O antigo ministro das Finanças reconhece que
actual titular da pasta é competente, mas “errou demasiado”.
". Antigo ministro das Finanças alerta que convergência com efeitos retroactivos é errado e inconstitucional"
António Bagão Félix, economista e antigo ministro das Finanças
de Pedro Santana Lopes, considera que o papel de Vítor Gaspar “está esgotado” e
que o ministro das Finanças é a fonte dos problemas dentro da coligação.
Bagão Félix
considera que o actual ministro das Finanças “é um homem bastante íntegro,
honesto, trabalhador, competente nas suas matérias mas, às vezes, fora da
realidade concreta”. “Acho que errou demasiado e, neste momento, está
desgastado”, diz na entrevista conjunta ao Diário Económico e à Antena 1.
O economista reconhece que Vítor
Gaspar “tem uma notoriedade e confiança muito forte” junto das autoridades
alemãs e dos principais credores. Contudo, destaca, “internamente já não é
assim”.
“Os problemas da coligação neste
momento não são da coligação, são entre o ministro das Finanças e alguns
ministros”, realça, dando como exemplo o ministro dos Negócios
Estrangeiro, Paulo Portas, e o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.
Bagão Félix volta a criticar as
medidas que o Governo prepara na área das pensões, por considerar que “está a
mexer com a base de qualquer sistema democrático e do Estado de Direito”.
O antigo ministro das Finanças e
também da Segurança Social defende a convergência entre o sector público e o
sector privado, mas alerta que estendê-la aos actuai pensionistas com carácter
retroactivo “é errado e inconstitucional, porque é uma forma indirecta de
imposto”.
"O grande factor de
restrição na Segurança Social não são as pensões, é o desemprego”, devido aos
seus efeitos nas finanças públicas, quer por via do aumento das despesas com o
pagamento do subsídio, quer pela perda de receitas, realça.
=Público=
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