Quando surge um sentimento de culpa
exagerado, pode ser neurótico; os psiquiatras dizem que este se manifesta
quando a agressividade natural do indivíduo é dirigida contra si próprio
Mas os sentimentos de culpa podem também ser
úteis. As comunidades tentam, em geral, promover o bem comum e impedir os seus
membros de se prejudicarem mutuamente – os indivíduos interiorizam os valores
do grupo e evitam fazer coisas de que se sentiriam culpabilizados a posteriori.
É sempre arriscado empregar termos genéricos
para descrever distúrbios psíquicos, mas, em termos latos, uma psicose é mais
grave que uma neurose.
Exemplos de sintomas neuróticos são as
fobias, os pensamentos obsessivos, as compulsões, as crises ansiosas, a
conversão histérica; todos causam grande sofrimento ao doente neurótico, que os
sente como desadequados e estranhos à sua vontade; no entanto, corresponderam
em alguns momentos das suas vidas à melhor solução encontrada para lidar com um
conflito que, de outra forma, se tornaria insuportável.
A grande diferença entre o neurótico e o
psicótico é que o primeiro mantém o sentido da realidade, o que lhe permite ter
consciência do seu estado; o psicótico, pelo contrário, perdeu o contacto com a
realidade, confunde-a com as suas percepções distorcidas e falsas e com
concepções delirantes características da psicose, não conseguindo, muitas
vezes, ter desta consciência.
Se um neurótico dá mostras de religiosidade
exagerada, diz-se estar a fazer uma encenação, uma forma de levar a vida,
apelando aos bons sentimentos de quem o ouve; tratando-se de um psicótico,
chama-se a essa expressão, “delírio místico”, que deve ser tratado por
psiquiatra e, em muitos casos, em regime de internamento.
Mas existe ainda um terceiro grupo que não
pertence nem às neuroses nem às psicoses, que é o designado grupo de “oportunistas”,
que alguns designam por psicopatas, que tentam levar a vida da melhor forma
possível, tudo fazendo para tentar captar sobre si a simpatia de uma sociedade
pouco evoluída.
Servem-se de todos os meios para atingirem os
fins que se propuseram e, tratando-se de um país como Portugal, onde impera uma
fé um tanto cega, esses “oportunistas”
usam de todos os meios, sobretudo os religiosos ou místicos, para atingirem
determinados fins, especialmente conseguidos devido a uma certa credulidade
popular que, também acredita, ainda, em milagres inspirados pela “Virgem Maria”
Ouvir o senhor Silva, presidente da República
de Portugal dizer publicamente que “Nossa Senhora de Fátima deu inspiração” à
sétima avaliação feita pela troika ao estado das finanças portuguesas é, no
mínimo, um tanto estranho, já que é uma forma, mais uma, de tratar os
portugueses de atrasados mentais, tema sobre o qual deveria ser mais cuidadoso,
uma vez que já provaram, quase á exaustão, que o não são.
Isto, prezados concidadãos que possam ler
estas simples palavras, só porque os membros da tal troika terá dado o seu aval
“precisamente a 13 de Maio do ano de graça de 2013”, em que os milhares de
peregrinos que se deslocaram a Fátima ali rezavam pedindo a Maria mais e melhor
saúde, mas também emprego, para poderem sobreviver aos constantes ataques feitos
quer pelo actual governo sob a forma de cortes e fomentando os despedimentos,
numa espécie de concubina entre governantes e patronato, que estão, uns e
outros, a conduzir Portugal e os portugueses ao abismo.
Se a coisa não fosse tão dramática, seria
ridícula e digna de umas boas gargalhadas, até porque o actual presidente imita
na perfeição o antigo seu homólogo, Américo Tomás, fazendo sempre apelo a sua
mulher que, como mandam as boas regras conjugais, o acompanha onde quer que vá
proferir mais um discurso seja numa inauguração mais ou entregar mais um
prémio, como foi o caso desta vez, do Prémio Bial 2012.
Efectivamente, estamos a recuar no tempo, mas
também no espaço político até aos tempos da ditadura e da tentativa de
implementar cada vez mais obscurantismo entre a população nacional, o que não
deixa de ser muito lamentável.
Sem comentários:
Enviar um comentário