Presidente
da República não comentou politicamente as reuniões, mas registou “sinais de
mudança” e “muito positivos".
O Presidente da Repúblico disse, na madrugada desta
quinta-feira, ver sinais “muito positivos” nos encontros que PSD, CDS e PS têm
mantido para tentar encontrar o que ele chamou de acordo de “salvação
nacional”.
Numa
conversa informal com os jornalistas a bordo da Fragata Vasco da Gama, pela
00h30 desta quinta-feira, quando os partidos se preparavam para voltar a reunir
durante o dia, e com Cavaco Silva a rumar às Ilhas Selvagens, o Presidente da
República começou por enumerar os objectivos geoestratégicos, científicos,
económicos (a importância do mar que sempre fala) e ambientais.
Depois, questionado pelos
jornalistas sobre a forma como ia acompanhar a crise política, o Presidente da
República salientou que irá estar atento e informado, lembrando mesmo que as
reuniões ainda decorriam à hora que ele falava.
Foi então que disse registar “sinais e mudanças muito positivos” alguns de “significado histórico” nas reuniões entre os três partidos.
Foi então que disse registar “sinais e mudanças muito positivos” alguns de “significado histórico” nas reuniões entre os três partidos.
Sem nunca comentar politicamente
as reuniões e afirmando que se limitava a enumerar factos, salientou também que
“tem sido notável a discrição” como as reuniões têm decorrido.
A esse propósito notou o facto de
ainda ninguém saber quem participou na primeira reunião dos partidos, salientando,
porém, que ela “não teve apenas três pessoas”.
Dando sinais de estar satisfeito
com alguns entendimentos entre partidos, Cavaco Silva lembrou a rapidez e
entendimento que houve entre PS e PSD para encontrar o nome do novo Provedor de
Justiça.
E também encontrou “outro sinal
muito positivo” na possibilidade de estar próximo um acordo entre a Associação
Nacional de Municípios e o Governo em torno das comunidades intermunicipais e
da Lei das Finanças Locais.
"Mar
chão e boas aragens"
No início da conversa com os jornalistas desejou a todos que a viagem até às Selvagens decorresse “com mar chão e boas aragens”, um termo usado pelos homens da armada para classificar uma viagem tranquila.
No início da conversa com os jornalistas desejou a todos que a viagem até às Selvagens decorresse “com mar chão e boas aragens”, um termo usado pelos homens da armada para classificar uma viagem tranquila.
Questionado se espera também “mar
chão e boas aragens” para as negociações entre PDS, CDS e PS Cavaco lembrou uma
velha máxima: “Nada está acordado enquanto tudo não estiver acordado.”
Cavaco acentuou ainda o “sentido
responsabilidade” que tem havido entre as forças políticas e a importância
destes diálogos políticos que considera serem habituais em outros países da
dimensão do nosso, mas não em Portugal.
Cavaco Silva tem chegada marcada
pelas 7h30 desta quinta-feira frente à Selvagem Pequena.
Na sua visita a este
sub-arquipélago que confere a Portugal a maior Zona Económica Exclusiva (ZEE)
da União Europeia, com 1,6 milhões de quilómetros quadrados, Cavaco Silva, será
acompanhado pelo presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, e pelo
representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, entre outros membros da
comitiva.
Itinerário do Presidente
O objectivo da viagem é assinalar a "importância científica, ambiental e estratégica" do sub-arquipélago e o 50.º aniversário da primeira expedição científica àquelas ilhas.
A visita não será uma
"réplica" das anteriores missões de Mário Soares (1991) e Jorge
Sampaio (2003) de reafirmação da soberania nacional, estando focada na
valorização da investigação científica, da importância do mar e do património
natural.
Nesta quinta-feira de manhã, após
uma breve visita à Selvagem Pequena, acompanhada pelo director do Parque
Natural da Madeira, Cavaco Silva embarcará no navio oceanográfico “Gago
Coutinho”, que levará a comitiva para a Selvagem Grande.
A bordo, assistirá à descida do
"ROV Luso" no mar, um veículo de operação remota com capacidade de
mergulhar a seis mil metros de profundidade, e a um briefing sobre a extensão da Plataforma
Continental e a Estratégia Nacional para o Mar.
A meio da tarde, a comitiva
desembarcará na Selvagem Grande, onde responsáveis do Parque Natural farão uma
apresentação das actividades desenvolvidas nesta reserva.
Depois, o Presidente da República
assistirá ao carimbo de postais comemorativos dos 50 anos da primeira expedição
científica a estas ilhas e que levou à sua identificação, em 1971, da mais
antiga reserva natural do País.
O Chefe de Estado visitará de
seguida a única casa particular existente nas ilhas, propriedade de Francis
Zino, filho de um dos participantes nessa expedição. Cavaco Silva dormirá na
casa dos vigilantes da natureza, fazendo assim questão de ser o primeiro
presidente a pernoitar nas Selvagens.
A visita terminará na sexta-feira,
ao final da manhã, depois de uma caminhada até ao planalto da Selvagem Grande,
de onde o Presidente partirá de helicóptero para o Funchal, embarcando de
imediato no avião que o trará a Lisboa.
=Público=
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