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domingo, 14 de julho de 2013

«MUITO LAMENTÁVEL…»

Francamente, há dias, a presidente da Assembleia da República, perante os protestos proferidos nas galerias da Assembleia da República, por cidadãos que se sentem cada vez mais ameaçados pelo desemprego que o actual governo pretende oferecer-lhes, fez com que cidadãos de pleno direito fossem insultados por ela própria, quando, numa citação infeliz de Simone de Beauvoir os comparou aos horrores vividos na Segunda Guerra Mundial, referindo-se aos nazis e sua opressão, citando dentro da sua “infelizmência”:

“Não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes!”

Só que, enquanto a filósofa e pensadora francesa, que se enamorou por toda a vida de Jean-Paul Sartre ser tinha inspirado nesse sentimento num momento em que escrevia esse pensamento, entre muitos outros.

Ora, penso que a senhora presidente da Assembleia da República, para além de não ser filósofa, meteu uma grande argolada, que exige a devida reparação, proferindo semelhante citação, que ofendeu todos os cidadãos portugueses que se viram, assim, apodados de “nazis”, quando afinal não passam de simples vítimas desse regime, como o foram durante os longos 48 anos e continuam a sê-lo nos dias de hoje, sobretudo quando são submetidos a semelhantes insultos.

Simone de Beuvoir afirmou também. “É pelo trabalho que a mulher tem vindo a diminuir a distância que a separava do homem: somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta.”

Ora, a senhora presidente da República, que até já se tinha reformado e pela sua reforma recebe já uma boa pensão, decidiu voltar ao activo, ao que parece não apenas para garantir a sua independência concreta, mas para também dedicar aos portugueses o que deveria saber reservar para o seu próprio conhecimento, ou até para dedicar toda ou parte da sua erudição, por exemplo a seu ex-marido.

Mas, o que parece, os maus hábitos da senhora presidente da Assembleia da República vêm já de longe, como daquela vez em que, como deputada europeia pelo PSD, a 31 de Mio de 2006, num debate em Bruxelas, sobre a situação dos prisioneiros de Guntânamo disse:

“Guantânamo não define os limites do direito e da política, mas definir os limites do direito e da política é uma exigência básica dos princípios da justiça. É essa  maior vitória da democracia sobre o terrorismo. Usando as palavras de Simone de Beauvoir, não podemos deixar que os nossos carrascos nos criem maus costumes”

E, mais tarde, a 6 de Dezembro de 2007, voltou  recorrer `expressão a propósito do terrorismo,  ainda na condição de euro-deputada:

“Em primeiro lugar, a garantia dos princípios da dignidade humana e do Estado de Direito em todas as frentes no combate ao terrorismo. Não podemos fazer claudicar as bases morais da democracia que assentam justamente nesses valores. Como dizia Simone de Beauvoir, não podemos permitir que os nossos carrascos nos criem maus costumes.”

Pelos vistos, decorou esta citação da filósofa francesa, reagindo aos protestos ns galerias, dizendo que apenas se queria referir à necessidade de não perturbação dos trabalhos. E, sobre o facto de as suas afirmações estarem a ser muito criticadas, limitou-se a responder: “Paciência!”.

Portanto, eis a prova provada de que nada se importa por ter insultado os portugueses, tratando-os ora de nazis ora de terroristas, talvez porque tenha imaginado que aqueles que na Casa da Democracia defendiam  apenas os seus empregos, seu e de sua família ganha-pão, não passavam de seus piores inimigos de hoje, os comunistas e demais adeptos da esquerda política nacional.

Penso que esta senhora deveria ser demitida do seu posto de presidente da Assembleia da República e até de deputada, pois que o seu íntimo se mostra um tanto perverso em relação aos seus concidadãos.


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