O secretário geral da UGT, Carlos Silva,
considera que o Governo tem o dever e a obrigação política de ter condições de
governabilidade e de corresponder à confiança que lhe foi dada para continuar a
governar.
"Este
Governo está muito mais responsabilizado, tem o dever de procurar corresponder
à confiança que lhe foi dada pelo Presidente da República", disse Carlos Silva em
entrevista à agência Lusa.
Para o sindicalista o governo remodelado PSD/CDS tem todas as condições
para governar, tendo em conta a decisão
do presidente da República de o manter em funções, e o apoio manifestado pela maioria
parlamentar do PSD e do CDS/PP, ao
rejeitar a última moção de censura apresentada no parlamento pelo partido Os
Verdes.
"Este Governo tem o dever e a
obrigação política de ter condições de governabilidade", e deve apresentar
novas políticas de crescimento para o país, porque "foi mandatado para
isso", disse Silva.
O próprio Presidente da República, ao
anunciar a sua decisão de manter o governo em funções, alertou para a
necessidade de alteração das políticas, lembrou o sindicalista.
O
líder da UGT entende que os parceiros sociais também têm obrigação de
contribuir para dar esperança às pessoas e assegurou que esse é o compromisso
da sua central sindical, "porque o país merece melhor".
Para Carlos Silva, as políticas de
austeridade falharam e têm levado o país a recessão económica e os portugueses
ao empobrecimento, e portanto a remodelação governamental corresponda a mudança
de políticas.
"Vamos ver se o Governo altera as políticas. Vamos aguardar que a
remodelação corresponda a algumas alterações, embora não espere que mude tudo e
que passemos a ter de repente um cenário cor de rosa, mas são precisos alguns
sinais positivos", disse.
"É
isso que esperamos do novo executivo. Agora temos de respirar e de dar tempo ao
Governo", concluiu o líder da UGT.
Carlos Silva foi eleito secretário geral
da UGT a 21 de abril, no XII congresso da central, substituindo João Proença.
Os seus primeiros 100 dias de liderança
sindical foram marcados pela greve geral de 27 de junho e pela crise política
iniciada com a demissão dos ministros das Finanças e dos Negócios Estrangeiros
no início do mês.
L. A. V.
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