É preferível viver-se em liberdade! Mas,
liberdade para quê? Para quem?
Liberdade para roubar, para matar, corromper,
mentir, enganar, traficar e viciar?
Liberdade para ladrões, assassinos, corruptos
e corruptores, para mentirosos e hipócritas?
Falam de uma noite que durou 48 anos,
enquanto fecham os olhos à ladroagem, à roubalheira e ao desmando que, à luz do
dia, já dura há 39!
Fala-se talvez demasiado em liberdade! Para
quem?
Liberdade que se vê de dentro de casa, por
trás das grades de segurança, de dentro de carros blindados e dos vidros fumados!
Mas, afinal, que se vê?
Vê-se incompetência, corrupção, quadrilhas e
quadrilheiros, traficantes, polícia pacificadora, exército nos quartéis,
traficantes por todos os cantos e palácios, negociações de bandidos, violência
e tanta hipocrisia.
Olhando mais além, vemos assaltos, estupros,
pedófilos, professores desmoralizados, ameaçados e violentados, enfermeiros a
ganharem menos que uma “mulher a dias” tendo nas mãos a vida de pessoas,
conivência e mentiras, crianças famintas, velhos violentados e com medicamentos
racionados…!
Da janela de casa e nos ecrãs televisivos
vemos bloqueios de ruas e estradas, manifestações populares queixando-se da
triste vida que têm, terras invadidas, polícias que passam para o outro lado da
barreira e assaltos à mão armada.
Vivemos numa terra sem lei, sem justiça,
assistimos a massacres e sequestros. Um país em que a família já não é valor,
onde menores são explorados e violados por pais, padrastos e pederastas, por
amigos e patrícios ou estrangeiros.
Onde vivemos nós, afinal?
Vivemos no país da impunidade, onde o crime
compensa e o criminoso é conhecido, reconhecido, recompensado, indemnizado e transformado
em herói! Onde os bandidos de colarinho e gravata fazem leis para si, organizam
“orgias políticas” e vendem sentenças!
Nesta terra, a propriedade alheia, a qualquer hora e em qualquer lugar, é retirada a seus donos, os bancos
apresentam lucros fabulosos à custa da cidadania.
É aqui, na terra da liberdade, que
encontramos a “crakolândia”, o “roubauto” e outras “diversões” de alguns,
muitos, sob o olhar contemplativo da polícia!
Vivemos no país da censura velada, dos toques
a recolher, da lei do silêncio e da convivência pacífica do contraventor e com o
homem da lei. País onde bandidos comandam o crime e a vida de dentro das
prisões, e de dentro delas até se podem candidatar a cargos políticos!
Mas, afinal, de quem é a liberdade que se
vê? Nossa, que somos prisioneiros do medo e reféns da impunidade ou do
banditismo organizado e institucionalizado que o controla?
Afinal, aqueles da escuridão eram “anos de
chumbo” ou anos de paz?
E estes em que vivemos, são anos de liberdade
ou de compensação do crime, do desmando e da desordem?
Quanta falsidade, quanta mentira, quanta
canalhice ainda teremos de suportar,sentir e sofrer, até que a indignação nos
traga de volta a vergonha, a auto-estima e a própria dignidade?
Quando será que nós, homens e mulheres de
bem, traremos de volta a nossa liberdade?
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