Mas que falou, apesar de
terem sido avançadas petições contra a sua liberdade de expressão, num país que
se diz democrático mas que se limita a defender interesses instalados ao mais
alto nível da sociedade.
Quiseram cortar-lhe “o
pio”, impedi-lo de dizer tudo quanto tinha dentro de si, pois poderia chocar
com determinados “intelectuais” de “pacotilha” que além de terem falado
antecipadamente contra ele, dizendo tudo quanto lhes subiu à cabeça, só porque
receavam que seus nomes fossem citados, como afinal foram.
Os portugueses, como
dizem alguns, têm apenas o que merecem, e não será muito. Creio mesmo que têm
muito pouco, mas será que merecem mais?
Ninguém se preocupe,
pois apesar de tudo, sou coerente e, se nunca fui apoiante de José Sócrates e
apesar de tudo quanto disse, não será agora que vou mudar de “camisa”.
Lamento, isso sim, que
devido a todas as artimanhas que a política contém, de que está recheada, mas
também de todas as mentiras proferidas e de toda a corrupção existente nesta
grande parvónia, sejam demasiados os cidadãos, homens, mulheres e crianças a
sofrerem como acontece há dois anos.
Tal como todas as
mentiras se foram acumulando, também os impostos e os cortes, o desemprego, a
precariedade laboral e social, tendo como único bode expiatório um homem que,
talvez cansado de o ser, decidiu colocar certos pontos nos “iii” e apontar de
onde veio o mal que a todos afecta.
Quem, como e quando irão
os visados dar explicações aos cidadãos? Como o farão? Através de
intermediários ou directamente, assumindo as responsabilidades tidas durante
aqueles momentos cruciais que determinaram a queda daquele que apontam como
único infractor?
Nunca pude imaginar que
certas pessoas se prestassem a semelhantes actividades, a determinadas atitudes e a cenas caricatas
como as ontem à noite narradas pelo “mau da fita”, sobre quem tentaram despejar
todo o lixo que a política pode conter.
Agora, resta-nos a todos
aguardar pelas reacções a uma “reacção mais que humana”, pois o que importava
apenas era o assalto ao poder e nada importava a quem se “enterrava”.
Não, senhoras e
senhores. Não sou “socrático”, mas sim mais um cidadão que está “farto” de ser
roubado, espoliado e tido apenas como mais um número abstracto, anónimo. Vou
muito para além do PS, estou muito além do PSD e do CDS, mas não deixarei de
colocar a pergunta que se impõe, hoje mais que nunca:
«Porque motivo se
formaram grupos, se subscreveram petições para tentarem impedir que Sócrates
dissesse o que lhe vai na alma?»
Alguém acha que mentiu
ontem no ecrã da RTP? Porque se calaram certas vozes depois de o ouvirem? Ou
será que estão a digerir tudo até poderem encontrar uma nova forma de ataque
formal às suas declarações?
Penso, apesar de tudo,
que Portugal, e, sobretudo os portugueses, mereciam mais e melhor e que,
aqueles que usam a única arma que possuem, a austeridade e o custe o que
custar, muito em breve deverão saber explicar-se perante a cidadania, que
jamais lhes perdoará todo o sofrimento que têm vivido nestes dois últimos
anos.
Porque sou dos que
acreditam ainda que poderemos fazer com que muita coisa mude a nosso favor.
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