta para se reformar, mas considerada avançada
para conseguir um novo emprego.
Tenha vergonha e demita-se, dando a voz aos
portugueses, para que escolham quem prometa e cumpra o que promete e quem não
se permita mentir-lhes descarada e continuadamente.
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