Número total de visualizações de páginas

sábado, 27 de julho de 2013

O Que é Swap e Como Funciona?

Se você já se perguntou o que é swap, é provável que tenha imaginado um instrumento financeiro complexo e difícil de entender.

Fique tranquilo!

Swap é um derivativo pouco comum entre os investidores pessoa física, e provavelmente você nunca terá que declarar swaps como declara ações no imposto de renda, mas com este artigo você finalmente entenderá.

Definição de Swap


Um swap nada mais é do que uma troca de riscos entre duas partes.

Na definição mais formal, swap consiste em um acordo para duas partes trocarem o risco de uma posição ativa (credora) ou passiva (devedora), em data futura, conforme critérios preestabelecidos.

Essas trocas (swaps) são bastante comuns com posições envolvendo taxas de juro, moedas e commodities. Apesar de muitos autores de livros didáticos considerarem o swap uma evolução, sua estrutura é bastante semelhante à dos antigos contratos a termo.

No entanto, não adianta saber o que é swap, se você ainda não sabe para o que servem.

Então vamos lá:


Para que servem os Swaps
Os swaps são um importante instrumento financeiro para diminuir riscos. São bastante utilizados por empresas, bancos e instituições de investimento.
Vamos utilizar um exemplo fictício:
1) A empresa Embraer (EMBR3) exporta seus produtos recebendo toda sua receita em dólares (US$), porém grande parte de seus custos de produção foram pagos em reais.
2) Uma outra empresa importadora, a “ImportUS”, recebe toda sua receita em reais (R$), porém usou dólares para comprar os produtos importados. Se nada mais for feito, qualquer variação cambial neste meio tempo, afetará diretamente o resultado dessas duas empresas, para bem ou para mal.
Como ambas as empresas já têm preocupações o suficiente em seus negócios e não querem ficar expostas ao risco de câmbio, elas decidem realizar uma operação swap.
Ambas acordam que trocarão o risco das moedas, de modo que quando ocorrer uma variação no câmbio nenhuma delas estará exposta e não sofrerá grandes variações em seu lucro, sejam elas boas ou más.

Como funciona uma operação de swap

No mercado de swap, você negocia a troca de rentabilidade entre dois bens (mercadorias ou ativos financeiros), a partir da aplicação da rentabilidade de ambos a um valor em reais.
Vamos ver um exemplo prático: swap de ouro × bovespa.
o que é swap: a troca de riscos entre duas partes
No vencimento do contrato, se a valorização do ouro for inferior à variação do Ibovespa negociada entre as partes, receberá a diferença a parte que comprou Ibovespa e vendeu ouro. 
Nesse exemplo, será a instituição A.
Se a rentabilidade do investimento em ouro for superior à variação do Ibovespa, receberá a diferença a parte que comprou ouro e vendeu Ibovespa.
No caso, a instituição B.

Cálculo da variação do swap


Imagine que a empresa Petrobras (PETR4) possui um ativo de R$10.000.000, prefixado a 17% ao ano, para receber em 21 dias úteis.

A empresa que deseja transformar o indexador deste ativo para dólar + 10% ao ano, sem ter que fazer movimentações de caixa.

Para isso, contrata um swap, ficando ativa em dólar + 10% e passivo em 17%.

Ao mesmo tempo em que o banco Itaú (ITUB4), que negociou o swap com a empresa, fica ativo a uma taxa prefixada em 17% ao ano e passivo em dólar + 10% ao ano.

No vencimento do contrato, sobre o valor referencial, serão aplicadas as variações dos indexadores, conforme demonstrado:

Supondo que, no período, a variação cambio foi de 2%.

Posição original: (ativo em taxa pré) R$ 10.000.000,00 × (17/100 + 1) 21 / 252 = R$10.131.696,11
Swap: (passivo em taxa pré) R$ 10.000.000,00 × (17/100 + 1) 21/252 = R$10.131.696,11

Swap: (ativo em dólar)   10.000.000,00 × 1,02 × [(10/100 × 30/360) + 1] = R$10.285.000,00

Pode-se concluir que a Petrobras receberá do banco um valor líquido de R$153.303,89 (resultado de R$10.285.000,00 – R$10.131.696,00), pois a variação cambial mais 10% ficou acima dos 17% estipulado pela taxa pré.

Tipos de Swaps


Existe inúmeros tipos de swaps, veja os mais comuns a seguir:

Swap com taxa de juro 
Contrato em que as contrapartes trocam indexadores associados a seus ativos ou passivos e que uma das variáveis é a taxa de juro.
Exemplo:
Swap taxa de DI × dólar: Trocam-se fluxos de caixa indexados ao DI por fluxos indexados à variação cambial mais uma taxa de juro negociada entre as partes.

Swap cambial

Também chamado de swap de câmbio, contrato em que se troca o principal e os juros em uma moeda pelo principal mais os juros em outra moeda.
Exemplo:
Swap fixed-for-fixed de dólar × libra esterlina: trocam-se os montantes iniciais em dólares e em libras. Durante o contrato, são feitos pagamentos de juros a uma taxa prefixada para cada moeda.

Swap de índices

Contrato em que se trocam fluxos, sendo um deles associado ao retorno de um índice de preços (como IGP-M, IPC-Fipe, INLPC) ou de um índice de ações (Ibovespa, IBrX-50).
Exemplo:
Swap Ibovespa × taxa de DI: trocam-se fluxos de caixa indexados ao retorno do Ibovespa mais uma taxa de juro negociada entre as partes por fluxos indexados a uma variação ao DI, ou vice-versa.

Swap de commodities

Contrato por meio do qual duas instituições trocam fluxos associados à variação de cotações de commodities.

Evolução do Swap

As transações de swap são uma das inovações mais significativas dos últimos 20 anos no mercado financeiro. Sua importância está no fato de o swap poder ser combinado com a emissão de um título e, dessa forma, viabilizar a troca da natureza da obrigação do tomador do empréstimo.
Para que você tenha idéia do início dessas transações, volta-se aos anos de 1970, onde ninguém sabia o que é swap.
Com o fim do acordo de Bretton Woods, que decretou o fim do padrão-ouro (determinação de que a quantidade de dinheiro em circulação deveria ter lastro em ouro), as moedas dos países tornaram-se muito voláteis, dificultando as transações comerciais.
Com a introdução dos swaps de moedas, o comércio internacional passou a ancorar-se em moedas mais fortes, permitindo o fluxo dos negócios.
Os "swaps" são (só) uma arma?
No caso dos "swaps" só há, para já, uma certeza. Os contribuintes são quem, no final da linha, terão de suportar as perdas geradas por mais um episódio de má gestão dos dinheiros públicos, um furo adicional no passador em que o Estado se transformou e por onde se escoa o dinheiro dos portugueses e dos credores.

L. A. V.

Sem comentários:

Enviar um comentário