As estatísticas demonstram
que, posta a questão tanto a doentes como a pessoas saudáveis, a grande maioria
quer ser informada se tiver uma doença terminal.
A necessidade deste
esclarecimento baseia-se em razões de ordem material e emocional. Os doentes
precisam de pôr as suas coisas em ordem, de providenciar o futuro da família,
de tomar decisões justificadas sobre o seu tratamento.
Também o ponto de vista
psicológico, quando as pessoas se sentem realmente doentes e se apercebem de
que não irão recuperar, será benéfico para elas, a família e o pessoal
hospitalar uma abordagem verdadeira da situação. Deste modo, permite-se ao
doente e à família uma adaptação emocional para um estádio terminal e para
enfrentar a morte com a maior serenidade e dignidade possíveis.
No entanto, esta atitude não
significa que se tirem todas as esperanças. Muitas doenças antes incuráveis são
agora curáveis, e, mesmo que uma doença não tenha cura conhecida, ninguém pode
prever que não surja uma novidade médica, nem saber exactamente como se irá
comportar um doente face ao tratamento.
O prognóstico, mesmo das
doenças mais malignas, é sempre variável, e muita da expectativa de vida do
doente depende, no fundo, do seu desejo de viver.
As pessoas tendem a reagir
perante a doença terminal de modo muito semelhante ao que fizeram face a outras
crises da sua vida.
Algumas pessoas encaram a
morte com grande serenidade. O senador norte-americano Hubert Humphrey revelou
essa característica falando abertamente da sua doença cancerosa, animando os
outros doentes e até brincando com os jornalistas. Um dia, quando a morte
estava próxima, perguntaram-lhe o que tinha conversado num encontro com o então
presidente Jimmy Carter. Humphrey replicou, zombando, que lhe prometera não ser
candidato da oposição nas eleições seguintes.
Nem todos conseguem ser tão
desprendidos. Mas muitas pessoas encontram forças numa fé religiosa profunda ou
numa família particularmente dedicada e serena.
Outros tornam-se
especialmente sensíveis aos pequenos prazeres da vida e consideram uma dádiva
cada minuto de vida, cada encontro humano.
Nunca é fácil estar com
alguém que está próximo da morte. Pode ser mais fácil para quem já passou
também por uma doença grave, mas não existe nenhuma fórmula de consolação.
Deixe-se conduzir para onde
o doente quiser e leve o curso da conversa para onde sentir menos resistência.
O doente terminal pode querer – ou não –falar da morte. Pode abordar-se a
questão indagando cautelosamente sobre a natureza da doença – mas mude de
assunto assim que sentir a mais pequena inquietação ou angústia.
Lembre-se que a negação da
doença pode ser um refúgio para quem está a morrer.
Assim, o insuportável
torna-se suportável e consegue-se viver com a morte ao lado sem nela pensar
demasiadas vezes.
Acima de tudo, não se afaste
de um amigo ou parente sofrendo de doença terminal. Lembre-se de que ele é
ainda o indivíduo que você conhece e
ama.
O isolamento e a rejeição
devem ser o mais difícil de suportar na agonia que atravessam os doentes com
Sida, frequentemente tratados como antes se tratavam os leprosos – na verdade,
tanto a Sida como a lepra não se transmitem por contactos casuais.
Não há razão para que um
amigo evite o gesto tão humano de visitar um doente com Sida e apertar-lhe a
mão para o cumprimentar.
E, penso, que os governantes
deveriam tomar uma atitude em relação a todas essas antigas prostitutas que
devido à crise que se vive em Portugal, voltaram à sua “profissão” na tentativa
de lhe escapar ou minimizar, da única forma que sempre conheceram, “infelizmente”!
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