Secretário-geral
do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu que a certidão de óbito deste Governo foi
passada por Cavaco Silva e insistiu na necessidade de o país ir a votos.
Heloísa
Apolónia anunciou a moção de censura ao Governo
A líder do Partido Ecologista Os Verdes, Heloísa Apolónia,
anunciou que a sua bancada, de dois deputados, vai avançar na próxima semana
com uma moção de censura ao Governo. Parlamento discute moção na quinta-feira.
Heloísa
Apolónia anunciou nesta sexta-feira a última moção de censura possível
desta sessão legislativa, que deverá dar entrada no Parlamento logo no início
da semana e terá que ser discutida, conforme obriga o regimento parlamentar,
nos três dias seguintes. Será na quinta-feira que o Governo de Passos Coelho
enfrentará a quarta moção de censura desta sessão legislativa.
Mas logo depois do anúncio,
durante o debate do Estado da Nação, o
primeiro-ministro respondeu que é "bem vinda" porque
"mostrará a maioria coesa".
Heloísa Apolónia justificou a apresentação
da moção com o facto de “este Governo já não representar mais a população
portuguesa”.
“Este Governo apodreceu a vida
política”, defendeu a líder parlamentar do partido.
Passos Coelho não se mostrou, no
entanto, preocupado: "É muito bem vinda a moção de censura, porque
permitirá mostrar que esta maioria está coesa", afirmou Pedro Passos
Coelho na resposta.
De certa maneira, é como um favor
ao Governo, no seio do qual desde a semana passada se fala da hipótese de
apresentar uma moção de confiança ao Parlamento. Com esta iniciativa, escusa de
gastar esta munição política.
Antes, Jerónimo de Sousa,
secretário-geral do PCP, apontou a “coragem dos portugueses” que “provocou
derrota e falta de futuro” do Governo, face ao “quadro de pressão” da mensagem
“conformem-se, resignem-se”.
“Eis que o Presidente da
República, que recentemente dizia que não tinha poderes é o mesmo que aparece a
querer promover um Governo”, afirmou Jerónimo, esclarecendo que o chefe de
Estado “fez uma proposta para salvar a política de direita”.
O primeiro-ministro voltou a falar
do “novo ciclo, apesar de não ter usado esse termo”, usando “aquele discurso
dos sinais, do ‘pior já passou’”, analisou o secretário-geral comunista. “Está
a querer enganar quem?” questionou, apontando o “orçamento duríssimo” que o
primeiro-ministro vai apresentar. “É por estas e por outras que os senhores não
têm futuro”, rematou.
Na declaração final do PCP, Jerónimo de Sousa afirmou que “o Governo está morto e foi a luta que o matou”, acrescentando que “até o Presidente da República passou a certidão de óbito, mantendo-o tão-só ligado à máquina”.
Na declaração final do PCP, Jerónimo de Sousa afirmou que “o Governo está morto e foi a luta que o matou”, acrescentando que “até o Presidente da República passou a certidão de óbito, mantendo-o tão-só ligado à máquina”.
O chefe de Estado, com “total
desrespeito pelo normal funcionamento das instituições”, quer “perpetuar o
massacre ao povo”, propõe um “compromisso para a continuação da destruição
nacional”, evitando eleições. Porque, justificou o líder
comunista, “teme que o povo possa escolher outro caminho porque sente que
cada vez mais portugueses percebem que é preciso mudar a correlação de forças”.
“Não há nenhuma outra saída digna
e democrática para a pantanosa situação que vivemos que não seja a demissão do
Governo, a dissolução da Assembleia da República e a convocação de eleições”,
reafirmou o secretário-geral comunista.
Jerónimo de Sousa reforçou que é
necessária uma “política que exija a renegociação da dívida para um nível
compatível com o crescimento económico”, afirmando que “os credores têm força
mas os devedores também têm direitos”.
“Rejeitamos a ameaça com que a
direita, o Presidente da República e o capital pretendem enganar os
portugueses”, declarou o secretário-geral do PCP, afirmando que tem “confiança
que o povo português será capaz de abrir caminho novo de esperança” para o
país. “Nada está perdido para sempre”, concluiu.
=Público=
Sem comentários:
Enviar um comentário