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sábado, 16 de março de 2013

«VIVENDO DA TERRA»



Da pré-história até ao século XIX, a agricultura era o principal suporte da populaçãon em todo o lado. O trabalho dos camponeses variava com as estações do ano e a natureza das suas tarefas dependia da localização e do clima.

Na Europa Meridional, por exemplo, os verões quentes e os invernos moderados permitiam que o trabalho continuasse ao longo do ano e determinavam quais cultivos, como a oliveira e a vinha. Os camponeses do Norte da Europa estavam muito mais cerceados quanto ao que podiam fazer crescer.

A vida de qualquer camponês incluía uma série de actividades. Alguns trabalhavam exclusivamente a terra, mas outros utilizavam o seu tempo em actividades como a tecelagem, a carpintaria, a produção de cerveja ou a cerâmica. Nas áreas de floresta deitavam abaixo árvores, construiam cancelas de vime e queimavam carvão. Próximo do mar, muitos combinavam a pesca com a lavoura.

A família camponesa trabalhava como uma unidade: quando o homem estava ocupado noutro local, as mulheres e as filhas mantinham a quinta, cuidando do gado, alimentando as galinhas, levando os porcos para a forragem, apanhando lenha e fazendo manteiga e quijo. As mulheres também trabalhavam no campo, mesmo em tarefas como desbastar blocos de terra com malhos.

Complementavam os rendimentos da família com as suas próprias artes – fiar, fazer rendas ou fazer cestos. Durante as estações mais activas, outras tarefas tinham de ser postas de lado, mas no inverno o trabalho extraordinário, eventualmente numa aldeia próxima, era muito bem-vindo. As crianças também ajudavam na terra e muitas vezes deixavam o lar com tenra idade para se tornarem criados ou aprendizes numa cidade.

Os padrões de vida variavam grandemente, dependendo da natureza da lavoura, da fertilidade do solo e da disponibilidade de ocupações alternativas. O clima temperado do Sul da Europa significava que era preciso menos roupas e menos aquecimento, os dias de inverno eram mais longos e as casas podiam ser mais simples. Muitas habitações de camponeses em Espanha, Itália, Grécia ou Portugal, não possuíam vidros nas janelas até há bem pouco tempo.

As mais antigas casas de uma ou duas divisões, feitas com arbustos, lama seca e palha, ripas ou gesso ou ainda com outros materiais locais, vieram a ser substituídas por estruturas mais permanentes de madeira, pedra ou tijolo.

As casa foram ficando mais elaboradas, com uma cozinha e uma despensa e com um andar superior para dormir ou para guardar cereais, quijo e lã.

Mas, nalgumas áreas sobreviveu a casa comprida, uma habitação de um só ndar, com a família e os animais domésticos debaixo do mesmo tecto.

O pão era muitas vezes feito de cerais baratos, como a aveia, a cevada e o centeio. Era também muito importante o abastecimento de material combustível: lenha ou carvão baratos possibilitavam mais pratos quentes e menos partilhas de fornos. Donas de casa trocavam receitas que eram inscritas em grandes livros. Tirava-se o maior partido possível do que podia ser apanhado nos bosques, baldios, rios e mares: vísceras, ovos, coelhos e sardinhas figuravam proeminentemente nas dietas.

A introdução da batata, que se tornou vulgar no século XIX, foi uma inovação importante, oferecendo uma alternativa nutritiva ao pão, o qual podia ficar caro após uma má colheita.

Em Portugal, até à entrada na Comunidade Económica Europeia, trabalhavam-se os campos e pescava-se em toda a extensa costa marítima. Mas, devido a uma desastrosa PAC (Política Agrícola Comum), deu-se o grande êxodo desde o interior do país para o litoral, com o abandono das terras e de casas, mas aconteceu também o grande abate de barcos de pesca, pois segundo os políticos, alguns dos quais ainda no activo e em postos de importância, ficava mais barato importar praticamente tudo o que se comia, até a fruta e o pescado.

Com tais políticas, que hoje os mesmos contrariam, afirmando ser necessário pescar e trabalhar as terras abandonadas, em demonstração cabal da hipocrisia e da submissão aos desejos dos senhores da Europa, o que muito contribuiu para ao aparecimento da “crise” que flagela gravemente os portugueses.

Em vez de fazerem uma boa distribuição de todos os subsídios concedidos por Bruxelas, limitaram-se a uma distribuição por entre os amigos e ricos empresários agrícolas e da pesca, dando início a um retrocesso tremendo no nosso país, fazendo das searas alentejanas – que eram uma espécie de celeiro de Portugal -  campos de golfe, mandando constrir barragens cujas bacias servem apenas para turista ver e se divertir em desportos náuticos, cujas águas não servem para regadio devido ao derrame de óleos e combustíveis.

Entretanto, mantiveram-se sempre os baixos salários, as baixas e pequenas políticas e hoje, os memos que assim procederam falam aos portugueses do interior e da necessidade de o repovoar e também o regresso da agricultura e das pescas, demonstrando que todas aquelas políticas erradas, fundadas nos subsídios concedidos através do pagamento do IVA, esse estúpido imposto europeu, que colocaram Portugal no abismo em que se encontra.

Mas, como são sempre os mais pobres quem paga pelos erros cometidos pelos políticos, riem-se como alarves quando se decidem falar sobre o assunto. As novas tecnologias, a industrialização do país, como se pode constatar não dá de comer ao povo, que vive na miséria e na fome, devido às péssimas políticas praticadas desde Abril de 1974, data  da Revolução dos Cravos que pôs fim à ditadura salazarista, mas dando lugar á ditadura da fome e da miséria.

Qualquer similitude com alguns, que possam doer-se do que digo, será mera coincidência.

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