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sexta-feira, 29 de março de 2013

«A VINDA DO MESSIAS»


Jesus era um pregador hebreu cujas doutrinas constituem a base do cristianismo. Atraiu um grande número de seguidores na Palestina, antes de suscitar a oposição das autoridades judaicas e ser condenado à morte.

O foco e a inspiração da religião cristã foi um judeu chamado Jesus, nascido por volta de 4 a. C. numa região da Palestina dominada pelos romanos e criado em Nazaré, uma aldeia da Galileia. Parece ter sido, inicialmente, um discípulo de S. João Baptista, embora depois tenha reunido os seus próprios discípulos.

Jesus errou pela Galileia, pregando a chegada do Reino de Deus anunciada pelos profetas -  uma era de paz universal, durante a qual Israel venceria os seus inimigos e Deus governaria o mundo a partir do seu templo em Jerusalém.

Os quatro Evangelhos do Novo Testamento referem milagres de curas e exorcismos realizados por Jesus, sugerindo que os poderes de Deus já se faziam sentir no  mundo de uma forma inteiramente nova. Jesus recorria à parábola, contando histórias simples para ilustrar princípios morais, de uma forma que cativava todos os que o ouviam.

Não se sabe se Jesus clamava ser o Messias, o líder prometido por Deus aos judeus, nem tão-pouco as razões que o levaram a ser condenado a uma morte tão  ignominiosa.

Por volta do ano 30, Jesus e os seus discípulos chegaram a Jerusalém aquando das festividades da Páscoa hebraica. Segundo parece, Jesus, ciente de que a sua morte estava iminente,  aproveitara, entretanto,  para instruir os doze discípulos por ele escolhidos.

Cristo é Crucificado

Jesus parece ter tido complicações com as autoridades de Jerusalém. Os sacerdotes judeus podem ter receado que ele provocasse uma rebelião durante a Páscoa, uma época sempre sensível em Jerusalém; no passado, os romanos haviam debelado tais revoltas de forma brutal.

Os sacerdotes entregaram Jesus a Pôncio Pilatos, o procurador romano que, relutantemente, o condenou à morte.

Na véspera da crucificação, Jesus reuniu os seus discípulos num  festim que ficou conhecido como a Última Ceia, ainda celebrada pelas comunidades cristãs em sua memória.

Jesus morreu pregado a uma cruz, nos arredores da cidade, e foi sepultado num túmulo de pedra, não longe desse local. Três dias depois, alguns dos seus seguidores espalharam a notícia de que o túmulo se encontrava vazio, ao passo que outros diziam ter tido visões de Jesus a ascender aos Céus.

Ficaram tão convencidos de que Jesus fora o Messias (em grego Cristo), que morrera pelos pecados do povo e que fora exaltado por Deus como recompensa por esse sacrifício. Era o filho de Deus – uma expressão ambígua que indicava, em termos gerais, uma relação de intimidade única com Deus.

Os primeiros cristãos começaram, desde logo, a acreditar que Jesus regressaria à Terra para inaugurar o Reino dos Céus.

O Novo Testamento evidencia um refinamento gradual desta crença. Os primeiros ensinamentos cristãos passados para papel são os que estão contidos nas Epístolas de S. Paulo, escritas por volta dos anos 50 e 60. Paulo acreditava que a importãncia de Jesus, como o Messias, não se confinava aos judeus. A sua morte cancelara as antigas leis de Moisés e os pagãos, ou não judeus, podiam tornar-se membros do Novo Israel.

A influência que a teologia de Paulo terá exercido sobre os quatro apóstolos que escreveram sobre a morte, os ensinamentos e o sacerdócio de Jesus é algo incerta, porquanto eles se basearam em fontes que se perderam. O Evangelho de S. mateus terá sido escrito no ano 70, cerca de quarenta anos após a morte de Jesus; S. Mateus e S. Lucas ter-se-ão baseado neste para escrever os seus, entre os anos 80 e 90; o de S. João, escrito por volta do ano 100, apresenta uma estrutura completamente diferente da dos tres anteriores.

A difusão da fé cristã ao longo dos séculos IV, V e VI deu origem a uma série de encarniçadas disputas, que a igreja inicial jamais poderia ter imaginado. Foram, então, gradualmente desenvolvidas as complexas doutrinas da Trindade eda Encarnação para justificar – com uma minuciosidade jamais exigida pelos primeiros seguidores de Jesus – como é que Jesus podia ter sido divino sem ser um segundo Deus.

Estas doutrinas são actualmente aceites pela maior parte dos cristãos.

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