Adiou reforma para ajudar país e agora
não recebe nada
Um antigo piloto de helicópteros de combate a
incêndios está sem pensão de velhice há sete meses. Para "fazer um jeito
ao país", que tem falta de especialistas na sua área, Joaquim Ascenso, de
66 anos, aceitou adiar o início da sua reforma de 16 de agosto para 1 de
novembro de 2012.
Joaquim Ascenso
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Com este adiamento, assegurou, ao serviço da EMA-Empresa de Meios Aéreos,
SA., a cobertura da época mais crítica de fogos em Portugal. No final de
outubro, cessou o vínculo à sociedade de capitais públicos e aposentou-se. Até
ao presente, a Segurança Social não pagou um único cêntimo da reforma.
"É muito injusto e está a deixar-me sem forma de subsistir, uma vez
que estou a gastar e a acabar com as economias de uma vida. O único rendimento
que tenho, para fazer face aos encargos que assumi a contar com a pensão de
velhice a que tenho legalmente direito, é o da Cruz de Guerra, que representa
cerca de 400 euros/ mês", afirma Joaquim Ascenso, que vive em Santa Comba
Dão.
Dada a especificidade da sua profissão, Joaquim, que conta com mais de 40
anos de descontos para a Caixa Geral de Aposentações, tinha direito a
reformar-se aos 60 anos.
"Não quis. Sentia-me com forças para continuar a trabalhar, pelo que
não fazia sentido viver à custa da Segurança Social, prejudicando os interesses
do meu país. Com 60 anos e um dia (2 de maio de 2007), saí do Instituto
Nacional de Aviação Civil (INAC) e comecei a trabalhar na EMA. Hoje, face ao
desprezo a que estou a ser sujeito por parte da Segurança Social, pergunto-me se
não terei feito mal ao abdicar, há cinco anos, da pensão de velhice..."
F. P.
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