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sábado, 11 de maio de 2013

«O PAÍS DOS INDESEJÁVEIS»

Nada de mais perverso, na política, que colocar os interesses privados e partidários acima dos mais convenientes à nação como um todo.

Aliás, isso acontece por toda a Europa, e talvez mesmo o mundo, revelando um grau de comprometimento social de cada sector social que vive na e da política. Vendo bem as coisas, a direita, porque elitista por natureza tem esse comportamento no seu ADN, embora certa esquerda também tenha as suas faenas o que, de qualquer modo, esse comportamento seja um péssimo serviço prestado á cidadania.

Desde há dois anos que vimos a assistir a todo um conjunto de artigos, de comentários televisivos e radiofónicos que analisam a situação do país, que não passa de uma triste realidade muito similares ao que se passava há pelo menos quarenta anos e mais ainda, dando a todos, mas sobretudo aos mais velhos, de uma repressão muito significativa e que nenhum político poderá imputar à troika.

Dizem-nos que a inflação se mantém estável, mas calam-se quando – e todos sabemos que andamos a ser constantemente roubados pelas gasolineiras com as constantes subidas e descidas do preço dos combustíveis, com todo esse desemprego e falta de estabilidade na economia, como nas finanças familiares, com um governo que se limita a dar aos ombros ou a rir-se, aconselhando mesmo a que se encostem os carros e se procurem os transportes públicos, que ficam ainda mais caros, e, se há tempos atrás os passageiros se sentiam como sardinhas enlatadas, hoje podem viajar sentados, pois uma grande parte da população anda a pé.

E se alguém critica os meios utilizados pelos governantes, de imediato levantam a sua voz para justificarem que se vive uma crise terrível e ser necessários cada vez mais sacrifícios por parte da população, a verdade é que a população sacrificada é a mais pobre, a de menores recursos. Mas também apontando o memorando assinado coma tal troika, nem que tenham de manipular dados.


Todavia, não prescindem dos seus carros topo de gama, dos seus motoristas e de muitas mais benesses que gastam milhões mensalmente, razão pela qual se dedicam a imaginar sempre novos e pesados impostos, com a argumentação de que todos são iguais, apesar de se saber que uns são mais iguais que outros.
Há o costume de dizer, quando os acontecimentos assim o exigem, que Portugal é uma República bananeira, mas que, pessoalmente, afirmo ser mais tomateira; em Portugal os tomates têm muita aplicação, seja culinária ou não.

Frequentemente se ouve dizer que aquele não os tem no sítio, que aquele os tem a mais, que há pessoas que nem os têm, nem nunca os tiveram, que na sua maioria são cultivados para exportação e para a confecção de compotas ou doce de tomates, que têm efeitos medicinais, ou seja, os tomates são uma espécie de banha da cobra e que consumidos em salada são divinais.

Só faltava agora que fossemos aconselhados a comer tomates e cenouras, mesmo que diabéticos, ou que a própria senhora ministra da agricultura consumia uma boa quantidade de tomates nacionais diariamente, e que os governantes bebiam sumo de tomate em vez de água ou de uma bebida espirituosa de vez em quando.

Porquê falar de tomates e de cenouras? Trata-se de um simples exemplo das conversas e temas que mais convêm aos políticos que se arvoram em defensores do produto nacional e que consumir tomates faz bem à saúde, seja qual for a espécie de tomates que se consuma.

Mas, os portugueses preferem comer bacalhau, carne de porco e de vaca, frango de vez em quando e uns carapaus ou sardinhas, mas não lhes podem chegar devido ao preço e sobretudo à falta de dinheiro para adquirir esses alimentos.

Por tais motivos, os portugueses são cada vez mais indesejáveis, especialmente essa tal «peste grisalha», os mais velhos, que tanto deram ao país e que hoje quase se limitam a receber insultos da parte de alguns políticos, mas também todas as agressões constantes de toda essa idiotia que dá pelo nome de políticos, pois esses mesmos velhos que trabalharam toda a a vida e desde tenra idade, se tornaram um peso para o país que os viu nascer e que eles tanto estimam.

E se não se calam, têm todo o direito de gritar alto e bom som, as suas exigências em  defesa da sua dignidade como seres humanos que deram ao país o que nem mil políticos conseguiram dar-lhe, pois a única coisa que sabem fazer é roubá-lo com todo o descaramento.

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