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domingo, 5 de maio de 2013

«SE FOSSE PREGADOR…»

Mas não. Não se trata de fazer sermões como acontecia com o Padre António Vieira ou outros que, em dias de festa ou romarias importantes, se deslocam ali para com ardor falarem ao povo acerca do santo ou da santa patrono da terra.

Não se trata também de criar o novo, mas de manter e adaptar meios a uma situação nova.

Antigamente que se fazia? Vivia-se mal e no totalitarismo político-social, viamo-nos obrigados a aceitar tudo quanto os políticos decidiam, sem nos dar satisfações, viviamos como que encafuados num mundo diferente, pois se existiam, as instituições eram apenas para inglês ver. O ditador decidia, o povo cumpria, o presidente cortava mais umas fitas, as instituições serviam para dar um ou outro tacho a este ou àquele amigo, as forças policiais, especialmente a pide velavam pelo bom comportamento moral e cívico da população.

Todos deviam frequentar as igrejas, sob pena de serem apontados e denunciados por algum “amigo” como mais um comunista que nem à missa ía. Era uma alegria tal, que alguns até choravam de tanto rir só de verem parados os carros celulares junto a uma casa qualquer.

Naqueles tempos de ouro para a tirania em Portugal, poucos compreendiam a não ser pela metade, mas todos pressentiam que tudo aquilo era essencial para a manutenção do Estado Novo.

Alguns cidadãos, que por vezes eram apontados como comunistas que não frequentavam as igrejas, quando sabiam que andavam a ser seguidos por um pide, entravam na igreja, mostravam ao filho o altar e o tabernáculo, em voz alta para que ele ouvisse também, ajudavam o filho a fazer uma oração, para que ele sentisse que estava na presença de “outra coisa”, que havia “um além”, confuso para ele, mas sobre o qual possuia noções precisas. Aquela atitude sugeria ao pide que, afinal era ele mesmo quem precisava de aprender muito sobre a religião, largava a perseguição, fazia um relatório e o bufo era advertido.

Ora, nos tempos de hoje e sob as batutas quer do senhor Pedro quer do senhor Silva, as coisas tomaram um cariz muito similar no respeitante aos medos vividos pelas populações em geral e, lentamente começaram a sentir – as populações – que abusavam delas, que tal como outrora eram espoliadas dos seus bens, pois como alguém inventou uma crise tremenda económica, necessário se tornava, para os que infelizmente governam ainda o país, ou afirmam governar, o faziam ao sabor dos interesses do mundo capitalista, causando e espalhando a fome e a miséria por todo o país, sobre as classes menos favorecidas.

Os “notáveis” do maior partido da coligação, ou os tais “históricos” e considerados seguidores do actual presidente da República, desencadearam e lançaram-se numa verdadeira cruzada contra quem os colocou na “prateleira do esquecimento”, e tal como os sapadores ou mesmo as toupeiras, tudo têm feito – e valha-nos isso – para abrir os olhos a um presidente que adora os seus prolongados silêncios mas que, após tanta pressão nas ruas das cidades de Portugal, de tantos comentários feitos nas televisões, nas rádios e nos jornais, cedeu e resolveu convocar o Conselho de Estado, para analisarem em conjunto a actual e mais que crítica situação que se vive em Portugal.

Certamente que isso não será do agrado do senhor Pedro, como do senhor Silva que, todavia, se viu encostado à tal parede de que tanto se fala, outra solução não tendo senão convocar e ouvir o que têm a dizer os conselheiros de Estado.

O povo já não aguenta mais e também mais não pode dar, como pretende exigir o senhor Pedro, de acordo com o senhor Vitor, esse tecnocrata sem alma e sem o menor respeito pela cidadania nacional.

E, antes que a “bomba estoure”, talvez pretendam evitar o que consideram uma desgraça maior, muito possivelmente uma revolta popular que iria colocar portugueses contra portugueses com consequências trágicas, uma vez que praticamente não há um só dia que o actual governo não cometa mais uns cortes e mais uns roubos aos portugueses.

E se o CE tomar a decisão prevalecente na esmagadora maioria da população, se for decidido dissolver a AR e convocar eleições antecipadas, penso que se acalmarão os ânimos e que os únicos a saírem bem na fotografia, serão os conselheiros e até certo ponto, o próprio presidente da República, embora não possa disfarçar algum incómodo.


Viva Portugal!

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