No dia
seguinte ao discurso do Presidente da República, o primeiro-ministro apela à
união de todos os partidos. “Temos de mostrar que o país conta mais”, afirma.
União nacional e responsabilidade de todos os
partidos. Quando houver eleições, os portugueses decidirão quem eleger, mas,
para já, é necessário pôr de lado divergências e dar sinais de confiança ao
exterior. Foi esta a mensagem deixada nesta segunda-feira pelo
primeiro-ministro numa sessão solene na autarquia de Vila de Rei.
No dia
seguinte à intervenção de Cavaco Silva, em que o Presidente da República
comunicou que irá manter o Governo em funções, Passos Coelho
falou de "tempos de profundas dificuldades" e lamentou que ainda não
tenha sido desta vez que os partidos tenham conseguido dar uma resposta
positiva a um acordo alargado.
Passos reconheceu
que a crise política das últimas semanas afectou a credibilidade que o país
conquistou a pulso nos últimos dois anos. Portugal precisa de
"espírito de união em que se põem de lado as divergências e se caminha da
forma mais unida possível. Depois, nas eleições, os portugueses escolherão quem
quiserem", disse.
"Independentemente
das visões ideológicas de cada partido, temos de mostrar que o país conta
mais", sublinhou.
O
primeiro-ministro frisou várias vezes os tempos de dificuldade que o país vive
e a necessidade de dar sinais de confiança ao exterior para poder continuar a
ser financiado. "A confiança que conquistámos ao longo destes dois
anos foi um pouco abalada" e agora é o momento de, "com
humildade, reconstruí-la".
Numa
intervenção breve em que repetiu várias vezes a palavra "união",
Passos referiu que mesmo depois do final do programa de assistência económica e
financeira, em Junho de 2014, "a vida não vai ser fácil" e Portugal
vai precisar de continuar "honradamente" a cumprir o seu caminho.
"Temos uma nova realidade em que temos de viver de acordo com o que temos
e não com o que gostaríamos de ter", afirmou.
Atacar a
raiz dos problemas para "gerar ainda mais confiança" e para que os
portugueses possam "sonhar com um futuro melhor, mas com os pés assentes
na terra, não é liricamente estar a sonhar com o que não têm", defendeu o
primeiro-ministro.
Juros da
dívida baixam
Os mercados financeiros parecem ter ficado satisfeitos com a decisão anunciada no domingo à noite por Cavaco Silva, de manter em funções o actual Governo até ao fim da legislatura. As taxas estão a descer em todos os prazos.
Os mercados financeiros parecem ter ficado satisfeitos com a decisão anunciada no domingo à noite por Cavaco Silva, de manter em funções o actual Governo até ao fim da legislatura. As taxas estão a descer em todos os prazos.
As taxas de
juro da dívida pública portuguesa acentuaram nesta segunda-feira a tendência de
descida que já se vinha registando no final da semana passada no primeiro dia
de funcionamento após o anúncio de desacordo entre PSD, PS e CDS-PP e a decisão
de Cavaco Silva anunciada no domingo.
De acordo
com os dados da agência Reuters, os juros dos títulos de dívida portugueses a
10 anos estavam às 12h de hoje nos 6,337%, uma descida face aos 6,836% com
que iniciou o dia. Nos títulos a cinco anos, as taxas passaram
de 6,550% para 5,873% e nos títulos a 2 anos de 5,754% para
5,115%.
À espera da
moção de confiança
No plano político, além da expectativa sobre a concretização da remodelação do executivo, fica-se agora à espera da moção de confiança que os partidos do Governo vão apresentar no Parlamento. Uma iniciativa anunciada pelo Presidente, no mesmo discurso de domingo, facto que até mereceu reparos, como o de Ferro Rodrigues, que estranhou o facto de a novidade ter sido comunicada ao país pelo Presidente.
No plano político, além da expectativa sobre a concretização da remodelação do executivo, fica-se agora à espera da moção de confiança que os partidos do Governo vão apresentar no Parlamento. Uma iniciativa anunciada pelo Presidente, no mesmo discurso de domingo, facto que até mereceu reparos, como o de Ferro Rodrigues, que estranhou o facto de a novidade ter sido comunicada ao país pelo Presidente.
A decisão
de Cavaco relativa ao Governo, dez dias depois de ele próprio ter pedido aos
partidos um "compromisso de salvação nacional" ante a
proposta de remodelação governamental, gerou críticas à esquerda e foi bem
vista pelos partidos que suportam a maioria parlamentar em que assenta o
Governo. OPSD prometeu um novo ciclo, ao passo que o CDS
lembrou a remodelação, com a qual Paulo Portas passará a
vice-primeiro-ministro.
O PS não concorda com a decisão, mas diz que a
respeitará no plano institucional.
=Público=
PS: União Nacional? Já bastaram aqueles 48 anos, não lhe parece?
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