No dia em que comemora a posse do seu segundo
mandato como Presidente da República, Cavaco Silva defende a sua posição de
"embaixador do País" num texto divulgado, este sábado, no livro
'Roteiros VII'. Cavaco quebra a barreira do silêncio –do qual tem sido
criticado – e o Diário de Notícias mostra os cinco ‘cirúrgicos’ momentos de
intervenção do Chefe de Estado.
No
que toca à troika, Cavaco defende que é importante manter o acordo social
assinado entre patrões e sindicatos, tendo, nas últimas semanas, tentado
sensibiliza a missão externa a tomar uma posição mais favorável em relação à
temática das indeminizações.
Quanto ao Orçamento do Estado para este ano, Cavaco Silva tomou
uma posição deveras criticada pelos partidos de oposição: o Presidente da
República pediu ao Tribunal Constitucional a fiscalização sucessiva da
constitucionalidade de três pontos que, na altura, lhe trouxeram dúvidas. Em
causa estava a suspensão do pagamento do subsídio de férias, a suspensão deste
subsídio aos reformados e aposentados, e por fim, a contribuição extraordinária
de solidariedade sobre as pensões acima dos 1350 euros.
A
expressão "espiral recessiva" usada por Cavaco fez manchete nos meios
de comunicação e mostrou uma posição mais coesa do Presidente sobre a crise.
Nas suas palavras, Cavaco avisa que "temos urgentemente de pôr cobro a
esta espiral recessiva em que a redução drástica de procura leva ao
encerramento de empresas e ao agravamento do desemprego". A expressão foi
proferida na mensagem de Ano Novo e entrou, de forma automática, nos
discursos políticos.
A
Taxa Social Única (TSU) mereceu também algumas palavras por parte do Chefe do
Executivo, que convocou – na véspera de uma manifestação contra a troika – uma
Conselho de Estado, que durou oito horas e teve duas conclusões: a obrigação de
Passos Coelho desistir da medida da TSU e a melhorar o relacionamento entre o
PSD e o PP, de modo a fortalecer a colisão governamental.
Por
fim, o acordo de concertação social, que depois de assinado, deixou cair por
terra as intenções do Governo em aumentar a carga laboral em mais meia hora,
mostrou um Presidente da República empenhado, desde o primeiro argumento sobre
a questão.
N. M.
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