Cavaco Silva faz
comunicação ao país no domingo, pelas 20h30. O fim das negociações entre o PS,
o PSD e o CDS-PP para a viabilização de um acordo de 'salvação nacional' deixam
a decisão da manutenção do Governo ou a dissolução da Assembleia da República
nas mãos do Presidente
As propostas do Presidente da
República de um "compromisso de salvação nacional" entre PSD, PS e
CDS e eleições antecipadas a partir de Junho de 2014 estão em causa e
aguarda-se qual será a decisão de Cavaco Silva.
O secretário-geral do PS
anunciou que não há acordo com o PSD e o CDS-PP acusando estes partido de terem
"inviabilizado" o acordo de 'salvação nacional' proposto pelo
Presidente da República.
António José Seguro comunicou
esta posição dos socialistas numa "declaração ao país".
Cavaco Silva regressou de uma
visita de dois dias às Ilhas Selvagens e, na quinta-feira, em declarações aos
jornalistas disse que, quando regressasse a Lisboa, teria a "porta
aberta". Recebeu os líderes dos três partidos e no final a presidência da
República emitiu um breve comunicado sem avançar com mais informação sobre a
forma como estavam a decorrer as negociações.
O dirigente social-democrata
Jorge Moreira da Silva afirmou que o PSD preferia que tivesse sido alcançado um
compromisso alargado com o PS e continua disponível para aprofundar o diálogo
político e social.
"Preferíamos que tivesse
sido alcançado um compromisso alargado, e continuamos disponíveis para
aprofundar esse diálogo político e social", declarou Jorge Moreira da
Silva, na sede dos sociais-democratas, em Lisboa, numa conferência de imprensa
em que apenas respondeu a duas perguntas.
O CDS-PP agendou reunião da
comissão política nacional para às 17h30, na sede do partido.
O prazo estabelecido pelo
Presidente da República para os partidos negociarem um "compromisso de
salvação nacional" terminava no domingo.
Cavaco Silva afirmou na sua
última comunicação oficial ao Pais, no passado dia 10 de Julho, que a
convocação de eleições antecipadas não era bom para Portugal.
No último discurso o Presidente
defendeu "Iniciar agora um processo eleitoral pode significar um
retrocesso naquilo que já foi conseguido e tornar necessário um novo programa
de assistência financeira. Os sacrifícios dos Portugueses, em parte, teriam
sido em vão. Durante mais de dois meses teríamos um governo de gestão limitado
na sua capacidade de tomar medidas e de defender o interesse nacional. Nas
últimas eleições para a Assembleia da República, entre o anúncio da dissolução
do Parlamento e a posse do Governo mediaram 82 dias. Por outro lado, os
Portugueses devem ter presente que a realização de eleições antecipadas, mesmo
se estas ocorressem no mês de setembro, implicaria que o Orçamento do Estado
para 2014 só entrasse em vigor, na melhor das hipóteses, em finais de março do
próximo ano".
O fim das negociações entre o
PS, o PSD e o CDS-PP para a viabilização de um acordo de 'salvação nacional'
deixam a decisão da manutenção do Governo ou a dissolução da Assembleia da
República nas mãos do Presidente.
=Visão=
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