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terça-feira, 7 de maio de 2013

«CONJUGUE O VERBO “CEDER”, SENHOR PEDRO»

Com uma idade superior à sua e bastante experiência da vida, desde criança que quer meus pais quer na escola, aprendi a conjugar o verbo ceder.

E isso não se deu sem inconveniente muito sério, mais tarde, pois de uma vida que não se partilha, é-se progressivamente excluído.

Não se compreende bem o que não se procura compreender todos os dias.

Os portugueses não lhe têm reconhecido – e olhe lá – senão um direito de uma governação que se nega pôr em prática, ou porque não sabe ou porque imagina que o povo não lhe merece mais que uma forte fiscalidade mas também fiscalização.

O resto, “caro senhor Pedro” tornou-se em assunto pessoal, porque se nega aprender a conjugar, no presente do indicativo, o verbo ceder, tal como eu aprendi até na universidade, ou sobretudo nela com professores que souberam fazer compreender a todos os seus alunos qual o verdadeiro significado da palavra “ceder”.

Segui um rumo que nem todos os colegas de liceu, de turma, seguiram. No percurso desse rumo e caminho, encontrei pessoas eruditas, mas também iletradas, umas mais teimosas que as outras, muitas delas sem saberem sequer o que é um verbo, mas que sabiam ceder aos conselhos que lhes dava, a uma alteração que se exigia para que pudessem continuar a viver, embora com certas dificuldades.

Souberam aprender a ceder, mas aprenderam também a não ceder face a uma morte quase certa sem que cedesse aos conselhos que lhes proporcionava.

Através dos perigos que nunca suspeitará, de hesitações, de tentativas sucessivas, nem todas bem sucedidas, eles formaram formar uma consciência nova, não sem uma certa dificuldade, mas que os tornou felizes, permitindo-me, e aos meus colegas, tornar os danos menos graves que se não tivessem sabido aprende a ceder.

Quando alguém, com uma certa cultura – e ninguém é tão culto como deseja – recorre a um confidente, como se se tratasse de um confessor, seguindo o velho ditado de que “ao médico, ao advogado e ao padre dizer só a verdade”, talvez tenha chegado o momento de perder ou colocar de lado toda essa sua arrogância e começar a aprender a ceder.

Recorde-se de que “nunca é demasiado tarde para aprender”, e aprender a ceder deve tornar-se prioritário em si, uma vez que é impossível poder ficar impávido e sereno face ao nível de vida que impôs, um tanto estupidamente ao povo que afirma, orgulhoso, estar a governar.

Peço-lhe, pois, que abra um parentesis na sua ainda curta carreira política, que não se coloque de um lado e o povo do outro, mostrando-se inteligente ao ponto de aprender a ceder aos seus anseios. Por eles, votaram no seu partido.

Lembre-se que não deve nem pode valer tudo para atingir determinados fins, e que servir-se de mentiras como se serviu na campanha eleitoral, faltando a todas elas e ultrapassando-as com toda a sua arrogância e soberba, como também na sua forma de falar, de se dirigir aos cidadãos e aos deputados das oposições, são provas de que está fortemente necessitado de aprender a ceder, a saber ceder, dentro do que é razoável, deixando de pensar que “tem o rei na barriga”, e verificar por si só que todos somos iguais à superfície da Terra.

Por isso, senhor Pedro, queira dedicar algum tempo de sua vida a aprender a ceder, e poderá ainda tentar salvar-se da total derrocada que o ameaça.



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