Número total de visualizações de páginas

sábado, 18 de maio de 2013

«A CRIANÇA ADOPTADA»

Muito antes de entrarem na escola, já as crianças absorveram conceitos básicos de moral, fé, rectidão e desenvolveram o gosto pelo convívio e participação na vida familiar e curiosidade pelo mundo exterior.

Aprenderam a tomar decisões seguindo o exemplo dos pais e imitam os mais velhos em tudo, desde o estar à mesa até ao modo como se relacionam, das discussões ao fazer as pazes.

Este processo é designado por imitação lenta e absorção dos padrões sociais por socialização ou enculturação.

É a socialização no seio da nossa própria família quie estabelece a linha emocional que nos guiará na vida.

Tão poderosas são estas forças integradoras que mesmo as pessoas empenhadas na rejeição dos seus padrões familiares podem continuar a ser influenciadas por eles.

Por exemplo, quando educamos os nossos filhos, tendemos, em muitos casos e muitas vezes inconscientemente e contra as nossas intenções, para os tratarmos como os nossos pais nos trataram.

E assim se perpetuam nas famílias os sistemas de recompensa-castigo, dos comportamentos permitidos ou inaceitáveis.

A Criança Adoptada

A adopção era tratada como um segredo de família,  a esconder da criança por tanto tempo quanto possível. Os pais eram frequentemente aconselhados a não discutir a situação enquanto a criança não fosse pelos menos adolescente: pensava-se que, com a personalidade já mais madura, o jovem enfrentaria melhor o trauma emocional provocado pela notícia.

Na prática, raramente se conseguia manter o segredo. Invariavelmente, havia um amigo ou familiar que tocava ou fazia uma insinuação sobre o assunto, levando frequentemente a criança a conhecer a situação através de terceiros.

Hoje, é opinião quase unânime que a informação da adopção e das circunstâncias em que ela ocorreu deve ser dada muito cedo, embora sem esquecer que para as crianças muito pequenas os pormenores são dispensáveis.

Um estudo orientado pelo psicólogo David Brodzinsky, da Universidade Rutgers, que é considerado uma autoridade na matéria, concluiu que a criança tem de ter pelo menos 6 anos de idade para compreender a diferença entre pais naturais e pais adoptivos.

Outras investigações sugerem que para as crianças mais novas a ideia de outra mãe, vivendo noutro local, pode ser mais assustadora do que informativa.

Como dizer a uma criança que é adoptada?

Os pais adoptivos – falando de um casal normal, formado por um homem e por uma mulher – são hoje aconselhados a não confiarem na explicação antigamente recomendada: “Escolhemos-te porque eras muito especial”.

Os especialistas – psiquiatras e psicólogos acham que muitas conversas sobre ser-se especial apenas servem para realçar na criança o facto de ela ser diferente – o que não é, necessariamente, uma sensação reconfortante para a criança adoptada, carente de uma história familiar mais banal mas mais securizante, como a dos amigos.

A adaptação da criança à ideia de ser adoptada começa quando tal lhe é dito. É importante fazer-lhe sentir que o assunto não é tabu, que pode sempre falar sobre ele e que os pais adoptivos responderão a todas as perguntas.

Mas, como poderão os pais co-adoptantes, no caso de a lei em Portugal ir avante e não se verificar um desejável veto presidencial, tendo por pai adoptivo o Artur e por mãe adoptiva o José? Esses senhores e senhoras deputadas já imaginaram o forte traumatismo mental, mas também confusão, que pairará sobre as cabeças das crianças adoptadas por casais homossexuais?

Aliás, nunca poderei concordar com essa de “casal”, já que o termo exige, na sua significação, a presença do macho e da fêmea, ou seja, do homem e da mulher, até para o equilíbrio mental ou psíquico da criança

No mundo das crianças, os acontecimentos são sentidos e classificados como bons ou maus, segundo a sua lógica simplista.

Se a criança tivesse sido boa, a mãe teria gostado dela e tê-la-ia guardado; como não o fez, a criança deve ter sido má. Carregando estes sentimentos de culpa, a criança adoptada terá dificuldade em se desenvolver saudavelmente e aceitar-se a si e aos outros.

A construção de uma identidade forte envolverá um período difícil para os pais adoptivos,  homem e mulher, pois a criança exprime os seus receios de rejeição, provocando os pais adoptivos até aos limites, como se tentasse medir o seu afecto e a sua determinação em não a abandonarem.

É imperioso que alguém evite a cabeçada dada ontem na Assembleia da República, onde houve de tudo um pouco, até drama com as lágrimas de alguém que desconhece por completo o mundo, o verdadeiro mundo das crianças que deve ser totalmente respeitado, numa sociedade cada vez mais devassa.

E se toda a criança merece viver numa família, que esta seja normal e a forme, criando-a com amor, carinho e tudo quanto ela merece, mas também mostrando-lhe que o mundo não é formado apenas por uma parte homossexual.



Sem comentários:

Enviar um comentário