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terça-feira, 26 de março de 2013

UE admite envolver grandes depositantes no resgate a outros bancos


Nova legislação que está a ser preparada pode já prever modelo idêntico ao que foi usado no Banco de Chipre

Bruxelas admite envolver grandes depositantes no resgate a outros bancos

A Comissão Europeia já admite que a nova lei que está a ser elaborada sobre resolução de bancos pode implicar os depositantes com contas acima de 100 mil euros. Só os valores inferiores ficarão salvaguardados, em caso de bancos com dificuldades.

A porta-voz do Comissário Europeu encarregue da regulação financeira, Michel Barnier, admitiu que na nova legislação poderá ficar inscrito que os depositantes com mais de 100 mil euros participem num eventual resgate bancário.

«Na proposta da Comissão, que ainda está em discussão, não se exclui que os depósitos acima de 100 mil euros possam ser instrumentos elegíveis para um resgate. É uma possibilidade», disse, citada pela Reuters.

Declarações que fazem coro com as do eurodeputado Gunnar Hokmark, líder do grupo que está a preparar a nova legislação.

«Precisamos de estar capacitados para proceder a um resgate que inclua também os depósitos», disse o eurodeputado sueco.

«Os depósitos abaixo dos 100 mil euros estão protegidos. Os depósitos acima dos 100 mil euros não estão protegidos e devem ser tratados como parte do capital que pode ser incluída no resgate», acrescentou.

Estas declarações surgem depois de o presidente do Eurogrupo ter dito ontem, em 
entrevista à Reuters e ao «Financial Times» que a solução usada em Chipre é a correta e que seria o modelo a seguir noutros casos de bancarrota bancária. Em Chipre, os depósitos acima de 100 mil euros nos dois principais bancos vão suportar perdas até 40%. 

No caso de Chipre, o banco Laiki será dissolvido. Os seus ativos saudáveis e depósitos garantidos (até 100 mil euros) passarão para o Bank of Cyprus. Os ativos tóxicos e depósitos superiores a 100 mil euros serão colocados num «banco mau», que será posteriormente liquidado.

Jeroen Dijsselbloem disse que não devem ser os contribuintes a suportar os custos, através dos Estados, como até aqui. Antes de Dijsselbloem, também a 
chanceler alemã tinha afirmado que esta era a solução correta em caso de bancarrota num banco: serem os acionistas, obrigacionistas e depositantes a suportarem os custos e não os Estados.

As declarações do Presidente do Eurogrupo foram, no entanto, mal recebidas nos mercados, o que levou Dijsselbloem a emitir um curto comunicado, esclarecendo que o caso de Chipre é único e que na Zona Euro não existem modelos definidos.

=TVI24=

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