Quando o presidente da República decidiu
optar pela triste e pobre solução de colocar os três partidos a conversar,
entre si, sobre os destinos da Nação, nada de outro se podia esperar que uma
boa salgalhada.
O curioso é que, talvez para que ninguém o
pudesse acusar de interferir nas conversações, decidiu ir até às ‘Selvagens’, ou “Desertas”, delegando no seu assessor
David Justino o acompanhamento dos “trabalhos”.
Ele sabia, desde o início que, devido à
arrogância dos intervenientes nestas conversas da treta, o fim só poderia ser
aquele que foi. O total fracasso, o que todos devemos aplaudir de pé e
efusivamente!
Aliás, se o presidente tivesse pensado um
bocado antes de decidir-se por esta farsa, mais uma, teria podido chegar á
conclusão, óbvia, de que quer o PSD e sobretudo o CDS, duo que apoia e suporta
o actual governo de modo algum cederia ao PS fosse o que fosse, partindo do
princípio de que a eles dois faziam a maioria, razão pela qual o PS deveria
dali sair amachucado, talvez mesmo destroçado, e quanto mais melhor para ambos.
De lado ficaram o PCP e o BE, pois não foram
convidados, “atempadamente” para fazerem também parte da fantochada inventada
pelo presidente, que de antemão sabia que dali só poderia sair um “aborto”.
Deve ter ficado feliz quer pelo desfecho das
conversações, quer por ter gasto aqueles 160 mil euros em tão curto espaço de
tempo, fazendo com que os portugueses se vejam cada vez mais privados de uma
vida condigna.
Mas, era preciso, imperativo mesmo, dar uma
lição a todos “esses gajos” que ousam opôr-se quer às suas decisões quer às de
um governo cujo lema é «Austeridade Custe o que Custar».
Felizmente, as coisas sairam mal, o tiro saiu
pela culatra, e o PS pôde sair dali incólume e com todas as suas capacidades
ilesas.
Nada disto estava nos planos quer do senhor
presidente quer dos partidos da coligação, uma vez que a cegueira causada pela
arrogância lhes não permitiu ver que existem pessoas inteligentes nos prtidos
de esquerda, que representam a força viva da maioria dos portugueses, que
anseiam pela mudança célere.
Depois do malogro das conversações, pelos
motivos citados, o PS, tomando a dianteira, através do seu líder, decidiu
explicar aos portugueses o que realmente se tinha passado, podendo estes
verificar que apenas com os partidos de esquerda podem ter esperanças no futuro
e numa vida melhor.
Aliás, já começou a troca de acusações por
parte do PSD, às quais se seguirão as do CDS, que não poderá ficar para trás,
após as explicações prestadas ao povo português pelo líder do PS, mas também
pela compreensão dos restantes partidos do quadrante esquerdo da política
nacional.
Não será, pois, de estranhar que, quer o PSD
quer o CDS, em total sintonia, mas sem a anunciada e propalada coesão, venham
agora acusar o PS de ser o culpado pelo aborto das conversações, mostrando-se
até um tanto contemplativos, afirmando-se dispostos a continuar a conversar,
alegando tratar-se do interesse nacional, quando se limitam a defender os
interesses corporativos que ambos possuem.
Seria desejável que o presidente se
convencesse, de uma vez por todas, que deverá, no mais curto espaço de tempo, devolver
a palavra aos portugueses, dissolvendo a Assembleia da República e convocando
eleições antecipadas, mas não da forma como o fez antes, cujo “parto” seria de
11 meses. Até nisso estamos à frente de todos, já que um parto normal deve ter
a duração de apenas 9 meses.
Deveriam ter mais cuidado no que se refere à inteligência dos portugueses. Mas, agora,
estou convencido de que o presidente da república amuará primeiro, depois
far-se-á caro e só depois de um longo mutismo virá a lume dizer de “sua
justiça!”
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