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quinta-feira, 2 de maio de 2013

«NÃO SE PODE DAR O QUE SE NÃO TEM…»

Nada é mais fácil de provar.

Com efeito, é evidente que, se se deseja inculcar uma verdade a alguém, é preciso começar por possuí-la.

Ora, não se pode dar o que se não tem e, o actual governo, especialmente o seu líder, é o exemplo vivo do que digo.

Uma família não vive só de pão. Tende a realizar plenamente a vida, relativamente a tudo o que ela é, quer dizer, a todos os seus recursos, a todas as suas possibilidades, interiores e exteriores, naturais e sobrenaturais e bem sabemos, os centes, onde devemos insistir.

Pensam agora aumentar a idade da reforma, para manter a sustentabilidade da Segurança Social, muito possivelmente para os 67 anos de idade, o que nem de perto nem de longe corresponde á real necessidade do país e suas instituições.

Trata-se mais de uma outra obsessão que possui o senhor Pedro e o senhor Gaspar e que creio não será bem sucedida. Se a esperança de vida aumentou, é inegável que em muitos casos diminuiu, ameaçando diminuir ainda mais, uma vez que também aumentaram as doenças, como a tuberculose poli-resistente, o cancro e outras, que afectam já uma boa parte da população activa nacional.

Para se tomarem certas medidas torna-se necessário poder alcançar um desenvolvimento ao mesmo tempo físico, intelectual, moral, imaginativo, social e até religioso.

Ninguém deve temer esse exame de consciência.

Que eles passem em revista as causas dos males que nos afectam e as razões pelas quais tantas crises se tornam crises sem saída.

Que se perguntem, por exemplo, “onde se acha agora, no nosso mundo de revoltados, o que se chamava outrora “princípios”?

Qual deles, políticos no poder – políticos da treta, diga-se – ousaria dizer que aqueles de entre nós, que conservam ainda aquela pureza de espírito, aquela rigidez que, só elas, nos permitirão aplicá-los com sucesso?

Que move, afinal, o actual governo? Vingança? Porquê? Que motivos teria para se vingar num povo que sempre viver martirizado pela ditadura totalitária durante 48 longos anos, e hoje vive sob a ditadura económico-financeira, que tem causado as desgraça a muitos portugueses, assim como tamanho desemprego que se instalou em Portugal com ares de duradouro?

Porque, governantes deste país, notem bem, jamais farão que seja admitido nem o respeito nem a submissão que sabem que os senhores mesmos admitem com fraqueza e indecisão.

Que querem afinal dos portugueses? Que vos ofereçam o seu sangue, suor e lágrimas, em troca de ainda mais anos de trabalho mal remunerado? Que se convertam voluntariamente à escravatura sob todas as novas formas que têm engendrado?

Não seria caso de uma forte intervenção de quem jurou defender e fazer respeitar a Constituição da República Portuguesa, e que é o presidente da mesma República, em vez de se remeter aos seus prolongados silêncios aos quais chamam tabus?

Se ninguém pode dar o que não tem, não deve pretender exigir aquilo que também ninguém pode mais dar o que é seu por direito próprio. Porque mexer agora na idade de reforma implica sempre uma revisão da Constituição.


Que dirão e farão os parceiros sociais e o Tribunal Constitucional? Este governo passa a vida a provocar tudo e todos, mas, até quando?

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