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domingo, 5 de maio de 2013

«NÃO VALE A PENA SER MODESTO…»

O seu governo, senhor Pedro, fez mais em dois anos que alguém mais fez nos últimos, pelo menos nos últimos 87, uma vez que nem Salazar conseguiu fazer tanto como o senhor e seus pares fizeram.

Portanto, pode gabar-se de ter feito mais em dois anos que o próprio ditador em 48, mais ninguém nos 37 dos 39 desde que conseguimos ver-nos livres da ditadura, até à sua chegada.

Quanto a semear o medo, nunca pensei que, como economista fosse capaz de saber fazer a sementeira que tem feito, colher os frutos e obrigar os portugueses a dançar na corda-bamba, razão pela qual todos os seus seguidores deverão saber felicitá-lo; quanto à revolta no país, ela nasceu por si mesma, devido aos factos de que se permite felicitar-se a si mesmo.

Permita-me lhe diga que “presunção e água benta, cada um toma a que quer”.

Aquilo a que chama “reforma de Estado”, será o maior descalabro do ponto de vista social jamais vivido no país, talvez mesmo na Europa ou no mundo civilizado.

Há 30 anos que o senhor ouve falar na reforma do sector empresarial do Estado, e eu, ouço falar de uma vida melhor para todos os portugueses há  quase 70 anos. Mas, com todos os corruptos e oportunistas nunca mais vejo luz ao fundo do negro tunel criado pelos políticos.

O senhor deveria ter vergonha por tudo o que está a fazer sofrer os cidadãos, que trabalharam toda uma vida para que venha um “ganapo” dizer que é preciso roubar aos mais pobres para dar aos mais ricos. É preciso ter lata, como se diz cá no Porto.

Além disso, o senhor sabe tão bem como eu que o mal de Portugal já vem de longe, que não houve qualquer possibilidade, de governos anteriores ao seu, de sanear as contas deixadas por certos governantes, que desbarataram o que de melhor tínhamos, como as pescas e a agricultura, só para atender aos pedidos de amigos que sempre se limitaram a parasitar ao redor de quem governava, ora simulando estar com uns ora com outros, desde que a sua barriga estivesse e se mantivesse bem cheia.

Enquanto mantiver essas políticas de austeridade e do custe o que custar, jamais conseguirá qualquer apoio popular, mesmo daqueles que sempre apoiaram o seu partido, nem conseguirá qualquer entendimento com aqueles que agora simula desejar esse entendimento, mas erguendo um muro entre o senhor e eles, sejam quem forem, embora desconfie que se quer referir ao PS.

O senhor foi o maior anátema que podia ter acontecido a Portugal e aos portugueses, pelo que o aconselho a demitir-se antes que se extravase toda a ira que tem vindo a apoderar-se da população em geral, mesmo entre apoiantes do PSD.

Não sei nem compreendo como ousa falar em esperança quando cerca de um milhão e meio de portugueses se encontra no desemprego, com uma idade ainda curta para se reformar, mas considerada avançada para conseguir um novo emprego.

Tenha vergonha e demita-se, dando a voz aos portugueses, para que escolham quem prometa e cumpra o que promete e quem não se permita mentir-lhes descarada e continuadamente.




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