Tudo bem pesado, tempo e em conjunto, que ireis fazer?
O primeiro fundamento de toda a acção eficaz
não é outro senão o de utilizar os meios apropriados à procura de um fim. Assim
como uma cena de furor ou uma atitude de prostração não adiantam nada, desespero
e desânimo são inoperantes.
O primeiro remédio está na exclusão resoluta
e absoluta das companhias que pervertem o PS, que prefere as companhias erradas,
não hesitando nas tergiversações, nem o uso de circunlóquios para nos dar a
conhecer a sua firme disposição de se juntar aos “carrascos do povo português”.
Poder-se-ia afirmar, sem medo de errar que, o
PS se quer de bem com Deus e com o Diabo ao mesmo tempo, ao mesmo tempo que
quer abarcar o céu com as pernas, isto é, reunir-se com os representantes do
actual governo e, por outro lado, com os representantes da esquerda nacional.
Em bom português popular, chama-se a isso “trocatintismo”.
Na realidade, o rumo agora tomado pelo PS só
pode ter um fim: a derrocada total, ou, na melhor das hipóteses, a fusão com o
PSD ou mesmo com o CDS.
Veja-se o que disse, por exemplo, o cínico do
Santos Silva: “os Verdes são um barriga de aluguer”, após ter sido assegurado o
voto a favor da moção de censura da próxima quinta-feira na Assembleia da
República”.
Poderia pensar-se, depois de tudo quanto foi
dito acerca dessa moção, pelos dirigentes do PS, que manteria a sua boa vontade
e a sua lealdade, mas, pelos vistos, recuou, talvez porque lhe tenham acenado
com algumas promessas que desconhecemos ainda.
Sem dúvida que a coerência não se impõe. Mas
não é de coerência que se trata. O PS tem necessidade de companheiros para,
nesta fase transitória que se vive no país, na qual não se resolverá a crise,
pelo contrário se agudizará, poder continuar sob as luzes da ribalta política
nacional, após ter prometido mundos e fundos de seriedade e coerência.
Todavia, no estado actual, preferiu a ruptura
de equilíbrio com o povo português, já que outros valores mais altos se
levantam, valores que não se reverterão a favor do povo português. O PS está
necessitado de um período de transição e de convalescença, após um longo
tratamento.
Mas, essa convalescença só é possível se
forem exorcizados os velhos fantasmas que assolam o actual PS, mal que já vem
de longe, infelizmente, a quem o povo português não poderá outorgar a mínima
confiança, pela simples razão de que a não merece.
Então, continuará a atravessar o vasto
deserto, por culpa própria, uma vez que se prefere bem juntinho ao prometido
paraíso capitalista que junto ao povo sofredor.
Pessoalmente, nada pretendo, mas custa
assistir à total degradação de um partido que deveria saber manter o seu lugar
em vez de descambar para se aliar àqueles que sempre defenderam apenas os seus
interesses e perderam a confiança dos portugueses.
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