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quinta-feira, 28 de março de 2013

«O HOMEM QUE NÃO PODIA FALAR…»


Mas que falou, apesar de terem sido avançadas petições contra a sua liberdade de expressão, num país que se diz democrático mas que se limita a defender interesses instalados ao mais alto nível da sociedade.

Quiseram cortar-lhe “o pio”, impedi-lo de dizer tudo quanto tinha dentro de si, pois poderia chocar com determinados “intelectuais” de “pacotilha” que além de terem falado antecipadamente contra ele, dizendo tudo quanto lhes subiu à cabeça, só porque receavam que seus nomes fossem citados, como afinal foram.

Os portugueses, como dizem alguns, têm apenas o que merecem, e não será muito. Creio mesmo que têm muito pouco, mas será que merecem mais?

Ninguém se preocupe, pois apesar de tudo, sou coerente e, se nunca fui apoiante de José Sócrates e apesar de tudo quanto disse, não será agora que vou mudar de “camisa”.

Lamento, isso sim, que devido a todas as artimanhas que a política contém, de que está recheada, mas também de todas as mentiras proferidas e de toda a corrupção existente nesta grande parvónia, sejam demasiados os cidadãos, homens, mulheres e crianças a sofrerem como acontece há dois anos.

Tal como todas as mentiras se foram acumulando, também os impostos e os cortes, o desemprego, a precariedade laboral e social, tendo como único bode expiatório um homem que, talvez cansado de o ser, decidiu colocar certos pontos nos “iii” e apontar de onde veio o mal que a todos afecta.

Quem, como e quando irão os visados dar explicações aos cidadãos? Como o farão? Através de intermediários ou directamente, assumindo as responsabilidades tidas durante aqueles momentos cruciais que determinaram a queda daquele que apontam como único infractor?

Nunca pude imaginar que certas pessoas se prestassem a semelhantes actividades,  a determinadas atitudes e a cenas caricatas como as ontem à noite narradas pelo “mau da fita”, sobre quem tentaram despejar todo o lixo que a política pode conter.

Agora, resta-nos a todos aguardar pelas reacções a uma “reacção mais que humana”, pois o que importava apenas era o assalto ao poder e nada importava a quem se “enterrava”.

Não, senhoras e senhores. Não sou “socrático”, mas sim mais um cidadão que está “farto” de ser roubado, espoliado e tido apenas como mais um número abstracto, anónimo. Vou muito para além do PS, estou muito além do PSD e do CDS, mas não deixarei de colocar a pergunta que se impõe, hoje mais que nunca:

«Porque motivo se formaram grupos, se subscreveram petições para tentarem impedir que Sócrates dissesse o que lhe vai na alma?»

Alguém acha que mentiu ontem no ecrã da RTP? Porque se calaram certas vozes depois de o ouvirem? Ou será que estão a digerir tudo até poderem encontrar uma nova forma de ataque formal às suas declarações?

Penso, apesar de tudo, que Portugal, e, sobretudo os portugueses, mereciam mais e melhor e que, aqueles que usam a única arma que possuem, a austeridade e o custe o que custar, muito em breve deverão saber explicar-se perante a cidadania, que jamais lhes perdoará todo o sofrimento que têm vivido nestes dois últimos anos.

Porque sou dos que acreditam ainda que poderemos fazer com que muita coisa mude a nosso favor.

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