Presidente
da República lembra as “dificuldades normais” das coligações, mas afirma, relativamente
à taxa sobre as pensões, que “há limites de dignidade”.
Cavaco
visitou exposição dos carros dos presidentes da República, no Porto
Cavaco Silva deixou nesta terça-feira um recado ao Governo, em
especial ao CDS, ao afirmar que “devem evitar-se exposições públicas de
divergências”, que considera “normal existirem nas coligações”.
“Um governo
de coligação não é uma planície sem escolhos, exige espírito de
compromisso” e “pôr em primeira linha o interesse nacional”,
afirmou o Presidente da República, no final da cerimónia de entrega dos Prémios
BIAL 2012, que decorreu no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no
Porto.
Questionado sobre as tensões no
Governo que marcaram os últimos dias em torno da nova taxa de sustentabilidade
das pensões de reforma, Cavaco tentou desdramatizar o assunto. “A informação
que recebo de um lado e do outro – e julgo estar bem informado – não
coincide com a que é publicada” e “não é muito diferente” entre si, frisou
aos jornalistas.
Mas também deixou perceber o desconforto
com a publicitação das divergências, ao insistir que “é preciso evitar
exposições públicas” sobre elas. “As questões do Governo têm de ser
resolvidas dentro do Governo”, sublinhou.
Para Cavaco Silva, os custos de
uma crise política “seriam muito elevados”: “De acordo com a informação que
recebo, seria grande o risco de Portugal resvalar para uma situação semelhante
à de outros países que se encontram em situação muito pior do que nós.”
Mas no que respeita à matéria de
facto que está na origem dessas divergências – a nova taxa de
sustentabilidade sobre as pensões – Cavaco Silva reafirmou a sua
opinião: “Há limites da dignidade que não podem ser ultrapassados”
.
“Este grupo tem sido duramente atingido nos últimos tempos no nosso país e é um grupo que já não tem hipótese de encontrar um novo rumo de vida”, afirmou o Presidente.
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“Este grupo tem sido duramente atingido nos últimos tempos no nosso país e é um grupo que já não tem hipótese de encontrar um novo rumo de vida”, afirmou o Presidente.
O Presidente da República
disse esperar que seja cumprido o que lhe foi dito, que os reformados e
pensionistas não serão mais sobrecarregados.
Para Cavaco Silva, as pessoas não
podem acumular expectativas ao longo da vida que depois não são
cumpridas.
=Público=
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