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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Passos Coelho: a “confiança foi abalada” e a “vida não vai ser fácil”

No dia seguinte ao discurso do Presidente da República, o primeiro-ministro apela à união de todos os partidos. “Temos de mostrar que o país conta mais”, afirma.
União nacional e responsabilidade de todos os partidos. Quando houver eleições, os portugueses decidirão quem eleger, mas, para já, é necessário pôr de lado divergências e dar sinais de confiança ao exterior. Foi esta a mensagem deixada nesta segunda-feira pelo primeiro-ministro numa sessão solene na autarquia de Vila de Rei.
No dia seguinte à intervenção de Cavaco Silva, em que o Presidente da República comunicou que irá manter o Governo em funções, Passos Coelho falou de "tempos de profundas dificuldades" e lamentou que ainda não tenha sido desta vez que os partidos tenham conseguido dar uma resposta positiva a um acordo alargado. 
Passos reconheceu que a crise política das últimas semanas afectou a credibilidade que o país conquistou a pulso nos últimos dois anos. Portugal precisa de "espírito de união em que se põem de lado as divergências e se caminha da forma mais unida possível. Depois, nas eleições, os portugueses escolherão quem quiserem", disse.
"Independentemente das visões ideológicas de cada partido, temos de mostrar que o país conta mais", sublinhou.
O primeiro-ministro frisou várias vezes os tempos de dificuldade que o país vive e a necessidade de dar sinais de confiança ao exterior para poder continuar a ser financiado. "A confiança que conquistámos ao longo destes dois anos foi um pouco abalada" e agora é o momento de, "com humildade, reconstruí-la".
Numa intervenção breve em que repetiu várias vezes a palavra "união", Passos referiu que mesmo depois do final do programa de assistência económica e financeira, em Junho de 2014, "a vida não vai ser fácil" e Portugal vai precisar de continuar "honradamente" a cumprir o seu caminho. "Temos uma nova realidade em que temos de viver de acordo com o que temos e não com o que gostaríamos de ter", afirmou.
Atacar a raiz dos problemas para "gerar ainda mais confiança" e para que os portugueses possam "sonhar com um futuro melhor, mas com os pés assentes na terra, não é liricamente estar a sonhar com o que não têm", defendeu o primeiro-ministro.
Juros da dívida baixam
Os mercados financeiros parecem ter ficado satisfeitos com a decisão anunciada no domingo à noite por Cavaco Silva, de manter em funções o actual Governo até ao fim da legislatura. As taxas estão a descer em todos os prazos.
As taxas de juro da dívida pública portuguesa acentuaram nesta segunda-feira a tendência de descida que já se vinha registando no final da semana passada no primeiro dia de funcionamento após o anúncio de desacordo entre PSD, PS e CDS-PP e a decisão de Cavaco Silva anunciada no domingo.
De acordo com os dados da agência Reuters, os juros dos títulos de dívida portugueses a 10 anos estavam às 12h de hoje nos 6,337%, uma descida face aos 6,836% com que iniciou o dia. Nos títulos a cinco anos, as taxas passaram de 6,550% para 5,873% e nos títulos a 2 anos de 5,754% para 5,115%.
À espera da moção de confiança
No plano político, além da expectativa sobre a concretização da remodelação do executivo, fica-se agora à espera da moção de confiança que os partidos do Governo vão apresentar no Parlamento. Uma iniciativa anunciada pelo Presidente, no mesmo discurso de domingo, facto que até mereceu reparos, como o de Ferro Rodrigues, que estranhou o facto de a novidade ter sido comunicada ao país pelo Presidente.
A decisão de Cavaco relativa ao Governo, dez dias depois de ele próprio ter pedido aos partidos um "compromisso de salvação nacional" ante a proposta de remodelação governamental, gerou críticas à esquerda e foi bem vista pelos partidos que suportam a maioria parlamentar em que assenta o Governo. OPSD prometeu um novo ciclo, ao passo que o CDS lembrou a remodelação, com a qual Paulo Portas passará a vice-primeiro-ministro.
O PS não concorda com a decisão, mas diz que a respeitará no plano institucional.
=Público=

PS: União Nacional? Já bastaram aqueles 48 anos, não lhe parece?

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