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sábado, 30 de março de 2013

Ao PSD «agora entra-lhe um toiro pela arena»


Constança Cunha e Sá comenta «ajuste de contas» de José Sócrates com o passado

Um dia depois de José Sócrates ter quebrado o silêncio, na primeira entrevista televisiva após dois anos em Paris, Constança Cunha e Sá refere que a intervenção do ex-primeiro-ministro foi um «ajuste de contas» com os intervenientes do passado. A saber, o Governo, a Presidência da República e, de certa forma, o Partido Socialista. A comentadora definiu ainda «uma encenação fantástica» como outro ponto essencial da entrevista de José Sócrates. Para Constança Cunha e Sá, o ex-líder socialista aparece igual a si próprio: crispado, fazendo-se de vítima, não aceitando nenhum contraditório, um homem muito preparado, com uma capacidade de comunicação tremenda, numa entrevista que funciona quase como um «talk show», um espetáculo televisivo.

No espaço de análise nas «Notícias às 21:00», na TVI24, Constança Cunha e Sá procurou definir até que ponto a intervenção de José Sócrates «beliscou» o atual secretário-geral do PS, não só enquanto líder partidário, mas também como líder da oposição.

«No fundo o PSD dizia que António José Seguro era um perigoso radical, porque ia apresentar a moção de censura, era um irresponsável, que estava radicalizado com os partidos de esquerda. Agora entra-lhe um toiro pela arena dentro, que transforma António José Seguro num moderado, num simpático líder da oposição. (...) Para o PSD, a moção de censura agora já é uma coisinha ótima, que apareceu ali, civilizadíssima e (...) já não acham nada bem a forma como José Sócrates, no seu velho estilo, fez a sua intervenção», afirmou. 

Em relação ao Presidente da República, Constança Cunha e Sá confessa que «não estava à espera da violência com que José Sócrates se atirou a Cavaco Silva». Para a comentadora, o ataque do ex-primeiro-ministro ao chefe de Estado em exercício «condiciona o PS a subscrever essa posição» e «retira margem de manobra» a Cavaco Silva, que vê assim «dificultada a capacidade de influência no Partido Socialista». 

Para Constança Cunha e Sá, José Sócrates mostrou, no fundo, «uma capacidade de afirmação muito grande». «É a pessoa que é e não mudou nada», sublinhou. Por isso mesmo, a comentadora presume «que, quando Sócrates entrar como comentador, ele vai virar baterias contra o Governo». E justifica: «Não é por acaso que neste ajuste de contas que ele fez, propositadamente, não atacou a Esquerda dita radical, nem atacou o PS, porque ele vai tentar ser o líder da oposição ao Governo. E aí ele tem de escolher os alvos. Acho que, semana a semana, o alvo dele vai ser o Governo. No PS, a voz dele tem mais força que Seguro e o Governo corre sérios riscos com isto, porque eu penso que ele vai ser um opositor feroz ao Governo».

=TVI24=

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