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segunda-feira, 25 de março de 2013

CARTA ÀS AUTORIDADES PORTUGUESAS

























Tribunal Constitucional

Presidente da República

Primeiro-Ministro

Deputados da Nação

Vou tentar ser breve, apesar do muito que tenho, e penso que a esmagadora maioria dos portugueses tem para dizer acerca dos gravíssimos problemas que os afectam desde há anos, especialmente desde que o actual governo entrou em funções.

Temos assistido a um verdadeiro assalto aos bolsos e às bolsas dos cidadãos, sobretudo os de menores recursos; assistimos diariamente através das televisões, dos jornais e das rádios, a cada vez mais casos de miséria, de fome, de desemprego – com promessas de aumento drástico, cem mil mais até ao fim do ano corrente, anúncio feito pelo actual ministro das Finanças – sem que minimamente os mais lesados tenham contribuído para todo este estado de coisas.

Decidiu o governo fazer cortes especiais nos subsídios de férias e de Natal, decidiu cortar aos salários reais dos que ainda conseguem manter um posto de trabalho, despedir – através de negociações “fictícias” – uma bela quantidade de funcionários públicos, enquanto descaradamente aumentam ao número de assessores ministeriais e a nomeações de “boys e girls”, desde que portadores e portadoras do cartão de militante nos partidos do governo.

Aqui, penso, impõe-se uma pergunta: “Terá o governo legitimidade para traçar este rumo de miséria e fome, sem esperança quanto ao futuro dos portugueses? Não poderão esclarecer-nos de forma conveniente, já que de forma convincente, duvido o consigam?”

Porque demora tanto tempo o Tribunal Constitucional a fazer uma avaliação justa, séria e competente, da constitucionalidade do OE/2013? Será que se limitam a ler um período por dia e demoram duas semanas a tentar interpretá-lo?

Quanto ao senhor presidente da República, porque não toma a decisão que se impõe, dissolve a Assembleia da República e convoca eleições antecipadas? Ou ainda acredita que os cidadãos devem entregar-se à derrota total, a essa forma abjecta como vem sendo tratados pelo actual governo? Recorde-se, senhor presidente, de que não deve encontrar-se ao serviço do seu partido de sempre, mas ao da nação que, como bem sabe, engloba o seu povo. Povo que sofre sem ter pecado para merecer tais penas a que o obrigam os actuais governantes.

Quanto ao senhor primeiro-ministro, se tiver ainda memória para se recordar de algumas das suas promessas de campanha, uma simples pergunta: “Porque razão decidiu esquecer todas elas e encalacrar os portugueses, que estão a definhar a cada dia que passa? Considera a sua atitude honesta e digna de alguém que se afirma pessoa de bem?

Aos senhores deputados da nação, que, em vez de manterem essa fidelidade aos partidos a que pertencem, e dirijo-me aos que sustentam o actual governo, queiram reparar e pensar numa coisa: “os senhores foram eleitos  não para defender os seus interesses partidários, mas para defenderem os interesses do povo, e os senhores não o sabem ou não o querem fazer, chegando a pensar-se senhores e donos do país, que pretendem manejar ao vosso prazer.

Ouço-os e vejo-os pela televisão, leio-os nos jornais e cada vez fico mais decepcionado com tudo quanto vejo e ouço. Os senhores da maioria parlamentar são os verdadeiros culpados por aprovarem cegamente leis lesivas ao interesse nacional, logo nocivas para a população em geral.

A vida reserva muitas surpresas, e os senhores não estão isentos a elas, pelo que deveriam arrepiar caminho e agirem com consciência social, defendendo acima de tudo o bem-estar dos portugueses.

Espero que possam, pois devem isso ao eleitorado, mudar radicalmente de rumo e lutarem ao lado dos eleitores por uma vida melhor, que não deve tardar  os anos que se propõem, se mesmo assim o conseguirem fazer, o que de modo algum é credível.

Porque, podem ter a certeza, senhores, que os portugueses não deixarão de se manifestar nas ruas para que alguém aja e obrigue às mudanças que são mais que necessárias, prementes.

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