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domingo, 24 de março de 2013

«NOVOS DADOS SOBRE A MORTE»


As estatísticas demonstram que, posta a questão tanto a doentes como a pessoas saudáveis, a grande maioria quer ser informada se tiver uma doença terminal.

A necessidade deste esclarecimento baseia-se em razões de ordem material e emocional. Os doentes precisam de pôr as suas coisas em ordem, de providenciar o futuro da família, de tomar decisões justificadas sobre o seu tratamento.

Também o ponto de vista psicológico, quando as pessoas se sentem realmente doentes e se apercebem de que não irão recuperar, será benéfico para elas, a família e o pessoal hospitalar uma abordagem verdadeira da situação. Deste modo, permite-se ao doente e à família uma adaptação emocional para um estádio terminal e para enfrentar a morte com a maior serenidade e dignidade possíveis.

No entanto, esta atitude não significa que se tirem todas as esperanças. Muitas doenças antes incuráveis são agora curáveis, e, mesmo que uma doença não tenha cura conhecida, ninguém pode prever que não surja uma novidade médica, nem saber exactamente como se irá comportar um doente face ao tratamento.

O prognóstico, mesmo das doenças mais malignas, é sempre variável, e muita da expectativa de vida do doente depende, no fundo, do seu desejo de viver.

As pessoas tendem a reagir perante a doença terminal de modo muito semelhante ao que fizeram face a outras crises da sua vida.

Algumas pessoas encaram a morte com grande serenidade. O senador norte-americano Hubert Humphrey revelou essa característica falando abertamente da sua doença cancerosa, animando os outros doentes e até brincando com os jornalistas. Um dia, quando a morte estava próxima, perguntaram-lhe o que tinha conversado num encontro com o então presidente Jimmy Carter. Humphrey replicou, zombando, que lhe prometera não ser candidato da oposição nas eleições seguintes.

Nem todos conseguem ser tão desprendidos. Mas muitas pessoas encontram forças numa fé religiosa profunda ou numa família particularmente dedicada e serena.

Outros tornam-se especialmente sensíveis aos pequenos prazeres da vida e consideram uma dádiva cada minuto de vida, cada encontro humano.

Nunca é fácil estar com alguém que está próximo da morte. Pode ser mais fácil para quem já passou também por uma doença grave, mas não existe nenhuma fórmula de consolação.

Deixe-se conduzir para onde o doente quiser e leve o curso da conversa para onde sentir menos resistência. O doente terminal pode querer – ou não –falar da morte. Pode abordar-se a questão indagando cautelosamente sobre a natureza da doença – mas mude de assunto assim que sentir a mais pequena inquietação ou angústia.

Lembre-se que a negação da doença pode ser um refúgio para quem está a morrer.

Assim, o insuportável torna-se suportável e consegue-se viver com a morte ao lado sem nela pensar demasiadas vezes.

Acima de tudo, não se afaste de um amigo ou parente sofrendo de doença terminal. Lembre-se de que ele é ainda o indivíduo que você conhece  e ama.

O isolamento e a rejeição devem ser o mais difícil de suportar na agonia que atravessam os doentes com Sida, frequentemente tratados como antes se tratavam os leprosos – na verdade, tanto a Sida como a lepra não se transmitem por contactos casuais.

Não há razão para que um amigo evite o gesto tão humano de visitar um doente com Sida e apertar-lhe a mão para o cumprimentar.

E, penso, que os governantes deveriam tomar uma atitude em relação a todas essas antigas prostitutas que devido à crise que se vive em Portugal, voltaram à sua “profissão” na tentativa de lhe escapar ou minimizar, da única forma que sempre conheceram, “infelizmente”!

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