É evidente que os atractivos físicos afectam
a personalidade. Naturalmente, a ideia daquilo que torna uma pessoa atraente tem
mudado ao longo dos tempos e através das culturas. O ideal actual de beleza no
Ocidente, por exemplo, é ser-se magro, atlético e queimado do sol.
Mas nem sempre foi assim, nem assim será
provavelmente no futuro. Contudo, dentro da mesma cultura e na mesma época, a
maioria das pessoas está de acordo sobre quais os indivíduos que são mais ou
menos atraentes; e a maior parte pensa igualmente que uma pessoa com aspecto
físico agradável tende a ser confiante e socialmente apta.
E, até certa medida, estas noções parecem
correctas. Sem dúvida que a explicação reside, em parte, no facto de que uma
pessoa que é tratada como atraente desenvolveu mais autoconfiança nos seus
contactos com os outros.
Contrariamente, aquele que é menos atraente
poucas vezes terá experimentado este tipo de promoção do seu “eu” nas relações
sociais.
O tratamento diferencial baseado na aparência parece começar muito cedo na vida. Em determinada experiência, mostraram-se a mulheres filmes de crianças, umas bonitas, outras feias, portando-se mal. Elas acharam que o mau comportamento das bonitas era passageiro, mas consideraram que as feias tinham sérios problemas comportamentais.
Ora, para muitas pessoas, comer significa mais que satisfazer a fome – pode significar, inconscientemente, satisfazer carências de afecto e aprovação. Parecem achar que a comida é um prémio, especialmente se os pais a utilizavam como tal, se ela lhes era retirada como castigo por mau comportamento.
Nos casos extremos, estes sentimentos podem
conduzir a distúrbios alimentares graves.
As vítimas de anorexia nervosa fazem dieta até à desnutrição, insistindo que estão muito gordas mesmo quando já estão a definhar.
A doença não é nova, mas muitos médicos
justificam a sua prevalência crescente na ênfase dada pela sociedade à
valorização do magro e do esbelto – ideal estético actual, representado, por
exemplo, pelos manequins.
Mas porque razão apenas certas pessoas são
vulneráveis? Embora sejam incertos os factores pessoais que predispõem para a
anorexia, apontam-se alterações muito precoces no desenvolvimento e na relação
mãe-filho; a hipótese de alterações bioquímicas e fisiológicas de base continua
em estudo.
Outro distúrbio alimentar é a bulimia, que se
traduz na ingestão de alimentos em demasia, de forma incontrolável e irregular.
O doente típico não tem excesso de peso,
parece ser expansivo e ter sucesso na vida. Mas paga um preço pela sua
aparência; muitas sessões secretas de comida, em que podem ser ingeridos quilos
de alimentos de cada vez, são seguidas de purgas por meio de laxativos ou
vómitos.
Após os episódios bulímicos, o doente
sente-se culpado e deprimido. A maioria dos anorécticos e bulímicos são
mulheres, mas também os homens podem sofrer destas doenças – frequentemente levados
por uma ambição exagerada de boa forma física ou bons resultados atléticos.
Embora, por vezes, muito difíceis de tratar,
os distúrbios alimentares podem ser evitados.
«Podemos ajudar os jovens a sentirem-se bem
consigo mesmos e a aceitarem os seus corpos. Podia ser valiosa uma mudança de
atitudes da nossa sociedade em relação á comida, ao peso e à forma do corpo», e
com a ajuda do actual governo, tudo isso só não o consegue não o querendo. Não
é verdade, senhor Pedro? Não é verdade, senhor Silva?
É que, como comem tudo e conseguem manter a
linha…
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