Para o comentador Marcelo Rebelo
de Sousa, o Presidente da República, Cavaco Silva, teve “em teoria” uma
boa ideia, ao chamar PSD, PS e CDS a um acordo de salvação nacional. No
entanto, “se não houver acordo, Cavaco é o primeiro a ser entalado”, defende Marcelo,
no seu comentário semanal na TVI. O conselheiro de Estado acha que as
probabilidades de os partidos se entenderem não superam os “15 por cento”.
Marcelo Rebelo de Sousa não concorda com a
solução encontrada pelo Presidente da República, apresentada na sua comunicação
ao País. Cavaco Silva quis reunir PSD, PS e CDS num acordo de “salvação
nacional”, mas para Marcelo há poucas probabilidades de esse acordo vingar.
Seria uma boa ideia, “na teoria”, diz
Marcelo, mas as probabilidades de haver o consenso que o Presidente da
República sugere não ultrapassam os 15 por cento. “Estou a ser generoso ao dar
10 ou 15 por cento de probabilidade de haver acordo deste teor proposto pelo
Presidente”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa na TVI. E nesse sentido,
compromisso de salvação nacional “é estragado, na prática”.
Para Marcelo, PSD e CDS não deverão aceitar o
pressuposto de haver eleições em julho de 2014. E o PS não aceitará avançar com
as ideias de Cavaco antes de estar no Governo. Este é, deste modo, um acordo
‘morto à nascença’.
E nesse sentido, perante a inexistência de
acordo, caberá ao Presidente da República resolver o problema. “Se o acordo não
passa, o primeiro a ser entalado é o Presidente”, realça Marcelo Rebelo de
Sousa. Ainda assim, é pouco crível, segundo o professor, que Cavaco convoque
eleições antecipadas, tal como pouco crível é um governo de iniciativa
presidencial.
Por outro lado, segundo Marcelo, o Presidente
da República não ouviu o conselho de Estado nem os partidos antes de convocar
eleições antecipadas. Recorde-se que Cavaco Silva apenas ouviu os partidos
depois desse anúncio e não reuniu o conselho de Estado.
Para Marcelo Rebelo de Sousa, esta decisão do
Presidente da República foi tomada sem uma antecipação de reação dos mercados.
Cavaco Silva “prolongou” a crise e, ao fazê-lo, “agravou-a”.
No comentário semanal que assina na TVI,
Marcelo Rebelo de Sousa entendeu que o Presidente adotou uma postura de
“político de partido”, em vez de agir como Presidente da República.
Sem comentários:
Enviar um comentário