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quarta-feira, 1 de maio de 2013

«A VOCAÇÃO PORTUGUESA»

«A Liberdade»

Alguns povos tomaram lugar na história porque tinham engendrado audaciosos navegadores, nenhum deles se comparando com aqueles que deram novos mundos ao mundo, como Eanes, Gama ou Álvares Cabral, entre outros.

Outros países devem a sua fama à habilidade dos seus negociadores. Outros ainda, faz<em-se admirar pela sua indústria cujos produtos são estimados e procurados.

Outros ainda orgulham-se dos seus poetas, como todos nos orgulhamos de Camões e do Manuel Alegre, dos seus músicos ou dos seus filósofos.

Tal país celebra os seus homens de guerra, tal outro os seus artistas e, ainda, um utro os seus sábios.

Conhecem-se nações, mesmo muito numerosas e fortemente estabelecidas sobre vastos territórios, que não podem responder ao apelo da história citando o nome de um só dos seus cidadãos.

Em contrapartida, pequenos países podem fazer-se apresentar ao tribunal da humanidade por uma coorte de advogados.

Por vezes, um único grande homem, ou uma grande mulher basta para ilustrar um império.

A Portugal não falta uma qualquer das partes da actividade humana. Portugal está presente em todo o mundo e em todo o mundo se fala português, mesmo o mais vernáculo, mas também o mais moderno e clássico.

Portugal deu-nos dois Egas Moniz, um com Afonso Henriques, o outro oferecendo-nos um Nobel da Medicina, assegurando um lugar honroso entre os grupos humanos em todo o mundo.

Mas, na verdade, existem centenas, milhares de homens famosos e admiráveis que Portugal deveria inscrever os seus nomes nas paredes do Panteão Nacional.

A bela e célebre frase de Térence: «Homo sum: humani nihil a me alienum puto», se pudesse, por favor especial, aplicá-la a uma nação como a uma pessoa, ousaria pedir que fosse bordada sobre as bandeiras da minha pátria.

Todas as províncias de Portugal mostraram, com grande trabalho, virtudes concorrentes ou complementares, cada uma oferecendo ao seu país nomes como Bocage, Eça, Camilo, Herculano, Saramago e tantos outros, como algumas mulheres que além de mães se dedicaram à ciência, à filosofia, à música, como Maria João Pires e tantas outras.

Poderia prolongar esta lista em longas páginas ainda. Ela mostraria maravilhosamente que nenhum canto de Portugal é um medíocre território, pelo talento e pelo génio.

Lamentavelmente, poderia também citar numa longa lista nomes de indivíduos que não possuem uma réstia sequer de vergonha de se acoitarem na política para destruírem o país e a esperança dos portugueses, mas também a soberania nacional, preferindo-se europeus obedientes às directivas de Bruxelas e Berlim, dando o seu grande concurso para a infelicidade de todo um povo martirizado, mostrando-se felizes com toda essa infelicidade que causam com a sua deformada ideologia, tal como acontece com o actual governo de um Portugal onde já ninguém sabe sorrir feliz.


Os sorrisos que hoje se v~em, são amarelos pálidos e desprovidos de toda e qualquer forma de sentido, sorrisos de amargura e de impotência mal contida.

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