Depende muito do tipo de trabalho, do
indivíduo e da sua atitude perante a vida. As circunstâncias e os valores
instilados pela família parecem constituir – mais que o trabalho enquanto
adolescentes, empregos em tempo parcial
ou durante as férias – os factores decisivos do comportamento futuro dos jovens
nas suas profissões de adulto.
Há pessoas que decidem muito jovens o que
querem fazer na vida, cumprindo em seguida um percurso escolar preestabelecido
e praticando desde cedo a actividade escolhida. Muitas vezes, no entanto,
agarra-se o melhor emprego que aparece na altura, e isso vai determinar toda
uma vida de trabalho numa área específica.
O primeiro emprego depende do local onde o
jovem habita, das actividades económicas aí dominantes e das vagas disponíveis.
O sexo é também factor influente, pois homens e mulheres são desigualmente
atraídos para determinados empregos. A situação económica tem igualmente o seu
papel: numa comunidade pobre, os empregos são escassos e o jovem pode ver-se
obrigado a tornar mais modestos os seus objectivos.
Finalmente, é importante quem se conhece e o
que se conhece. Muitas vezes, consegue-se emprego através de um amigo, parente
ou outra pessoa, como um professor que queira ajudar-nos. Contudo, dada a exigência
de habilitações escolares mínimas em muitos tipos de emprego – e de cursos
universitários em muitas áreas profissionais e técnicas – uma boa formação académica pode ser o bilhete de entrada num bom emprego.
Não existe, provavelmente, um emprego “certo”
para ninguém. Dos 20 mil tipos de ocupações que se calcula existirem na
sociedade moderna, há provavelmente centenas que um indivíduo pode executar bem
e achar satisfatórios.
A sorte – e também os conhecimentos – é sempre
um factor importante na ocorrência de uma boa vaga na altura certa, mas os
orientadores vocacionais acreditam que o indivíduo pode aumentar as suas
probabilidades de sucesso profissional se analisar as suas ambições, interesses
e aptidões.
Para algumas pessoas, o objectivo é ganhar
muito dinheiro, enquanto para outras é prioritário o facto de tirarem prazer do
seu trabalho ou de não se arriscarem a ser despedidas. Os interesses pessoais
podem orientar a pessoa para uma profissão de que goste e que a estimule.
Quando entram para o primeiro emprego, as
pessoas sentem, por vezes, o chamado “choque da realidade” ao aperceberem-se de
que trabalhar é mais duro e exigente do que se esperava, deixando pouco tempo
para divertimentos e lazer.
Os jovens trabalhadores podem igualmente sentir-se
insatisfeitos porque raramente lhes é concedido poder de decisão nos meses, ou
mesmo anos que se seguem à sua admissão.
As ocupações de assistência pública, como a
enfermagem ou o serviço social, podem trazer desilusões, pois o trabalho pode
não se revelar moralmente tão compensador quanto se esperava, ou os esforços de
quem trabalha podem não ser devidamente apreciados.
Em face destes desapontamentos, alguns jovens
trabalhadores procuram empregos mais compatíveis com as suas motivações.
Mas,
na sua maioria, acabam por assentar antes dos 30 anos, procurando
avançar nas suas carreiras, mas mantendo-se no mesmo emprego.
Infelizmente, esta adaptação pode ser uma
atitude de compromisso e ter como preço uma perda de idealismo e de
empenhamento, sobretudo nos dias de hoje em que conseguir “o emprego certo” se
tornou praticamente impossível, devido às políticas que praticamente têm uma
única vertente, a economia e as finanças, e quem puder que se arranje e consiga
uma boa cunha, pois a ordem é a de despedir, despedir… e, despedir!
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