Uma das coisas que se aprende na infância é
que pensar exige esforço e que, quanto mais complexa for a questão, mais
energia o cérebro precisa. Há muitas provas de que a aprendizagem implica
alterações no cérebro, mas por enquanto apenas se conhecem vagamente.
Sabe-se, contudo, que essas alterações que
ocorrem no decurso do pensamento e da aprendizagem requerem quantidades de
energia relativamente grandes.
Uma pergunta que geralmente todos se colocam
é a de “se os políticos pensam, ou se agem espontaneamente, mesmo que de forma
estereotipada, limitando-se a copiar, mesmo que grosseiramente, já outros
políticos fizeram. Penso que ninguém chegou ainda a uma conclusão concreta.
Talvez apenas numa coisa. De tentarem denodadamente impôr, ao povo que
tiranizam, uma nova forma, mesmo que já antiga, de “pensamento único”. Embora o
cérebro humano represente menos de 2% do peso total do corpo adulto, consome a
parte de leão da sua energia; um quinto do suprimento total de sangue e oxigénio
do organismo é destinado à manutenção do cérebro.
Com o auxílio de “scanners” aperfeiçoados e
de outros instrumentos de investigação, começa-se a descobrir as razões de o
cérebro exigir tanta energia.
Com efeito, o pensamento é acompanhado de
numerosas reacções celulares quase instantâneas, que se traduzem em descargas
de energia eléctrica através do cérebro.
Longo prazo,
o pensamento provoca alterações mais ou menos definitivas: entre as células
cerebrais, criam-se novas ligações, novas redes de neurónios, novos circuitos
funcionais.
Também nos políticos? Infelizmente, sim, mas
apenas em alguns, aqueles que se tornam líderes de certos grupos ou partidos.
Durante milhares de anos, tudo o que podia
saber-se acerca do pensamento tinha de ser deduzido dos seus resultados. Os
mais fortes ou ardilosos, faziam-se respeitar como sendo líderes incontestados,
até que surgisse outro, ou outros que disputassem a liderança do grupo, da
região, do país, para o que se limitavam a imitar os animais ditos irracionais
que lutavam entre si para disputarem a liderança da manada.
Mais recentemente, conseguiram-se meios de
poder observar o pensamento mais directamente, seja através de TC, MRI ou PET,
que permitem imagens muito nítidas e selectivas de vários ângulos e “cortes”do
cérebro.
Uma definição correcta de saber uma coisa é
tê-la armazenada na memória. Sabemos o lfbeto ou conhecemos as causas da Revolução
Francesa ou as bases da álgebra ou as datas das dinastias, como sabemos os
nomes dos algozes que mentem para conseguirem ser eleitos.
Neste sentido, o saber é o final de uma
cadeia que começa na percepção (através dos sentidos), continua no processo de
pensamento (pelo qual o cérebro converte os acontecimentos externos em imagens
e símbolos, tais como as palavras e termina na memória (que armazena a
informação para utilização futura).
O conhecimento, no entanto, não consiste
apenas num resultado final, mas também num processo do pensamento “saber como”.
Por este motivo, e como a única pretensão dos políticos dominantes, é a do
pensamento único entre o povo, não olhando a meios par o implementar, custe o
que custar, empregando todos os meios par abarcar toda a actividade mental
vulgarmente considerada como pensamento: percepção, reconhecimento,
aprendizagem, conceptualização, imaginação, solução de problemas, memorização,
raciocínio e julgamento.
É assim, o único meio de conseguirem,
auxiliados pelas forças de segurança, que o povo se submeta à suas também únicas
vontades, que vão pondo em prática paulatinamente.
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