O novo
Secretário-Geral do Partido Socialista, António José Seguro, dirigiu-se há
momentos aos portugueses, agradecendo o apoio e confiança que esta vitória
representa.
“A vitória de hoje é
a vitória do PS. Trata-se de uma escolha clara e inequívoca para iniciar o novo
ciclo, um ciclo de mudança, no interior do PS e em Portugal. É um dia de
esperança renovada para os socialistas que nos responsabiliza perante a nossa
história e perante os portugueses. Aceito esta vitória e tudo farei para a
honrar em cada dia da minha acção política.
Dirijo
um cumprimento particular ao Francisco Assis. Pela sua participação nas
eleições internas e pelos contributos que trouxe para o debate político.
Conheço Francisco Assis e estou certo que o PS continuará a contar com ele e
com a força das suas ideias para os desafios que temos pela frente.
Quero
agradecer a todos os militantes do PS. A todos sem excepção. Pelo seu
empenhamento neste processo eleitoral. Só um grande partido como é o PS,
imediatamente após uma derrota eleitoral, poderia ter milhares de mulheres e
homens tão envolvidos no debate político. Quero dirigir uma palavra de apreço
aos mais de 30.000 militantes que participaram nestas eleições. Todos são
dignos do meu reconhecimento pela vossa dedicação ao nosso PS.
Serei
líder de todos e de todas as socialistas. Estou aqui para somar, para unir,
assumindo por inteiro toda a história e todo o património do PS. Assumo os
momentos felizes e menos felizes da nossa história, na certeza de que o futuro
será melhor se aprendermos com os erros do passado.
No
PS não há vencedores nem vencidos. Há socialistas, homens e mulheres livres.
Conto com cada um e com todos vós para o novo ciclo e para afirmarmos o nosso
PS como a alternativa política à actual maioria de direita. O PS precisa de
todos vós.
Foi
uma campanha que mostrou a vitalidade, a abertura e o espírito profundamente
democrático do Partido Socialista. Muitos socialistas regressaram à militância
e muitos simpatizantes manifestaram o desejo de participar na construção de
novas propostas políticas. Foi uma campanha inesquecível.
Permitam
que enderece um abraço sentido aos milhares de apoiantes do NOVO CICLO que
voluntariamente levaram esta campanha a todos os cantos de Portugal e às
comunidades portuguesas, designadamente através das redes sociais. Um agradecimento
especial para os militantes e simpatizantes que colaboraram mais directamente
comigo e, em particular, ao meu Director de Campanha, o meu amigo António
Galamba. A todos vós um grande Bem Hajam!
Faço
questão de aproveitar esta minha primeira declaração como líder do PS para
enviar uma mensagem de solidariedade ao povo e ao governo norueguês, num
momento de tragédia e de sofrimento. O terrorismo, de todos os quadrantes é
inimigo da humanidade e da democracia. Estamos ao lado do povo da Noruega e dos
jovens socialistas nesta hora de sofrimento e de luto.
Ser
líder do PS é simultaneamente uma honra, uma responsabilidade e uma oportunidade.
a) Uma honra porque é liderar o partido que todos os
portugueses identificam com a liberdade, com a democracia, com a igualdade de
oportunidades, com a justiça social e com uma Europa solidária.
Porque
é o partido de Mário Soares, de Vítor Constâncio, Jorge Sampaio, António
Guterres, Ferro Rodrigues, José Sócrates, cujos exemplos de coragem e dedicação
não esqueço, nem o partido socialista jamais esquecerá.
É
uma honra dar continuidade ao seu exemplo de dedicação ao país e aos
portugueses em nome dos valores da liberdade, da igualdade e do progresso, do
combate às desigualdades sociais, à pobreza e à exclusão social.
É
uma honra por ter merecido a confiança de tantos portugueses e portuguesas que
ao votarem na minha candidatura me dão a honra de poder falar em nome deles e
do PS, a honra de poder ser a voz da esperança num futuro melhor para todos
nós.
O
meu compromisso firme e solene é o de trabalhar todos os dias para ser
merecedor da vossa confiança e da vossa esperança.
Liderar
o Partido Socialista é sempre uma grande responsabilidade, sejam quais forem as
circunstâncias e o tempo político. Mas no tempo que vivemos é uma
responsabilidade acrescida. É um tempo de grande exigência para o PS, para o
País, para os portugueses, mas também de enorme exigência no plano europeu e no
plano internacional.
É
uma responsabilidade porque assumi desde o início que era preciso liderar um
novo ciclo na vida política e na vida do partido.
Um
novo ciclo que significa desde logo, novas ideias, novos protagonistas, novos
projectos, novos diálogos, uma nova forma de interacção do partido com a
sociedade. Uma nova forma de fazer politica para as pessoas e com as pessoas.
Novos desafios, como seja o de dar voz, projecto e esperança a todas as pessoas
que têm a ambição, a vontade e a generosidade para se mobilizarem na construção
de um País, de uma sociedade e de um mundo, melhores, mais humanos e mais
justos.
Responsabilidade,
porque o Partido Socialista vai liderar a oposição a este governo – e fá-lo em
nome da defesa dos valores de esquerda democrática e do inabalável compromisso
com o interesse nacional.
b) Uma oportunidade
Liderar
o PS é sempre uma oportunidade ímpar de servir o meu país e os meus
compatriotas, uma oportunidade que agradeço e a que procurarei corresponder
inspirado no exemplo de milhares de militantes do PS que ao logo destes anos
têm servido a causa pública.
Sei
que não há nada mais difícil e incerto do que querer liderar um novo ciclo
político – sei que isso exige confiança, convicção e coragem.
O
que quero dizer aos portugueses é que nunca faltarão aos socialistas nem a
confiança, nem a convicção, nem a coragem para lutar por Portugal e por um
futuro melhor para todos. Derrubando preconceitos. Vencendo cinismos.
Valorizando os consensos.
O
PS vai liderar a oposição. O PS fará uma oposição firme, responsável,
construtiva e leal. Sempre afirmei que tanto se serve o país e os portugueses
no governo como na oposição.
Os
votos do PS estão ao serviço do interesse nacional e dos valores da esquerda
democrática.
Este
governo tem todas as condições políticas e institucionais para levar por diante
as medidas, as reformas, com vista ao cabal cumprimento dos compromissos
internacionais do Estado Português.
Mas
os primeiros sinais não são bons:
Aumento
de impostos, contrariando uma promessa eleitoral e somando austeridade à
austeridade com prejuízo para a nossa economia e para o emprego.
Injustiça
social, ao estabelecer que o novo imposto atinge os rendimentos do trabalho,
deixando de fora a riqueza e os rendimentos oriundos do capital.
Ruptura
de compromissos assumidos com os parceiros sociais, fragilizando os direitos
dos jovens trabalhadores.
O
tempo exige rigor. Mas também, mais do que nunca, exige um forte sentido de
sensibilidade social. Com uma opção clara pelo crescimento económico
sustentável, e não, como tem sido o caminho escolhido pelo actual governo, de
mera diminuição da procura interna com consequente aumento de sacrifícios para
os portugueses. E é neste contexto que reafirmo com total clareza que o PS:
Não
considera que exista um problema constitucional em Portugal e que será firme na
defesa das funções sociais do Estado e no equilíbrio das relações laborais
estabelecido nos princípios constitucionais.
Honrará
a sua assinatura e cumprirá o memorando de assistência financeira a Portugal.
Mas não abdicará, sempre que necessário e possível, de apresentar soluções
alternativas de acordo com a nossa Declaração de Princípios e do mandato que
recebemos dos portugueses. O memorando não suspende a política.
Combaterá
a corrupção com grande disponibilidade para acordos parlamentares, com todos os
partidos, de modo a que seja possível acabar com esta praga que mina o estado
de direito democrático. A constante desresponsabilização entre o sistema
político e o sistema judiciário deve dar lugar a uma cooperação que torne
eficaz o combate ao crime e, em sentido mais amplo, a uma justiça rápida e
acessível.
A
agenda do PS vai dar prioridade máxima ao EMPREGO.
.
Insistimos na urgência da definição de uma estratégia de crescimento económico
sustentável, pois só o crescimento será capaz de gerar riqueza e manter e criar
emprego.
.
Sabemos que a margem é estreita, mas é indispensável desenvolver uma estratégia
de crescimento centrada no emprego, apoiando as empresas exportadoras e as PME
que produzam ou venham a produzir bens transaccionais, aumentando a produção
nacional e diminuindo as nossas importações.
.
As políticas de redução do défice devem articular-se com o crescimento da
economia e com o emprego.
.
As políticas que o PS vai desenvolver corresponderão às preocupações das
pessoas.
.
Tomaremos iniciativas que promovam novos diálogos com os parceiros sociais, os
partidos políticos com assento parlamentar e com o Governo, com vista a
estabelecer políticas que preservem e criem postos de trabalho.
A
criação de EMPREGO será a base da formulação das nossas propostas politicas das
quais destaco:
A
preparação da alternativa de governo que ofereça aos portugueses uma proposta
política actualizada no respeito pelos valores e princípios da esquerda
democrática. Seremos alternativa, pois recusamos o rotativismo e a alternância.
E
afirmação de Portugal e do PS na primeira linha do aprofundamento do projecto
europeu. Incentivar o trabalho para que a família socialista europeia adopte
uma posição comum alternativa ao actual comando conservador europeu. Precisamos
de mais Europa e não de menos Europa.. Estamos a pagar um preço alto pela
dispersão de dezenas de políticas orçamentais. Mais governação económica e mais
governação política
Ao
mesmo tempo iniciaremos o processo de renovação do Partido Socialista
promovendo o debate político e valorizando a militância; modernizar e abrir o
Partido à sociedade, levando-o para junto das pessoas. O Congresso Nacional de
Setembro já terá novidades quanto a esse propósito.
E
Introduziremos a liberdade de voto como regra da acção dos deputados do PS na
Assembleia da República. Mudança que reputo da maior importância, cujo processo
será iniciado, já a partir da próxima quinta-feira, numa reunião com o grupo
parlamentar.
A
situação de Portugal exige uma atitude política responsável e construtiva.
Sempre me opus à política do bota-a-baixo. Do ser contra só porque é a
iniciativa é de outro partido. O país necessita de compromissos e de
convergências, sem nunca colocar em causa as ideologias de cada um.
O
meu compromisso é com o futuro.
Reafirmo
a minha confiança no país e nos jovens portugueses.
O
caminho que o país tem de trilhar o caminho do crescimento económico, capaz de
criar riqueza, postos de trabalho e trazer progresso social e desenvolvimento.
É
possível recuperar a esperança, se soubermos somar à inovação, ao conhecimento
e à pedagogia dos desafios que temos pela frente, a vontade política de os
enfrentar.
O país precisa de um
PS forte! Os portugueses podem contar connosco.”
PS: Quem não se
recorda das palavras? Final não passaram de palavras que o vento levou!
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