O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o ministro das Finanças, Vítor
Gaspar, criaram um posto trabalho exclusivo na Presidência do Conselho de
Ministros para o antigo espião, Silva Carvalho, que, por sinal está envolvido
num processo de corrupção associado ao caso das secretas. Ora, num comunicado
enviado por escrito à rádio TSF, o ex-espião, frisa: “Finalmente, o Governo
cumpriu a lei e atribuiu-me o lugar a que tinha direito”.
“Fiquei
contente com a notícia na medida em que, finalmente, o Governo cumpriu a lei e
atribuiu-me o lugar a que tinha direito e também é com muito gosto que
regressarei ao serviço público”. É desta forma que o antigo espião, Silva
Carvalho reage, num depoimento escrito, citado pela TSF, à sua integração no
mapa de pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, em
categoria equivalente à que possui no serviço e no escalão em que se encontrar
posicionado”, de acordo com o despacho publicado ontem em Diário da República.
Aliás, o mesmo documento assinala que Silva Carvalho será incluído
na “carreira de técnico superior, e na posição remuneratória automaticamente
criada de montante pecuniário correspondente à remuneração base auferida na
carreira e categoria de origem”, pelo que o antigo espião irá auferir o mesmo
ordenado que embolsava como director dos Serviços de Informações Estratégicas e
Defesa (SIED), e isto, sublinhe-se, com efeitos retroactivos face aos dois anos
que esteve afastado da Função Pública.
À TSF Jorge Silva Carvalho confirmou que fez dar entrada em
tribunal uma acção para processar judicialmente o primeiro-ministro e o
ministro das Finanças, no passado dia 19 de Fevereiro, com o intuito de obrigar
o Executivo a cumprir a lei, ou seja, a reintegrá-lo no Estado, tal como está
previsto para os antigos elementos dos serviços secretos.
Recorde-se
que Silva Carvalho deixou as secretas para aceitar um convite da Ongoing,
empresa dirigida por Nuno Vasconcellos, tendo sido acusado de abuso de poder,
corrupção passiva, acesso ilegítimo agravado e violação do segredo de Estado.
Na base da acusação, esteve a alegada cedência de informações secretas à
Ongoing, quando à data ainda era director do SIED.
N. M.
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