Com as minhas limitações, temendo estar a ver
cornos nas cabeças de cavalos, de modo algum me sinto distante da realidade,
sobretudo quando ouço alguém dizer determinadas “coisas” acerca de tudo o que
se vive em Portugal.
Há anos falou-se num “monstro” e
perguntava-se quem seria seu pai. Tratava-se, segundo se dizia, de um monstro
bem real, dotado de força e poder suficientes para emparedar qualquer oposição
e abocanhar o poder.
Nos dias de hoje diz-se que o radicalismo
tomou conta do País; nas minhas limitações, sempre nelas, diria o seguinte: “Poder-se-ía
dizer que estamos em vésperas de entrar numa guerra civil. (…)
Aumenta o crime organizado, não apenas nas
ruas como em certos “palácios”, usam-se coktails molotov nas ruas e onde lhes
dá jeito, as forças policiais agem tardiamente e mal, muito mal por vezes,
durante as manifestações levadas a cabo por todos os descontentes sem trabalho
nem vida com dignidade.
Custa a crer e a compreender que nada mais se
possa esperar de um governo cujo líder parece conhecer apenas a austeridade, o
que até parece agradar ao presidente da República que, nos seus discursos
dirigidos aos portugueses acabe por dar o dito por não dito, muito menos feito,
sublinhando enfaticamente que o actual governo mantém a plenitude dos seus
poderes, apesar de tudo.
Será demasiado tarde para que o presidente se
convença, também ele, de que deve apenas zelar pelos interesses da nação e não
pelos do seu partido de sempre, o PSD, que tem demonstrado uma tremenda
incompetência e um desprezo pelos portugueses de menores recursos aberrante?
Será demasiado tarde para que os partidos
possam ser convencidos de que devem zelar pelos interesses nacionais e não pela
su projecção que lhes oferece o poder?
Existem em Portugal dois extremos; de um lado
o Portugal político, composto por pessoas que procuram apenas as suas
comodidades, e, no extremo oposto, situam-se aquelas que parecem andar numa montanha-russa
emocional; rindo-se num momento, chorando no outro – diz-se que têm
instabilidade, ou labilidade, afectiva, o que é sinal de uma personalidade
instável ou de pressões consideráveis.
É de esperar que o actual governo se tenha
cercado de lideranças confiáveis, existentes em todos os poderes do Estado e
nas respectivas corporações estratégicas. Não pode correr riscos de sofrer
tentativas de diversionismos primários, como aquele que levou à recente crise
em que mergulhou de cabeça.
Porque razão, ou razões, se comportam os
partidos políticos da forma como o
fazem, confundindo cada vez mais o povo? Será do interesse nacional que
assistamos a todo esses tabus presidenciais, a essas conversas da treta como a
da “salvação nacional”, na qual cada partido puxava simplesmente a brasa à sua
sardinha?
Trata-se de saber agora que posição irá tomar
o Povo português e qual a maneira de exprimir as emoções que sente e vive no
seu dia-a-dia.
Será que os partidos do arco do poder, ou da
governança – como são agora designados – não vêm que têm de arrepiar caminho na
austeridade que têm conduzido os cidadãos à miséria profunda e ignóbil?
Portugal tinha avançado bastante, tanto em
soberania como em desenvolvimento sócio-económico, para voltar a chafurdar no
lodaçal das repúblicas bananeiras.
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