«A Liberdade»
Alguns povos tomaram lugar na história porque
tinham engendrado audaciosos navegadores, nenhum deles se comparando com
aqueles que deram novos mundos ao mundo, como Eanes, Gama ou Álvares Cabral,
entre outros.
Outros países devem a sua fama à habilidade
dos seus negociadores. Outros ainda, faz<em-se admirar pela sua indústria
cujos produtos são estimados e procurados.
Outros ainda orgulham-se dos seus poetas,
como todos nos orgulhamos de Camões e do Manuel Alegre, dos seus músicos ou dos
seus filósofos.
Tal país celebra os seus homens de guerra,
tal outro os seus artistas e, ainda, um utro os seus sábios.
Conhecem-se nações, mesmo muito numerosas e
fortemente estabelecidas sobre vastos territórios, que não podem responder ao
apelo da história citando o nome de um só dos seus cidadãos.
Em contrapartida, pequenos países podem
fazer-se apresentar ao tribunal da humanidade por uma coorte de advogados.
Por vezes, um único grande homem, ou uma
grande mulher basta para ilustrar um império.
A Portugal não falta uma qualquer das partes
da actividade humana. Portugal está presente em todo o mundo e em todo o mundo
se fala português, mesmo o mais vernáculo, mas também o mais moderno e
clássico.
Portugal deu-nos dois Egas Moniz, um com Afonso
Henriques, o outro oferecendo-nos um Nobel da Medicina, assegurando um lugar honroso
entre os grupos humanos em todo o mundo.
Mas, na verdade, existem centenas, milhares
de homens famosos e admiráveis que Portugal deveria inscrever os seus nomes nas
paredes do Panteão Nacional.
A bela e célebre frase de Térence: «Homo sum:
humani nihil a me alienum puto», se pudesse, por favor especial, aplicá-la a
uma nação como a uma pessoa, ousaria pedir que fosse bordada sobre as bandeiras
da minha pátria.
Todas as províncias de Portugal mostraram,
com grande trabalho, virtudes concorrentes ou complementares, cada uma
oferecendo ao seu país nomes como Bocage, Eça, Camilo, Herculano, Saramago e
tantos outros, como algumas mulheres que além de mães se dedicaram à ciência, à
filosofia, à música, como Maria João Pires e tantas outras.
Poderia prolongar esta lista em longas
páginas ainda. Ela mostraria maravilhosamente que nenhum canto de Portugal é um
medíocre território, pelo talento e pelo génio.
Lamentavelmente, poderia também citar numa
longa lista nomes de indivíduos que não possuem uma réstia sequer de vergonha
de se acoitarem na política para destruírem o país e a esperança dos
portugueses, mas também a soberania nacional, preferindo-se europeus obedientes
às directivas de Bruxelas e Berlim, dando o seu grande concurso para a
infelicidade de todo um povo martirizado, mostrando-se felizes com toda essa
infelicidade que causam com a sua deformada ideologia, tal como acontece com o
actual governo de um Portugal onde já ninguém sabe sorrir feliz.
Os sorrisos que hoje se v~em, são amarelos
pálidos e desprovidos de toda e qualquer forma de sentido, sorrisos de amargura
e de impotência mal contida.
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