Jesus era um pregador hebreu cujas doutrinas
constituem a base do cristianismo. Atraiu um grande número de seguidores na
Palestina, antes de suscitar a oposição das autoridades judaicas e ser condenado
à morte.
O foco e a inspiração da religião cristã foi
um judeu chamado Jesus, nascido por volta de 4 a. C. numa região da Palestina
dominada pelos romanos e criado em Nazaré, uma aldeia da Galileia. Parece ter
sido, inicialmente, um discípulo de S. João Baptista, embora depois tenha
reunido os seus próprios discípulos.
Jesus errou pela Galileia, pregando a chegada
do Reino de Deus anunciada pelos profetas -
uma era de paz universal, durante a qual Israel venceria os seus
inimigos e Deus governaria o mundo a partir do seu templo em Jerusalém.
Os quatro Evangelhos do Novo Testamento
referem milagres de curas e exorcismos realizados por Jesus, sugerindo que os
poderes de Deus já se faziam sentir no
mundo de uma forma inteiramente nova. Jesus recorria à parábola,
contando histórias simples para ilustrar princípios morais, de uma forma que
cativava todos os que o ouviam.
Não se sabe se Jesus clamava ser o Messias, o
líder prometido por Deus aos judeus, nem tão-pouco as razões que o levaram a
ser condenado a uma morte tão
ignominiosa.
Por volta do ano 30, Jesus e os seus
discípulos chegaram a Jerusalém aquando das festividades da Páscoa hebraica.
Segundo parece, Jesus, ciente de que a sua morte estava iminente, aproveitara, entretanto, para instruir os doze discípulos por ele
escolhidos.
Cristo é Crucificado
Jesus parece ter tido complicações com as
autoridades de Jerusalém. Os sacerdotes judeus podem ter receado que ele
provocasse uma rebelião durante a Páscoa, uma época sempre sensível em
Jerusalém; no passado, os romanos haviam debelado tais revoltas de forma
brutal.
Os sacerdotes entregaram Jesus a Pôncio Pilatos, o procurador romano que, relutantemente, o condenou à morte.
Na véspera da crucificação, Jesus reuniu os
seus discípulos num festim que ficou
conhecido como a Última Ceia, ainda celebrada pelas comunidades cristãs em sua
memória.
Jesus morreu pregado a uma cruz, nos arredores da cidade, e foi sepultado num túmulo de pedra, não longe desse local. Três dias depois, alguns dos seus seguidores espalharam a notícia de que o túmulo se encontrava vazio, ao passo que outros diziam ter tido visões de Jesus a ascender aos Céus.
Ficaram tão convencidos de que Jesus fora o
Messias (em grego Cristo), que morrera pelos pecados do povo e que fora
exaltado por Deus como recompensa por esse sacrifício. Era o filho de Deus –
uma expressão ambígua que indicava, em termos gerais, uma relação de intimidade
única com Deus.
Os primeiros cristãos começaram, desde logo,
a acreditar que Jesus regressaria à Terra para inaugurar o Reino dos Céus.
O Novo Testamento evidencia um refinamento
gradual desta crença. Os primeiros ensinamentos cristãos passados para papel
são os que estão contidos nas Epístolas de S. Paulo, escritas por volta dos
anos 50 e 60. Paulo acreditava que a importãncia de Jesus, como o Messias, não
se confinava aos judeus. A sua morte cancelara as antigas leis de Moisés e os
pagãos, ou não judeus, podiam tornar-se membros do Novo Israel.
A influência que a teologia de Paulo terá
exercido sobre os quatro apóstolos que escreveram sobre a morte, os
ensinamentos e o sacerdócio de Jesus é algo incerta, porquanto eles se basearam
em fontes que se perderam. O Evangelho de S. mateus terá sido escrito no ano 70,
cerca de quarenta anos após a morte de Jesus; S. Mateus e S. Lucas ter-se-ão
baseado neste para escrever os seus, entre os anos 80 e 90; o de S. João,
escrito por volta do ano 100, apresenta uma estrutura completamente diferente
da dos tres anteriores.
A difusão da fé cristã ao longo dos séculos IV, V e VI deu origem a uma série de encarniçadas disputas, que a igreja inicial jamais poderia ter imaginado. Foram, então, gradualmente desenvolvidas as complexas doutrinas da Trindade eda Encarnação para justificar – com uma minuciosidade jamais exigida pelos primeiros seguidores de Jesus – como é que Jesus podia ter sido divino sem ser um segundo Deus.
Estas doutrinas são actualmente aceites pela
maior parte dos cristãos.
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