Ministro
das Finanças cipriota não quis comprometer-se com um calendário, numa altura em
que os levantamentos estão limitados a um máximo de 120 euros.
Levantamentos
estão mais limitados, tendo passado de 260 para 120 euros diários
Dez dias depois do encerramento forçado dos bancos em Chipre,
ainda não há uma data calendarizada para que reabram as portas. Existia a
expectativa de que esse passo fosse dado já esta terça-feira, mas com a
aprovação do plano de resgate ao país (que passa pela reestruturação das duas
maiores instituições financeiras), o ministro das Finanças não quis
comprometer-se com um calendário.
Michalis Sarris recusou-se a avançar com uma data concreta para
a reabertura dos bancos, afirmando que tal acontecerá “assim que possível”,
noticiou a AFP. “Será necessário encontrar um equilíbrio entre a prudência e a
estabilidade”, acrescentou o ministro das Finanças de Chipre, durante a
conferência de imprensa em que foi anunciado o resultado das negociações com o
Eurogrupo, a partir de Bruxelas.
Por
sua vez, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças
de Holanda, referiu que a decisão será tomada “o mais rapidamente possível”,
embora tenha assumido que não pode ainda “dizer quando é que [a reabertura dos
bancos] acontecerá”.
O
encerramento forçado das instituições financeiras no país foi decretado há dez
dias para evitar a fuga de capitais e de depósitos, o que provocaria graves
consequências económicas. A medida foi tomada depois de ter sido anunciado um
plano inicial, chumbado posteriormente pelo Parlamento de Chipre, que passava
pela criação de um imposto extraordinário sobre todos os depósitos bancários
(6,7% para os montantes inferiores a 100 mil euros e 9,9% para os superiores).
Na
madrugada desta segunda-feira, o país fechou as negociações com o Eurogrupo
para avançar com um plano de resgate que afectará apenas os depositantes acima
de 100 mil euros, os accionistas e os detentores de títulos do Laiki, o segundo
maior banco do país. Esta instituição será desmantelada, estimando-se que esta
medida represente 4200 dos 7000 milhões que os bancos vão ter de gerar para
escapar à falência.
Os
depósitos inferiores a 100 mil euros vão ser transferidos, a par dos activos
“sãos” do Laiki, para o Banco de Chipre, que será reestruturado com o objectivo
de construir um núcleo duro de capitais próprios de 9% dos activos totais.
As
incertezas quanto à reabertura dos bancos no país surgem numa altura em que os
levantamentos nas caixas automáticas estão ainda mais limitados. No sábado, o
Banco de Chipre impôs um novo tecto máximo de 120 euros por dia, enquanto o
Laiki fixou o limite em 100 euros, quando anteriormente a fasquia estava nos
260 euros diários.
=Público=
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