No desporto-espectáculo, os vencedores, as
suas equipas e países ganham cada vez mais impacto económico e político; a
máquina que suporta a grande competição tornou-se tão complexa que todos os
factores de potenciação das capacidades físicas e psicológicas dos atletas são
exploradas ao máximo.
Um artefacto cada vez mais explorado foi uma
classe de compostos químicos denominados esteróides anabolizantes, semelhantes
a outros produzidos naturalmente pelo organismo e que desempenham papel
importante no crescimento e no metabolismo.
Ingerindo doses extra de certos esteróides,
os atletas têm conseguido aumentos fenomenais na massa muscular e no peso. Só
que estes aumentos artificiais têm, a longo prazo, elevados custos na sua
saúde.
Sabe-se que alguns atletas chegaram a tomar
diariamente 10 tipos diferentes de esteróides animais e humanos, totalizando
mais de 1 g de drogas, quantidade várias vezes superior `produzida naturalmente pelo organismo.
No entanto, descobriu-se que a ingestão
excessiva de certos esteróides altera de forma definitiva os caracteres
sexuais da mulher, que fica “masculinizada”, e diminui seriamente o impulso
sexual masculino.
Também se relaciona o excesso de esteróides
artificiais com o aumento do número de alarmantes ataques cardíacos, angina de
peito e hipertensão arterial em atletas com vinte e poucos anos e ainda os
índices invulgarmente altos de cancro do fígado.
Os que utilizaram esteróides durante muito
tempo aperceberam-se de alterações progressivas da personalidade.
“Sentia uma agressividade que nunca sentira
antes”, diz um jogador de futebol. “Envolvi-me à pancada com um defesa.
Deitei-o ao chão e esmurrei-lhe os olhos.”
Outros atletas tornam-se dependentes dos
esteróides e queixam-se de grande fadiga e depressão quando tentam abster-se.
Embora sejam ainda necessárias novas
investigações científicas sobre o potencial de os esteróides criarem habituação
e dependência e sobre os efeitos físicos e emocionais secundários ao seu
consumo regular, o que já se conhece chega para aconselhar as autoridades e os
praticantes do desporto mundial a serem extremamente cautelosos no seu uso e na
legislação correspondente.
Além disso, poderá questionar-se se é justo
confrontar atletas que tomam esteróides artificiais com aqueles que os não
consomem…
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