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quinta-feira, 18 de julho de 2013

«O PAI DE UMA NAÇÃO»

Depois de ser preso político durante vinte e sete anos e de ser considerado um terrorista, Nelson Mandela surge de cabeça levantada e sem qualquer animosidade, para se tornar o presidente do seu país.

A dez de Maio de 1994, perante os olhares de dezenas de milhares de espectadores em Pretória, aviões a jacto da força aérea sul-africana desenhavam a nova bandeira do país, com as suas diferentes cores.

Se no passado a força aérea fora uma poderosa arma do regime que tinha instaurado a supremacia da “raça” branca há quase 50 anos, agora esses mesmos aviões prestavam a sua homenagem a um negro, o presidente recém-empossado Nelson Mandela.

Rolihla Mandela nasceu em 1918 na cidade de Umtara, na costa leste da África do Sul. Era filho de um chefe da tribo dos Tembus, falantes do dialecto dos Xosas.

Numa altura em que poucos negros conseguiam frequentar qualquer tipo de estudos superiores, Nelson Mandela estudou Direito nas Universidades de Fort Hare e d Witwatersrand.

Em 1944, Nelson Mandela aderiu ao Congresso Nacional Africano (ANC), organização política que exigia o direito de cidadania total para os negros sul-africanos, o direito de serem donos da terra e a revogação da legislação discriminatória. As suas actividades políticas cedo atraíram a atenção das forças policiais. Em 1952 foi preso por pouco tempo, mas em 1056 voltou a ser detido, desta vez com o fundamento de alta traição.

Após a morte de quase 70 manifestantes negros desarmados pelas forças policiais em Sharpeville, em 1960, Mandela convenceu-se de que apenas a resistência armada surtiria qualquer efeito. Quando começou a defender actos de sabotagem contra o regime do apartheid, foi forçado a passar sozinho à clandestinidade,  tendo abandonado sua mulher, Winnie, e os filhos de ambos. Viajou por toda a África do Sul sob diversos disfarces. Deu entrevistas e tentou reorganizar o ANC como movimento clandestino, ao mesmo tempo que ajudava a formar a sua ala militar, Umkhonto we Sizwe (Espada da nação). Ficou conhecido como o Pimpinela Negro, pela sua capacidade de escapar á polícia.

Entre 1964 e 1982 Mandela esteve preso em Robben Island, na costa da Cidade do cabo. Mas, longe de ser esquecido, Nelson Mandela tornou-se o centro da uma campanha contra o apartheid que, na década de 80, alastrou para lá da África do Sul.

Finalmente, a 10 de Fevereiro de 1990, o presidente F. W. de Klerk,  reconheceu o fim do apartheid e anunciou a libertação do mais famoso preso político do mundo. No dia seguinte, perante as câmaras de televisão. Nelson Mandela saiu em liberdade.

Em 1991 tornou-se presidente do ANC. A sua estatura política era tal que não surgiram quaisquer opositores à sua candidatura.

Durante três anos conduziu negociações do partido com o governo na tentativa de elaborar uma nova Constituição.


Em Abril de 1994 realizam-se as primeiras eleições em que toda a população podia votar e, em maio do mesmo ano, Mandela assumiu a chefia da Nação.

Humildemente curvo-me e rendo homenagem a um homem ímpar no mundo.

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