Nada é mais fácil de provar.
Com efeito, é evidente que, se se deseja
inculcar uma verdade a alguém, é preciso começar por possuí-la.
Ora, não se pode dar o que se não tem e, o
actual governo, especialmente o seu líder, é o exemplo vivo do que digo.
Uma família não vive só de pão. Tende a
realizar plenamente a vida, relativamente a tudo o que ela é, quer dizer, a
todos os seus recursos, a todas as suas possibilidades, interiores e
exteriores, naturais e sobrenaturais e bem sabemos, os centes, onde devemos
insistir.
Pensam agora aumentar a idade da reforma,
para manter a sustentabilidade da Segurança Social, muito possivelmente para os
67 anos de idade, o que nem de perto nem de longe corresponde á real
necessidade do país e suas instituições.
Trata-se mais de uma outra obsessão que
possui o senhor Pedro e o senhor Gaspar e que creio não será bem sucedida. Se a
esperança de vida aumentou, é inegável que em muitos casos diminuiu, ameaçando
diminuir ainda mais, uma vez que também aumentaram as doenças, como a
tuberculose poli-resistente, o cancro e outras, que afectam já uma boa parte da
população activa nacional.
Para se tomarem certas medidas torna-se
necessário poder alcançar um desenvolvimento ao mesmo tempo físico, intelectual,
moral, imaginativo, social e até religioso.
Ninguém deve temer esse exame de consciência.
Que eles passem em revista as causas dos
males que nos afectam e as razões pelas quais tantas crises se tornam crises sem
saída.
Que se perguntem, por exemplo, “onde se acha
agora, no nosso mundo de revoltados, o que se chamava outrora “princípios”?
Qual deles, políticos no poder – políticos da
treta, diga-se – ousaria dizer que aqueles de entre nós, que conservam ainda
aquela pureza de espírito, aquela rigidez que, só elas, nos permitirão
aplicá-los com sucesso?
Que move, afinal, o actual governo? Vingança?
Porquê? Que motivos teria para se vingar num povo que sempre viver martirizado
pela ditadura totalitária durante 48 longos anos, e hoje vive sob a ditadura
económico-financeira, que tem causado as desgraça a muitos portugueses, assim
como tamanho desemprego que se instalou em Portugal com ares de duradouro?
Porque, governantes deste país, notem bem,
jamais farão que seja admitido nem o respeito nem a submissão que sabem que os
senhores mesmos admitem com fraqueza e indecisão.
Que querem afinal dos portugueses? Que vos
ofereçam o seu sangue, suor e lágrimas, em troca de ainda mais anos de trabalho
mal remunerado? Que se convertam voluntariamente à escravatura sob todas as
novas formas que têm engendrado?
Não seria caso de uma forte intervenção de
quem jurou defender e fazer respeitar a Constituição da República Portuguesa, e
que é o presidente da mesma República, em vez de se remeter aos seus
prolongados silêncios aos quais chamam tabus?
Se ninguém pode dar o que não tem, não deve
pretender exigir aquilo que também ninguém pode mais dar o que é seu por
direito próprio. Porque mexer agora na idade de reforma implica sempre uma
revisão da Constituição.
Que dirão e farão os parceiros sociais e o
Tribunal Constitucional? Este governo passa a vida a provocar tudo e todos, mas,
até quando?
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